sexta-feira, 24 de maio de 2019

MAY RENUNCIA: CRISE DO “BREXIT” COLOCA IMPERIALISMO BRITÂNICO EM UM DILEMA... PASSAR A GERÊNCIA ESTATAL PARA A EXTREMA-DIREITA OU AO TRABALHISMO. NENHUMA ILUSÃO NO SOCIAL-DEMOCRATA DE “ESQUERDA” JEREMY CORBYN! POR UMA ALTERNATIVA OPERÁRIA E SOCIALISTA!


A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May anunciou nesta sexta-feira (24) que vai renunciar ao cargo em 7 de junho após quase três anos à frente do governo e em meio à forte pressão interna do Partido Conservador pelo fracasso de sua gestão no processo do "Brexit": "Está claro agora para mim que é do melhor interesse do país que um novo primeiro-ministro lidere o esforço da saída do Reino Unido da União Europeia. Assim, anuncio hoje que vou renunciar ao cargo de líder do Partido Conservador na sexta-feira, 7 de junho". Em um governo incapaz de resolver o quebra-cabeça do “Brexit”, a renúncia da premiê Theresa May era o desfecho esperado para a novela que estende desde pelo menos janeiro, quando sua tentativa de acordo de divórcio com a União Europeia (UE) foi rejeitada pela primeira vez. Nesse sentido, ela declarou: “Eu sei que o Partido Conservador pode se renovar nos próximos anos, que podemos realizar o Brexit e servir o povo britânico com políticas inspiradas em nossos valores”. May continuará exercendo o cargo de primeira-ministra interina até que seja escolhido um sucessor, processo que, provavelmente, levará várias semanas. Um novo líder do Partido Conservador pode se tonar o próximo primeiro-ministro do Reino Unido, sem necessidade de organizar eleições gerais, o que deve aprofundar a crise. Por essa razão, o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, pediu novas eleições no Reino Unido nesta sexta-feira: “Ela agora aceitou o que o país sabe há meses: ela não pode governar, assim como seu partido dividido e desintegrado também não pode. Quem quer que se torne o novo líder conservador deve deixar as pessoas decidirem o futuro do nosso país, por meio de eleições gerais imediatas”. Como afirmamos anteriormente, esse desfecho terá consequências diretas no processo de reorganização do fascismo europeu, agora impulsionado a ingressar em uma escala estatal. É óbvio que muito além das questões institucionais e da renúncia de May está em jogo poderosos interesses de mercado do imperialismo ianque, que apontavam para manter a subordinação comercial da Europa a indústria dos EUA. É neste ponto que se concentra o papel econômico da UK, um forte entreposto comercial dos EUA no mercado comum europeu. Os Marxistas Revolucionários não nutrem ilusão alguma na unidade do capital financeiro europeu celebrada no Tratado de Maastricht, porém não podemos assistir passivos a ofensiva fascista protoimperialista ganhar fôlego com o triunfo do "BREXIT". Sabemos historicamente que o nazismo necessita controlar um forte estado nacional para "desafiar" seus concorrentes imperialistas "democráticos", a Inglaterra pode servir de escada para esta escalada mundial, ao contrário da Alemanha atual que não possui contingente militar autônomo da OTAN. Uma prova contundente que a vitória do “Brexit” abriu a senda para reorganização do imperialismo fascista europeu foi a reação dos partidos de extrema-direita no continente. Após o Reino Unido decidir sair da União Europeia, líderes da extrema-direita nacionalista de França, Holanda, Itália e outros países também afirmaram que iriam pedir referendos para deixar o bloco. Por sua vez, o Partido Trabalhista em 2016 envidou todos seus esforços políticos e materiais pela vitória do "SIM", com seu "renovado" líder de "esquerda", Jeremy Corbyn, prometendo lutar por "medidas anti-recessivas" e " mudanças políticas" na política conservadora da cúpula estatal europeia. Atualmente, tenta capitalizar a crise do governo May mas a extrema-direita vem ganhando terreno. Como podemos observar, continua ascendente a tendência política de deslocamento à direita na Europa, com o avanço do fascismo que questiona pela direita a representatividade da democracia burguesa. Este caminho está sendo pavimentado por um rebaixamento no nível de consciência das massas, um giro à direita no terreno da política e um retrocesso no campo da cultura que vem crescendo desde a queda contrarrevolucionária do Muro de Berlim e a vitória da restauração capitalista na URSS. Nesse sentido, é preciso alertar, preparar e organizar o proletariado e, particularmente, sua vanguarda mais combativa para um período de fascistização dos regimes e de mais aventuras militares neocolonialistas. Este processo reacionário está baseado em um profundo retrocesso na consciência do proletariado (apesar do revisionismo do trotskismo caracterizar que “revoluções” estão pipocando em todo o planeta) e somente pode ser barrado com a resistência operária e popular aos planos do imperialismo, apontando a Ditadura do Proletariado como alternativa revolucionária à crise do capital e seu regime político senil, o que para os comunistas se materializa por erguer em alternativa ao fascismo ascendente a palavra de ordem pela "União das Repúblicas Socialistas da Europa". A materialização deste longo e paciente combate passa pela construção de um partido internacionalista e revolucionário que lute por derrotar a União Europeia imperialista, sob a qual a vida das massas converte-se em uma bárbara escravidão, para edificar em seu lugar uma União das Repúblicas Socialistas da Europa, forjando a única saída verdadeiramente progressista para o velho continente.