Seguindo uma orientação explícita da farsesca “Operação Lava
Jato”, por dois votos a um (o do relator do processo, Ivan Athiê) os
“ilustríssimos” desembargadores do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio
de Janeiro) decidiram revogar o habeas corpus concedido ao ex-presidente Michel
Temer em março. Com isso, volta a valer a ordem de prisão expedida pelo
“Justiceiro” Marcelo Brêtas, o clone carioca de Sérgio Moro. Porém o “cabeça
pensante” da quadrilha mafiosa do MDB, o ex-ministro do governo Dilma, Moreira
Franco, foi absolvido pelo mesmo Tribunal e continuará “livre e solto”. A razão
da aparente contradição da dosimetria jurídica do TRF nas sanções aplicadas a
Temer e ao “Gato angorá” (apelido de Moreira Franco colocado pelo saudoso Leonel
Brizola) é claramente política. Moreira Franco é um político burguês
considerado de “nobre linhagem”, casado com a neta de Getúlio Vargas, foi
governador do Rio de Janeiro e Ministro de Estado em vários períodos
republicanos. Porém é o parentesco com o presidente da Câmara dos
Deputados (Rodrigo Maia) de quem é sogro, a explicação pela condição de
“imunidade” que lhe foi dada pelo Tribunal Regional Federal. O deputado Rodrigo
Maia além de presidente da Câmara, é o principal “cacique” do bloco parlamentar
denominado de “Centrão”, fiador da aprovação das (contra)reformas no Congresso
Nacional, diante da debilidade de governança do presidente fascista do
inexpressivo PSL, legenda de aluguel sem a menor tradição política. Como para a
burguesia nacional a única razão para bancar o débil presidente fascista é a
aprovação das (contra)reformas exigidas pelo mercado financeiro, Rodrigo Maia
líder do “Centrão” assume um papel central nesta delicada conjuntura nacional.
A prisão de Moreira Franco em março deste ano desagradou profundamente o
presidente da Câmara dos Deputados, que chegou a ameaçar uma ruptura com o
governo golpista e sua agenda de “ajustes” neoliberais, mas é claro tudo não
passou de uma barganha para a libertação de Moreira Franco, só mesmo a
degradada esquerda reformista acreditou que o “Centrão” pudesse se colocar
contra a (contra)reforma da Previdência Social. Agora Temer retorna ao cárcere
somente com o seu comparsa coronel Lima, deixando evidente o caráter de fraude
jurídica da famigerada “Operação Lava Jato”. Os Marxistas da LBI foram os
primeiros que denunciaram a “República de Curitiba” como uma manobra do
imperialismo ianque para impor um golpe institucional no Brasil, a trajetória
oportunista de seu “capo”, Sérgio Moro, só confirmou todos nossos prognósticos.
Sabemos bem que a prisão de Temer faz parte de mais um espetáculo midiático
para tirar o foco nacional da grave crise econômica por que passa o país,
passando bem longe de qualquer medida moralizadora, como quer fazer crer o
embuste da “Lava Jato”. Mas tampouco nos colocamos pela defesa do golpista
Temer como fez o PT e seus satélites. A luta de classes não avançará por meio
de nenhum “braço” do Estado Burguês, muito menos do corrompido sistema
judiciário, por isso diante do conflito aberto entre a máfia do MDB e a “Lava
Jato”, nos colocamos pela derrota de ambos bandos capitalistas! Somente a ação
direta das massas e seus organismos poderá derrotar as (contra)reformas e
instaurar um novo regime político dos trabalhadores: o socialismo!