ENCONTRO DO FASCISTA COM O NEOLIBERAL: BOLSONARO E MACRI
EXORCIZAM MADURO PARA JOGAR "CORTINA DE FUMAÇA" NA CRISE CAPITALISTA
DO MERCOSUL
O encontro dos presidentes Maurício Macri e Jair Bolsonaro,
ocorrido hoje (16/01) em Brasília, poderia ser definido como o trágico
"meeting" do neoliberalismo com o fascismo. O decadente governante argentino logo abriu o encontro
com a bombástica declaração: "Nicolás Maduro é um ditador que só procura
se perpetuar no poder", disse Macri no Palácio do Planalto. Ambos os
governos de extrema direita participam do grupo regional no continente que
impulsiona em conjunto com a Casa Branca um golpe de Estado na Venezuela e
considera o mandato do presidente Nicolas Maduro como ilegítimo. Apenas o
México, que agora quer mediar o conflito social na Venezuela, se distanciou do
ultrarreacionário Grupo de Lima. Porém os ataques midiáticos ao regime Chavista
são apenas uma cortina de fumaça para tentar encobrir a grave crise capitalista
que corrói o Mercosul. As economias da Argentina e Brasil atravessam uma
profunda etapa recessiva, levando o governo fascista de Bolsonaro a se afastar
cada vez mais do incômodo "parceiro" portenho. O ministro Paulo
Guedes afirmou recentemente que o Mercosul não seria mais uma prioridade para o
Brasil. O grande modelo para o ultraliberal Guedes é o Chile (totalmente
dependente dos EUA) onde trabalhou durante os anos da ditadura Pinochet. As restrições
da equipe econômica bolsonarista feitas ao Mercosul dizem respeito ao fato de
que as normas do bloco "dificultam o estabelecimento de acordos de
livre-comércio com outros países e blocos econômicos". Na atual retração
dos mercados mundiais, o imperialismo ianque impôs um golpe institucional no
Brasil para monopolizar os "negócios" de Estado, girando a economia
do país para o eixo do rentismo financeiro e de importações de vários produtos
dos EUA com alto valor agregado. Obviamente que esta "flexão" servil
do Brasil, iniciada por Temer e agora aprofundada por Bolsonaro gerou um
colapso da economia argentina. Com a visita ao colega fascista, Macri tenta
atenuar os efeitos da crise do Mercosul em seu país devastado, isto as vésperas
da eleição presidencial que ocorrerão em outubro de 2019. Ironicamente o
casamento "ideal" entre a plataforma fascista e a neoliberal, neste
caso específico das relações comerciais entre Brasil e Argentina, não
produzirão fruto algum econômico. Não adiantará em nada "enxovalhar"
Maduro, enquanto seus "quintais" estão vivendo os drásticos efeitos
da crise capitalista mundial, na qual o Mercosul é apenas o elo colonial mais
fraco.