quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

EM 04 DE DEZEMBRO DE 2011 NOS DEIXAVA SÓCRATES, UM CRAQUE SEMPRE PRESENTE NA LUTA DEMOCRÁTICA DO POVO BRASILEIRO: HOJE OS JOGADORES NEOFASCISTAS DOMINAM O FUTEBOL MERCADORIA


Em tempos sombrios, onde o neofascista Bolsonaro se utiliza das camisas de vários times, desde o Flamengo até o Santos, passando obviamente pelo Palmeiras, com o futebel mercadoria dominando os gramados com seus jogadores mercenários direitistas, como o novo “ídolo nacional” Gabigol ou o fascista Bruno Mello, nada melhor que lembrar do “Doutor Sócrates”, que faleceu em 04 de dezembro de 2011. Ele foi o maior jogador da história do Corinthians. O “Doutor”, como era chamado por ser formado em medicina, representava o futebol arte não apenas por seu alto nível técnico e inteligência, mas por combater exatamente a manipulação do futebol pela burguesia. Foi assim que participou ativamente do movimento democrático burguês pelas “Diretas Já” em 84 e criou a chamada “Democracia Corintiana”, organismo dos jogadores pelo qual decidiam através do voto desde a renovação e contração de jogadores até os horários dos treinamentos e o fim do confinamento (as concentrações). Destoando do estereótipo dos jogadores de futebol, alienados e despolitizados, Sócrates acompanhava e se posicionava diante de importantes fatos da luta de classes, apesar das limitações políticas e programáticas da esquerda reformista na qual se referenciava. Um bom exemplo que marcou essa trajetória foi a inquebrantável posição de defesa incondicional do Estado operário cubano, reafirmada com todo vigor em sua última entrevista no programa da jornalista Marília Gabriela no SBT que foi ao ar no dia 26/10/2011, assim como a denúncia do assassinato de Kadaffi pela OTAN na Líbia. O futebol nacional presenciou nesse Brasileirão de 2019, diferentes situações, dois paradigmas diametralmente antagônicos. De um lado, em pleno apogeu, o pacto empresarial que determinou o campeonato para o Flameng como consequência da completa apropriação desta importante manifestação da cultura corporal do nosso povo pelo grande capital, transformando-a em mercadoria e instrumento dos interesses capitalistas. A “modernização” do futebol brasileiro nada mais representa do que a implementação à força do futebol-mercadoria, ou seja, a imposição de uma estrutura mercantil-mercenária dos esportes em oposição ao entretenimento e à paixão popular que o povo tem por seu clube. Do outro, os que lutam contra essas forças reacionárias e alienantes do futebol, tendo a convicção, assim como tinha o “Doutor Sócrates”, da necessidade da abolição do modo de produção capitalista através da revolução como a única forma de garantir a emancipação de toda atividade criativa da humanidade. O combate à mercantilização do esporte que se manifesta todo ano neste farsesco campeonato como produto direto do pacto empresarial entre os “cartolas” de clubes que celebram junto com o neofascista Bolsonaro deve ser feito em nome da livre manifestação da cultura corporal-esportiva do nosso povo, o que só pode ser concebida com a abolição do modo de produção capitalista através da revolução proletária, após a qual estaria garantida a expansão de todo o potencial criativo e coletivo da humanidade!