sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

BOLSONARO IMPULSIONA MILÍCIAS FASCISTAS PARA TENTAR UM GOLPE A PARTIR DAS POLÍCIAS MILITARES: ORGANIZAR JÁ OS COMITÊS ARMADOS DE DEFESA PROLETÁRIA!


Publicado hoje (27/12) no Diário Oficial da União, o Projeto de Lei Complementar (PLC) 148/2015, sancionado pelo presidente neofascista Jair Bolsonaro, que extingue a pena de prisão disciplinar para as polícias militares (PM) e os corpos de bombeiros militares dos estados, territórios e do Distrito Federal. Pela nova lei, as punições não poderão estabelecer medida privativa e restritiva de liberdade. Estados e o DF terão prazo de 12 meses após a sanção do novo artigo para implementar as regras. O incentivo à impunidade das tropas policiais por parte do governo de extrema direita não tem somente um sentido eleitoral, como pensa a inofensiva esquerda reformista. A corporação policial militar, criada pelo regime golpista de 1964, tinha como objetivo central de repressão política, com o fim da Ditadura às PM,s já sob o controle dos governos estaduais, passaram a cumprir a função de policiamento geral urbano, ampliando seus efetivos em mais de vinte vezes no curso do enorme crescimento das cidades e com o atrofiamento da polícia judiciária. Porém com o advento do outro golpe em 2016, desta vez com a roupagem institucional, o aparelho policial militar volta a despertar a atenção da burguesia como um instrumento de ataque militar contra uma possível rebelião de massas, que de fato não ocorreu no país. O núcleo mais desqualificado da tropa policial, um enorme contigente de homens armados e treinados para odiar pobres, pretos e agora os “corruptos comunistas”, seguindo a cartilha neofascista empunhada pelo bolsonarismo. Com o triunfo eleitoral do “capitão”, a questão do aparelho militar adquiriu uma outra feição política, não só no interior das próprias Forças Armadas, mas principalmente no seio dos batalhões das polícias militares. O governo Bolsonaro vem cultivando o “mito fascista” na tropa policial e que hoje atende muito mais o comando do presidente do que o dos governadores, que formalmente ainda tem o controle da tropa. É o germe já bem desenvolvido da formação das milícias fascistas armadas e prontas para desfecharem um verdadeiro golpe de Estado, sem que oficialmente o exército venha a assumir o protagonismo da ação, como ocorreu em 1964. Bolsonaro sequer tem o menor cuidado em disfarçar seus objetivos em um recrudescimento do regime, em nota oficial o Palácio do Planalto destaca que, segundo os autores da nova lei, os deputados federais Subtenente Gonzaga (PDT-MG) e Jorginho Mello (PL-SC) , "A valorização dos policiais e bombeiros militares passa necessariamente pela atualização dos seus regulamentos disciplinares”. O surgimento de grupos integralistas, aparentemente sob a direção do “astrólogo” Olavo de Carvalho e as milícias paramilitares nas periferias sob a direção de Flávio Bolsonaro, não estão em contradição com o nascimento de um comando fascista na hierarquia das polícias militares, muito pelo contrário...É claro que a articulação para uma medida de força que unifique todos os setores da extrema direita , depende da situação política do país, ou mais precisamente de uma ameaça à estabilidade do regime bonapartista vinda do movimento de massas. Porém como o PT e Lula a frente da esquerda reformista (PSOL, PCdoB e PCO) não pretendem nada além de demagogia eleitoral, sonhando com o retorno ao Planalto em 2022, descartando qualquer chamado a ação direta do proletariado contra a ofensiva neoliberal, o crescimento das forças fascistas continua nos “bastidores da república” em estado de alerta, sob o olhar beneplácito de todos os “democratas” da Frente Popular de colaboração de classes.