Ciro Gomes voltou a aparecer no cenário nacional, após um
atraso secular e providencial para ajudar a eleger o fascista Bolsonaro, agora
concedeu entrevista ao jornalista Florestan Júnior do jornal "El
País." Transbordando um ódio virulento contra o PT e uma enorme
generosidade em relação ao governo Bolsonaro, plenamente alinhado com os
articulistas da grande mídia
corporativa, Ciro chamou de “atitude infantil, antidemocrática e burra” o fato
do PT não ter participado da cerimônia de posse do presidente da extrema
direita tupiniquim. Ciro desta vez foi bem mais além na sua tradicional
verborragia bravateira, própria das oligarquias agrárias do Nordeste,
(des)qualificando o Partido dos Trabalhadores como: "esse bando de
canalhas e corruptos, que não é um partido mas uma quadrilha", além de
caracterizar seu antigo chefe político no governo em que integrou como um
"preso comum", ao se referir ao ex-presidente Lula. Imediatamente a
blogosfera petista, e até mesmo os "aliados" do PCdoB, reagiram aos
ataques de Ciro, descredenciando o "coronel", agora nas fileiras do
PDT, como um integrante do campo da esquerda brasileira, levaram quase duas
década para "descobrirem" que o ex-membro da antiga ARENA, nunca
esteve na trincheira popular e nem sequer democrática. Porém o que a
"família" reformista da Frente Popular não revela sobre a oligarquia
Ferreira Gomes, é que continuam controlando com "mão de ferro" no
estado do Ceará o mesmo PT que Ciro e seus irmãos tanto gostam de enxovalhar. E
não estamos falando de um "controle colateral" sobre o PT cearense,
se trata de um "controle total", desde o governador petista Camilo
Santana (reeleito) até as instâncias diretivas do partido, como o presidente De
Assis, um estafeta dos Ferreira Gomes agora também nomeado como secretário no
governo Camilo, e o articulador político do grupo cirista é o histórico petista
Nelson Martins. É lógico que a cúpula nacional do PT é conivente política e se
beneficia materialmente desta "parceria" com os Gomes no Ceará,
talvez por isso Ciro fique tão à vontade de tratar a burocracia petista como
"corrupta", sem que o governador Camilo Santana esboce alguma reação.
Tanto o PT como Ciro vivem uma espécie de "faz de contas" na política
burguesa, o primeiro "faz de conta" que não tem nada a ver com os Ferreira
Gomes e o segundo ataca seus submissos "companheiros" petistas com um
roteiro de "faz de conta" que não temos nenhuma relação política.
Ciro domina completamente a política cearense como o herdeiro do milionário
senador tucano Tasso Jerereissati, os Gomes controlam na região as legendas da
"esquerda" como o PDT, PT, PSB... e também da direita DEM, PP, PSD,
PTB etc...mas pasmem exercem influência até mesmo no único parlamentar do PSOL,
o deputado estadual Renato Rosendo, elogiado publicamente pelo presidente da
Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque (PDT), como um grande colaborador do
governo Camilo Santana. A "força" hegemônica dos Ferreira Gomes não
se restringe simplesmente a política cearense, são proprietários ou sócios de
grandes empresas na região, sempre é claro no nome de "laranjas", o
que permite a Ciro se apresentar como um "pobre e modesto" professor
universitário, sem nunca ter ministrado em toda sua vida uma única aula em
nenhuma faculdade. Não se iludam os tolos e ingênuos honestos que ainda
acreditam no PT, mesmo após ter sido humilhado por Ciro, o PT continuará a
fazer apelos ao oligarca para que integre a Frente Ampla da conciliação de
classes, "sonhando" que poderão derrotar o governo neofascista nas
eleições de 2020, enquanto prossegue no dia a dia a brutal ofensiva
imperialista contra nosso país. Os reformistas só conseguem apostar no
calendário eleitoral previamente fraudado...É hora de romper as ilusões na
institucionalidade burguesa e "arregaçar as mangas" na organização da
greve geral de massas, para derrotar já a ofensiva neofascista contra nossas
conquistas!