BALANÇO DOS ATOS CONTRA A ESCALA 6x1: SUPERAR A POLÍTICA DE
LOBBY PARLAMENTAR DO VAT/BUROCRACIA SINDICAL E ORGANIZAR A LUTA DIRETA PELA REDUÇÃO
DA JORNADA DE TRABALHO SEMANAL SEM REDUÇÃO SALARIAL!
Na manhã dessa sexta-feira (15/11) ocorreram os atos pelo fim da escala 6x1 e pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial em várias capitais do país. As manifestações ocorreram no Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Brasília, Vitória, Porto Alegre e Florianópolis. A militância da LBI interveio nos protestos distribuíndo centenas de panfletos com o eixo “Convocação para ‘todes’ na mobilização contra o 6x1 é o caminho da derrota: identitarismo é a política de diluição da classe operária”. Os atos convocados no feriado nacional foram relativamente esvaziados porém demonstraram a disposição de luta dos trabalhadores, que devem superar a direção do VAT e da burocracia sindical unindo a luta contra a escala 6x1 ao combate nas ruas ao pacote de Lula que assalta os trabalhadores!
As organizações políticas que se dizem “simpáticas” ao
Trotskysmo, como o MRT e o PSTU por exemplo, tem colocado em suas convocatórias
para as mobilizações contra a atual escala de trabalho “6x1”, o termo
indentitário de “todes”, querendo apresentar um certo “ar” de “modernismo” em
suas publicações. Porém essa não é uma simples questão semântica, muito pelo
contrário, representa uma grave concessão ideológica do campo marxista ao setor
“woke”, que pretende diluir o caráter revolucionário da classe operária em engodos
policlassistas e integrados a pauta programática do Fórum de Davos (Nova Ordem
Mundial do Capital Financeiro). A questão se coloca ainda mais alarmante,
quando se utiliza dessa terminologia para convocar uma mobilização contra a
atual jornada de trabalho vigente no Brasil, que contempla uma escala de “6x1”.
Quando se necessita de um vigoroso chamado político para os trabalhadores e a
classe operária sairem às ruas para lutar pela redução da jornada de trabalho
sem diminuição salarial, aparece a esquerda revisionista convocando “todes”
para os atos do próximo dia 15 de Novembro. Entretanto a imensa maioria da
classe operária não sabe o que é e quem são os “todes” que a exquerda
corrompida pelo capital inclui em seus panfletos e convocatórias virtuais pela
internet. Essa política “pós moderna” é sem dúvida alguma o caminho mais curto
para a derrota das reivindicações básicas dos trabalhadores. Talvez esses
revisionistas possam amealhar alguns poucos votos com essas posições
identitárias anticomunistas nas próximas eleições legislativas, porém para
combater a ofensiva neoliberal só servem para favorecer a burguesia
imperialista, adepta até a medula da plataforma do “todes”…
A justíssima reivindicação da redução da jornada laboral reaparece agora pela via de um projeto de emenda constitucional (PEC), impulsionado por uma deputada federal do PSOL, Erika Hilton, sem que esteja conectado ao combate da classe trabalhadora, totalmente embriagada com as ilusões eleitorais e paralisada pela camisa de força da burocracia sindical cutista.
A própria parlamentar “trans” do PSOL, autora da PEC, que ganhou ampla simpatia das entidades sindicais e organizações da esquerda por sua iniciativa, possui uma clara estratégia de derrota ao lançar no Congresso Nacional uma escala de trabalho ainda mais avançada do que propõe historicamente o movimento operário, ou seja 40 horas semanais de jornada e não as 36 horas da PEC em debate. Uma “radicalização” da proposta original que tem “cheiro” de ter sido “posta na mesa” para ser rejeitada e posteriormente a parlamentar sair como a “heroína” de “todes” trabalhadores.
A proposta de Erika, Inicialmente rejeitada por Lula e pelo seu próprio Ministro do Trabalho, Luís Marinho, acaba de receber o inesperado apoio do líder do governo na Câmara dos Deputados. Mas o que teria levado o deputado José Guimarães a uma súbita mudança de posição diante da PEC? Vale lembrar aos incautos que estamos as vésperas do governo burguês da Frente Ampla anunciar um Pacote Fiscal que representará um dos maiores ataques desta década as conquistas sociais da classe trabalhadora brasileira.
Nada melhor para uma política distracionista de Lula do que criar uma “cortina de fumaça”, dizendo apoiar formalmente a ação parlamentar de Erika, sem nenhuma perspectiva de aprovação, enquanto descarrega nas costas dos trabalhadores todo o peso da ofensiva neoliberal dos capitalistas. Uma “dobradinha” perfeita entre a política burguesa do identitarismo e a de colaboração de classes da Frente Popular.
Neste momento, onde foram rechaçados nas últimas eleições municipais, os dirigentes lulopetistas afirmam demagogicamente que é necessário “reconectar o partido com as bases”. O apoio teatral do PT a PEC da liderança do PSOL, “caiu como uma luva” para tirar a atenção das massas do famigerado Pacote Fiscal do Planalto.
É necessário organizar uma verdadeira campanha de mobilização pela redução da jornada de trabalho, partindo da reivindicação histórica, desde o tempo da constituinte em 1986, das 40 horas semanais! Preparar greves e atos massivos, ligando a luta contra o criminoso Pacote de Lula ao fim da escala 6x1, é a tarefa política prioritária da vanguarda classista dos trabalhadores.