O maior ato da extrema direita nesta domingueira
bolsonarista ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, onde pelo menos cinco mil
pessoas se concentraram na orla de Copacabana, “em tese” para apoiar as
(contra)reformas que retiram direitos históricos da população brasileira. Pode
parecer estranho que setores do próprio povo se manifestem nas ruas a favor da
pauta neoliberal dos rentistas e banqueiros, verdadeiros parasitas da nação.
Porém em uma análise mais “fina” da situação, podemos aferir que uma parcela majoritária
da audiência destes atos neofascistas foi composto por “fiéis” e funcionários
das milhares de igrejas(seitas) evangélicas e pentecostais que povoam a
periferia das principais cidades do país. Estes “Centros” religiosos são
organizados em regiões de muita carência econômica, e funcionam como uma
verdadeira rede de proteção social, onde geralmente falha por completo os
serviços da seguridade estatal. Seitas empresariais como a chamada “Igreja
Universal” e outras similares, tiveram um fantástico crescimento nas últimas
duas décadas, e não raramente obtiverem até financiamento público para a
expansão de seus negócios, inclusive nos governos da Frente Popular. Na etapa
mais recente da história os “chefes” espirituais destas seitas empreenderam uma
verdadeira “guerra santa” contra as lideranças do PT, consideradas como
“traidoras”, assumindo desta forma um papel de protagonismo no impeachment da
presidente Dilma. Após o golpe institucional os pastores evangélicos partiram
para a “cruzada sagrada”, em um empenho máximo para a eleição do ex-capitão,
que se dizia convertido ao “cristianismo ortodoxo”. Agora com a prematura
falência de sua gerência neoliberal e inoperante, Bolsonaro apela para a imensa
base social evangélica, que pela via do icentivo de seus “pastores” ganhou as
ruas deste domingo para tentar lotar os atos neofascistas, contra suas próprias
condições de vida. Este fenômeno político que ocorre na conjuntura de nosso
país poderia se definido pelos Marxistas como uma espécie de “Theofascismo”, e não
deixa de ser um elemento muito nocivo para a luta do movimento operário e
popular. Como a esquerda reformista não organizou previamente nenhuma
mobilização de massas para defenestrar a reacionária “domingueira”, os
bolsonaristas conseguiram marchar em algumas cidades com relativo peso, sob a
bandeira do “Deus Mercado” e guiados para o abismo por pastores e rentistas...