PARTIDO ÚNICO COM DUAS ALAS VENCE AS ELEIÇÕES HÁ DUZENTOS ANOS: ESSA É A DEMOCRACIA DO IMPERIALISMO IANQUE
Há mais de 170 anos, existe apenas um único partido com duas alas políticas que se revezam na Presidência dos Estados Unidos, o Democrata e o Republicano. Com um regime eleitoral que releva o voto popular como um fator totalmente secundário, a democracia do imperialismo ianque está formatada para a “eterna” vitória somente de uma das alas políticas da burguesia norte-americana. Por isso, as eleições presidenciais nos Estados Unidos são um “luxo democrático” muito caro, custam 16 bilhões de dólares para cada pretendente que queira ocupar a gerência da Casa Branca.
Os votos dos delegados no Colégio Eleitoral quase sempre são ganhos pelo candidato que investe mais dinheiro. Portanto, quem tem os doadores mais generosos. São “padrinhos“ que, em vez de especularem na bolsa com ações, especulam nas eleições com candidatos para potencializar seus negócios capitalistas.
No início deste ano, a Comissão Eleitoral Federal suspendeu uma proibição de longa data à coordenação de candidatos com colectivos, como os super PACs, que podem gastar fundos ilimitados nas eleições.
Os Super PACs (Comités de Ação Política) são organizações que angariam e gastam quantias ilimitadas de dinheiro para apoiar ou opor-se a candidatos, mas até agora não podiam coordenar diretamente com as suas campanhas eleitorais. Eles foram criados após a decisão da Suprema Corte no caso “Citizens United vs FEC” em 2010, que permitiu às empresas gastar dinheiro em campanhas eleitorais.
Estes organismos podem receber contribuições de pessoas físicas e jurídicas, o que lhes permite acumular grandes somas de dinheiro. No entanto, devem reportar publicamente os seus doadores e as suas despesas. Isto levou a um aumento significativo nos gastos com campanhas eleitorais, uma vez que os super PACs são capazes de influenciar as eleições através de publicidade e outras formas de promoção, como a compra direta de votos.
Os doadores de fundos são como uma “mochila carregada de pedras” que o vencedor tem de carregar ao longo do seu mandato na Casa Branca. A razão é muito simples, em uma sociedade capitalista nada é de graça e os rentistas querem recuperar o seu investimento financeiro, seja no Democrata ou no Republicano.
Na atual corrida à Casa Branca, os grandes monopólios enfrentam dois “futuros financeiros“ diferentes, separados por colossais 250 bilhões de dólares por ano. O montante potencial deve-se às políticas fiscais divergentes de ambos os candidatos. Kamala Harris promete reverter parcialmente o enorme corte de impostos corporativos de Trump, enquanto Trump diz que o reduzirá ainda mais.
O valor de 250 bilhões de dólares baseia-se em estimativas do Goldman Sachs, que afirma que a proposta de Trump de reduzir a taxa de imposto sobre as sociedades de 21% para 15% acrescentaria 4% aos ganhos do índice de ações S&P 500. O plano de Harris de aumentá-lo para 28 por cento reduziria os lucros em 5 por cento, segundo a Goldman Sachs, e as suas outras propostas fiscais corporativas reduziriam outros 3%. O montante financeiro investido nos candidatos nunca foi maior ou mais ousado do que nas eleições presidenciais deste ano, reconhece a agência Bloomberg.