“Consultado pela direção do Partido dos Trabalhadores, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que neste momento é contra a
palavra de ordem Fora Bolsonaro”, a informação foi divulgada hoje (23/05) na capa
do site “247”, o principal de porta-voz da blogosfera frente populista. Ainda
segundo o “247”: “Depois de uma videoconferência na última terça-feira (21) em
que ouviu a opinião de Lula, a direção petista marcou reunião de sua Executiva
Nacional para a próxima terça-feira (28), quando oficializará a nova
orientação”. Para os Marxistas da LBI não surpreende de forma alguma a diretriz
de conciliação apontada por Lula para o PT mas também para o conjunto da Frente
Popular (PT, PSOL e PCdoB), há algum tempo vimos criticando a posição das
direções reformistas em utilizar as multitudinárias mobilizações contra o
governo fascista como forma de barganha eleitoral e lobby parlamentar. A
própria postergação da convocação da greve geral, limitada somente a um dia de
paralisação, é um sinal claro da política de colaboração de classes da Frente
Popular, que não pretende derrotar a malfadada (contra)reforma da Previdência
pela via da ação direta das massas. Lula ao menos teve a sinceridade política
que sempre lhe foi peculiar, quando por exemplo afirmava que os banqueiros
nunca ganharam tanto dinheiro como no seu governo. Já os dirigentes da
burocracia sindical cutista não detém a mesma honestidade de Lula, e seguem
iludindo os trabalhadores com discursos contra Bolsonaro e sua ofensiva
neoliberal, mas na prática concreta apostam na desmobilização e barganha com o
governo fascista. As palavras de Lula, às vésperas do “Dia Nacional de Luta”de
todos os setores da educação, no próximo 30/05, soam como um verdadeiro
desestímulo político para o movimento de massas, que cada vez mais acumula
forças para derrubar este regime bonapartista de exceção e seu “capitão”
fascista de plantão. Desgraçadamente toda a estratégia programática da Frente
Popular se concentra nas próximas eleições municipais, onde busca obter um
forte ponto de apoio para negociar uma “transição segura” do regime em 2022. O
momento operário e popular deve rejeitar categoricamente esta orientação de
conciliação com as instituições deste regime fruto do golpe parlamentar,
devemos sim impulsionar o assenso das massas que saíram as ruas com a vontade
de derrotar todo o plano de ajuste neoliberal imposto pelos rentistas,
colocando a perspectiva de construção de uma nova alternativa de poder
socialista e revolucionária. A frente única de ação estabelecida com o PT e seus
apêndices(PSOL e PCdoB) não deve significar de forma alguma a chancela ao seu
programa reformista de colaboração de classes. As vergonhosas declarações de
Lula, vem exatamente no momento em que se articula uma Frente Ampla (Direitos
Já!) de "oposição" com partidos do chamado “Centrão”, um bloco que representa justamente os
interesses do mercado financeiro no Congresso Nacional. Nós Marxistas
Leninistas compreendemos a gravidade do momento político, e em oposição ao
caminho de derrotas da Frente Ampla, lançamos um chamado para a formação de uma
Frente Operária e Popular, que assuma como norte político a ação direta das
massas, no combate frontal e vitorioso contra ofensiva neoliberal que ameaça
suprimir as conquistas históricas dos trabalhadores.