quinta-feira, 23 de maio de 2019

LULA ORIENTA O PT A NÃO RADICALIZAR CONTRA O GOVERNO FASCISTA: “FORA BOLSONARO” NEM PENSAR...


“Consultado pela direção do Partido dos Trabalhadores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que neste momento é contra a palavra de ordem Fora Bolsonaro”, a informação foi divulgada hoje (23/05) na capa do site “247”, o principal de porta-voz da blogosfera frente populista. Ainda segundo o “247”: “Depois de uma videoconferência na última terça-feira (21) em que ouviu a opinião de Lula, a direção petista marcou reunião de sua Executiva Nacional para a próxima terça-feira (28), quando oficializará a nova orientação”. Para os Marxistas da LBI não surpreende de forma alguma a diretriz de conciliação apontada por Lula para o PT mas também para o conjunto da Frente Popular (PT, PSOL e PCdoB), há algum tempo vimos criticando a posição das direções reformistas em utilizar as multitudinárias mobilizações contra o governo fascista como forma de barganha eleitoral e lobby parlamentar. A própria postergação da convocação da greve geral, limitada somente a um dia de paralisação, é um sinal claro da política de colaboração de classes da Frente Popular, que não pretende derrotar a malfadada (contra)reforma da Previdência pela via da ação direta das massas. Lula ao menos teve a sinceridade política que sempre lhe foi peculiar, quando por exemplo afirmava que os banqueiros nunca ganharam tanto dinheiro como no seu governo. Já os dirigentes da burocracia sindical cutista não detém a mesma honestidade de Lula, e seguem iludindo os trabalhadores com discursos contra Bolsonaro e sua ofensiva neoliberal, mas na prática concreta apostam na desmobilização e barganha com o governo fascista. As palavras de Lula, às vésperas do “Dia Nacional de Luta”de todos os setores da educação, no próximo 30/05, soam como um verdadeiro desestímulo político para o movimento de massas, que cada vez mais acumula forças para derrubar este regime bonapartista de exceção e seu “capitão” fascista de plantão. Desgraçadamente toda a estratégia programática da Frente Popular se concentra nas próximas eleições municipais, onde busca obter um forte ponto de apoio para negociar uma “transição segura” do regime em 2022. O momento operário e popular deve rejeitar categoricamente esta orientação de conciliação com as instituições deste regime fruto do golpe parlamentar, devemos sim impulsionar o assenso das massas que saíram as ruas com a vontade de derrotar todo o plano de ajuste neoliberal imposto pelos rentistas, colocando a perspectiva de construção de uma nova alternativa de poder socialista e revolucionária. A frente única de ação estabelecida com o PT e seus apêndices(PSOL e PCdoB) não deve significar de forma alguma a chancela ao seu programa reformista de colaboração de classes. As vergonhosas declarações de Lula, vem exatamente no momento em que se articula uma Frente Ampla (Direitos Já!) de "oposição" com partidos do chamado “Centrão”, um bloco que representa justamente os interesses do mercado financeiro no Congresso Nacional. Nós Marxistas Leninistas compreendemos a gravidade do momento político, e em oposição ao caminho de derrotas da Frente Ampla, lançamos um chamado para a formação de uma Frente Operária e Popular, que assuma como norte político a ação direta das massas, no combate frontal e vitorioso contra ofensiva neoliberal que ameaça suprimir as conquistas históricas dos trabalhadores.