terça-feira, 12 de novembro de 2024

CONVOCAÇÃO PARA “TODES” NA MOBILIZAÇÃO CONTRA O 6x1 É O CAMINHO DA DERROTA: IDENTITARISMO É A POLÍTICA DE DILUIÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA

Organizações políticas que se dizem “simpáticas” ao Trotskysmo, como o MRT e o PSTU por exemplo, tem colocado em suas convocatórias para as mobilizações contra a atual escala de trabalho “6x1”, o termo indentitário de “todes”, querendo apresentar um certo “ar” de “modernismo” em suas publicações. Porém essa não é uma simples questão semântica, muito pelo contrário, representa uma grave concessão ideológica do campo marxista ao setor “woke”, que pretende diluir o caráter revolucionário da classe operária em engodos policlassistas e integrados a pauta programática do Fórum de Davos (Nova Ordem Mundial do Capital Financeiro). A questão se coloca ainda mais alarmante, quando se utiliza dessa terminologia para convocar uma mobilização contra a atual jornada de trabalho vigente no Brasil, que contempla uma escala de “6x1”. Quando se necessita de um vigoroso chamado político para os trabalhadores e a classe operária sairem às ruas para lutar pela redução da jornada de trabalho sem diminuição salarial, aparece a esquerda revisionista convocando “todes” para os atos do próximo dia 15 de Novembro. Entretanto a imensa maioria da classe operária não sabe o que é e quem são os “todes” que a exquerda corrompida pelo capital inclui em seus panfletos e convocatórias virtuais pela internet. Essa política “pós moderna” é sem dúvida alguma o caminho mais curto para a derrota das reivindicações básicas dos trabalhadores. Talvez esses revisionistas possam amealhar alguns poucos votos com essas posições identitárias anticomunistas nas próximas eleições legislativas, porém para combater a ofensiva neoliberal só servem para favorecer a burguesia imperialista, adepta até a medula da plataforma do “todes”…

A justíssima reivindicação da redução da jornada laboral reaparece agora pela via de um projeto de emenda constitucional (PEC), impulsionado por uma deputada federal do PSOL, Erika Hilton, sem que esteja conectado ao combate da classe trabalhadora, totalmente embriagada com as ilusões eleitorais e paralisada pela camisa de força da burocracia sindical cutista. A própria parlamentar “trans” do PSOL, autora da PEC, que ganhou ampla simpatia das entidades sindicais e organizações da esquerda por sua iniciativa, possui uma clara estratégia de derrota ao lançar no Congresso Nacional uma escala de trabalho  ainda mais avançada do que propõe historicamente o movimento operário, ou seja 40 horas semanais de jornada e não as 36 horas da PEC em debate. Uma “radicalização” da proposta original que tem “cheiro” de ter sido “posta na mesa” para ser rejeitada e posteriormente a parlamentar sair como a “heroína” de “todes” trabalhadores.

A proposta de Erika, Inicialmente rejeitada por Lula e pelo seu próprio Ministro do Trabalho, Luís Marinho, acaba de receber o inesperado apoio do líder do governo na Câmara dos Deputados. Mas o que teria levado o deputado José Guimarães a uma súbita mudança de posição diante da PEC? Vale lembrar aos incautos que estamos as vésperas do governo burguês da Frente Ampla anunciar um Pacote Fiscal que representará um dos maiores ataques desta década as conquistas sociais da classe trabalhadora brasileira.

Nada melhor para uma política distracionista de Lula do que criar uma “cortina de fumaça”, dizendo apoiar formalmente a ação parlamentar de Erika, sem nenhuma perspectiva de aprovação, enquanto descarrega nas costas dos trabalhadores todo o peso da ofensiva neoliberal dos capitalistas. Uma “dobradinha“ perfeita entre a política burguesa do identitarismo e a de colaboração de classes da Frente Popular. Neste momento, onde foram rechaçados nas últimas eleições municipais, os dirigentes lulopetistas afirmam demagogicamente que é necessário “reconectar o partido com as bases”. O apoio teatral do PT a PEC da liderança do PSOL, “caiu como uma luva” para tirar a atenção das massas do famigerado Pacote Fiscal do Planalto.

Como sempre a esquerda revisionista serve de “base complementar” das traições do reformismo oficial. Agora convocam “todes” para uma mobilização no dia 15 de Novembro, um feriado nacional. Nem precisa ser “gênio da lâmpada” para prever o fiasco politico destes atos no feriadão do final de semana. É necessário organizar uma verdadeira campanha de mobilização pela redução da jornada de trabalho, partindo da reivindicação histórica, desde o tempo da constituinte em 1986, das 40 horas semanais! Preparar greves e atos massivos, ligando a luta contra o criminoso Pacote de Lula ao fim da escala 6x1, é a tarefa política prioritária da vanguarda classista dos trabalhadores.