CIRCO ELEITORAL FRANCÊS: ARMAR O PROLETARIADO IMIGRANTE COM FUZIS E UM PROGRAMA REVOLUCIONÁRIO!
Amanhã a França votará no primeiro turno das eleições legislativas para o seu parlamento, a Assembleia Nacional. As eleições foram antecipadas pelo genocida presidente Macron, sob justificativa de um fiasco no desempenho de seu partido nas eleições do Parlamento Europeu, uma peça decorativa do imperialismo para reunificar o velho continente. A “extrema-direita“, Rassemblement National (RN), liderada por Marine Le Pen, recém-saída de uma vitória nas eleições europeias no início deste mês, está atualmente encabeçando as pesquisas de boca de urnas, com a reacionária coligação Ensemble do Presidente Emmanuel Macron, apoiada por Lula, ficando bem atrás da Nova Frente Popular (NFP), um agrupamento otanista integrado pela Social Democracia (PS), PCF, PV e Melénchon.
A perspectiva do RN, protofascismo institucional, ser trazido para dentro da gerência do Estado burguês, indicando o Primeiro Ministro em caso de triunfo, serviu de justificativa para levar grande parte da esquerda reformista a formar a Nouveau Front Populaire (NFP), uma coalizão de suporte imperialista composto por organizações pretensamente mais a “esquerda”, incluindo La France insoumise, e o Nouveau Parti Anticapitaliste (trotskizante), ou seja, uma “nova velha” Frente de Colaboração de Classes apoiada pela grande maioria das burocracias indicais francesas (CGT, CFDT, UNSA, FSU).
Embora o programa eleitoral do NFP inclua algumas propostas de “reformas“ populistas (grandes investimentos em serviços públicos, limites de preços nas necessidades básicas, aumento do salário mínimo, imposto sobre a riqueza, supressão do confisco das pensões), também apela ao envio de “peacekeepers”, ou seja, o envio de tropas imperialistas da França para a guerra da Ucrânia contra a Rússia, além da apologia do fortalecimento do sistema policial repressivo e dos serviços de “inteligência” do decadente regime político burguês.
A NFP é pelo menos “honesta” no batismo político do nome, talvez porque seus componentes estão felizes em abraçar e reviver as velhas traições da Social Democracia, desde Mitterrand até o desastroso Holland. Jean-Luc Mélenchon, a figura-chave em La France Insoumise e selecionado como possível Primeiro-Ministro do NFP em caso de vitória, gabou-se abertamente de que "a Nova Frente Popular saberá honrar o passado de Mitterrand”.
Um pouco provável co-governo da Frente Popular (não vencerão as eleições), abertamente comprometido com o domínio imperialista sobre os povos colonizados e procurando gerenciar o Estado burguês, significa um reforço significativo para a plataforma neoliberal de Macron, somando forças com toda a burocracia sindical vendida ao capital financeiro. Entretanto o RN de Le Pen, deverá ganhar a maioria dos lugares no parlamento da V República.
Nesta farsante eleição francesa de velhas opções já “carimbadas”, a questão programática central para a classe trabalhadora é forjar a construção de uma alternativa revolucionária, passando bem ao largo das cretinas ilusões parlamentares como via para a conquista de alguma “mudança social” no terreno institucional. Armar o proletariado imigrante, nos bairros periféricos, com fuzis e um programa genuinamente classista, é a tarefa chave para os Marxistas Leninistas gauleses.