quarta-feira, 20 de novembro de 2024

20 DE NOVEMBRO E O PROLETARIADO NEGRO: A ESCRAVIDÃO EXPLORATÓRIA PROSSEGUE SOB O MANTO DA HEGEMONIA DO CAPITAL FINANCEIRO 

No dia 20 de Novembro de 1695 morreu Zumbi dos Palmares, o maior símbolo da resistência negra contra a escravidão pré-capitalista no Brasil. Mais de 320 anos depois de sua morte, não há mais o velho modelo de escravidão agrária em nosso país, mas a marcha da exploração do proletariado negro prossegue, sob o formato da hegemonia do capital financeiro em todas as etapas da produção mercantil, distribuição para o mercado e serviços.

Os dados oficiais do Estado burguês revelam a miserável condição da população trabalhadora negra no Brasil. Evidencia-se que, desde a escravidão iniciada nos anos de 1530 até o tempo presente com o assalariamento, o fio histórico condutor é o modo de produção capitalista, do mercantilismo ao capital financeiro imperialista, com seus resultados devastadores para o conjunto do proletariado de todas as etnias.

Encarar a luta antirracista como uma “escada social” a ser escalada por posições econômicas de consumo e “status” dentro do modo de produção capitalista, como vêm fazendo as correntes reformistas e identitárias, esvazia completamente a história do combate revolucionário do proletariado negro. Portanto, é necessária uma abordagem marxista, ir ao âmago da questão do racismo para concluir que as ações identitárias, sob o pretexto da “reparação”, como a política de cotas raciais, são um passo apenas para cooptar o movimento e anestesiar a luta estratégica pelo socialismo.

Os trabalhadores negros são uma parcela imensa do proletariado brasileiro, superexplorados pela sua condição de classe e pelo seu processo de racialização promovida pelo capitalismo mercantil a partir do século XVII. Também são o segmento do proletariado que mais sente na carne a repressão policial do Estado burguês. Entretanto a esquerda reformista deixou de representar as ideias e o programa de um movimento negro proletário e revolucionário, passando a aderir cada vez mais às ideias de multiculturalismo, e consequentemente, passa a ler o mundo a partir de um ponto de vista policlassista, onde o Estado não teria mais o caráter de defender os interesses de uma determinada classe social. 

Neste 20 de novembro, desde a LBI deixamos claro que toda nossa solidariedade está incondicionalmente atada ao movimento revolucionário negro, e não com as ONG’s e entidades identitárias que traficam vergonhosamente as bandeiras históricas do ativismo étnico antirracista com os representantes da burguesia imperialista e sua Nova Ordem Mundial.