terça-feira, 18 de junho de 2024

UP, PCB, PSTU E PCO RECEBERÃO R$ 3,4 MILHÕES CADA UM DO FUNDO ELEITORAL: ESSE É O PREÇO QUE A BURGUESIA PAGA PARA CORROMPER A “ESQUERDA” QUE MESMO FORA DO GOVERNO E PARLAMENTO RESPEITA A DEMOCRACIA DOS RICOS! 

PSTU, PCB, PCO e UP irão receber cada um R$ 3,4 milhões do Fundo Eleitoral de 2024. O valor representa quase duas vezes e meia o que era em 2020. O aumento de verba para esses partidos se dá porque o próprio Fundo Eleitoral aumentou. No final de 2023, o corrupto Congresso Nacional votou o Orçamento para 2024 com um Fundão turbinado, de R$ 4,9 bilhões, sendo que ele era de R$ 2 bi em 2020. Pela regra do TSE, 2% do Fundo deve ser repartido igualmente entre todos os partidos registrados, o que dá R$ 3,4 milhões para cada uma das legendas de esquerda que estão fora dos governos e parlamentos. PCO, PCB, PSTU e UP foram premiados por seu servilismo a democracia dos ricos. 

O Estado burguês é bastante generoso com aqueles que legitimam o regime político democratizante, justamente porque deseja cooptar materialmente a “esquerda”, esteja ela dentro ou fora do governo, para que alimente o circo da democracia dos ricos que amortece a luta de classes e renova seus gerentes a cada eleição.

Pela ótica Marxista não existe diferença alguma (apenas nos volumes financeiros) dos “mimos” (legais ou ilegais) recebidos por Lula em seus governos diretamente oriundos de grandes empresas ou das verbas estatais contabilizadas para o caixa partidário. Ambas são formas de corrupção do capital dirigidas ao amortecimento da luta de classes e cooptação das lideranças operárias.

Os Marxistas Leninistas, extremamente minoritários mas íntegros em sua moral revolucionária, não podem admitir o recebimento de nenhum financiamento eleitoral das classes dominantes, seja pela forma do Estado burguês ou pela via das grandes corporações capitalistas.

A decomposição política e programática do PT em mais um partido da esquerda burguesa, confirma a lógica de ferro abstraída por Trotsky quando se referia ao fenômeno da Social Democracia europeia, como dizia um velho ditado russo: “Quem paga o violinista cigano tem o direito de ouvir a polca”. Por outro lado, a eliminação das “comissões estruturais” recebidas pelos gerentes do Estado burguês diretamente das empresas capitalistas, só é possível sob outro modo de organizar a economia nacional, ou seja, o modo de produção socialista, programa que o PT não defende!

A cooptação do capital e seu Estado ocorre não exclusivamente com os partidos burgueses que realizam “negócios” vultuosos quando gerenciam a chamada “máquina pública”, também está presente nas concessões legais como o Fundo Eleitoral recebidas pelo PCO, PSTU, PCB e UP. 

Este mecanismo embora “perfeitamente legais” não passa de uma forma de integrar forças políticas de “esquerda” ao regime burguês, com as verbas estatais produto da extração da mais valia do proletariado.

Não se trata de nenhum “purismo sectário” da LBI, estamos falando de uma questão elementar e de princípios para os genuínos Comunistas: um Partido Revolucionário não pode ser financiado pela burguesia, direta ou tampouco indiretamente, como nos orienta claramente uma resolução acerca das eleições parlamentares aprovada no congresso da III Internacional, que sequer admitia que suas seções nacionais participassem de disputas eleitorais para cargos administrativos (majoritários) do Estado. 

Como uma organização política Comunista somos visceralmente contrária ao recebimento “legal ou ilegal” de fundos financeiros (doações ou verbas) da burguesia e seu Estado.

Cabe registrar que o PCO elaborou uma tese cínica onde afirma que “não aceita doação da burguesia”. Como sempre a “cara de pau” de Rui Pimenta não tem limite. Ano após ano o PCO recebe milhões de Reais da burguesia, pela via do Estado capitalista e seu fundo institucional para financiar e domesticar partidos na defesa deste regime da democracia dos ricos. Rui e seu pequeno círculo familiar, passaram a fazer apologia da política lulista de contenção das lutas, em nome é claro do combate a direita, na mesma proporção que foram incluídos legalmente na lista dos partidos favorecidos pelo Fundo Eleitoral bilionário do TSE.

Obviamente que o desenho institucional construído pelo regime político no Brasil, falamos no suposto “financiamento público” (o Estado capitalista não tem nada de público, é a concentração privada no gerenciamento dos negócios da grande burguesia) dos partidos e suas campanhas eleitorais, não se deu por princípios “éticos ou democráticos”, é uma estratégia das classes dominantes de cooptação e disciplinamento dos partidos políticos a ordem vigente.

A peculiaridade “nacional” deste Fundo Estatal, é que no Brasil ele chega a ser economicamente superior a países imperialistas como França, Itália e Espanha por exemplo, nos EUA nem sequer existe para os partidos. A “generosidade” da burguesia nacional está intimamente relacionada ao nível de integração da esquerda reformista ao regime da democracia dos ricos, afinal quem vai pretender “matar a galinha dos ovos de ouro”?

Os Marxistas Leninistas não acompanham, por princípios programáticos, a integração material da esquerda reformista ao Estado burguês, mesmo que essa cooptação tenha um “revestimento” legal e constitucional. Trotsky ao se referir aos partidos Sociais Democratas (socialistas) da Europa que aceitavam o recebimento de verbas estatais a título de ressarcimento de despesas eleitorais, afirmava que “era a prova cabal da impossibilidade da regeneração dos socialistas democráticos na França” (Cartas aos camaradas franceses sobre o entrismo da IV Internacional no Partido Socialista, novembro de 1938).

Desgraçadamente a esquerda revisionista do trotskismo (PSTU, PCO, CST, MRT), para não falar dos stalinistas (PCB, UP, PCdoB), perdeu completamente as noções básicas da independência de classe, foi “picada” pelo veneno político da colaboração de classes e hoje se dedica a montar comitês eleitorais para tentar eleger alguns poucos parlamentares e embolsar milhões do Estado capitalista para frear a ação direta e revolucionária das massas, no sentido da construção do seu próprio poder político.