74 ANOS DA VITÓRIA DO EXÉRCITO VERMELHO SOBRE O NAZISMO: PARA
ENFRENTAR A ONDA REACIONÁRIA MUNDIAL REAFIMAR O COMUNISMO COMO ALTERNATIVA
REVOLUCIONÁRIA PARA A HUMANIDADE ANTE A BARBÁRIE CAPITALISTA
Neste dia 8 de maio completam-se os 74 anos da tomada de
Berlim pelas tropas soviéticas, data que entrou para a história simbolizada com
a bandeira da URSS sendo erguida no alto do Reichstag depois da vitória do
Exército Vermelho na épica “Batalha de Berlim”. O 8 de maio de
1945 é a data oficial da capitulação da Alemanha nazista ao final da Segunda
Guerra Mundial, mas o primeiro ato aconteceu, na verdade, um dia antes, em
Reims (França), enquanto que o definitivo foi concluído na noite de 8 para 9 de
maio em Berlim. O primeiro documento de rendição foi assinado pelo general
Alfred Jodl, chefe do Estado-Maior da Wehrmacht, em 7 de maio de 1945, no
quartel-general americano de Reims (leste da França). Do lado dos vencedores, a
ata foi rubricada pelo general Walter Bodell-Smith, chefe do Estado-Maior do
general Dwight Eisenhower, comandante supremo dos Aliados, e o general
soviético Ivan Susloparov. A cerimônia de Berlim, exigida pelo líder soviético
Joseph Stalin e presidida pelo marechal Georgi Yukov, começou em 8 de maio
quase à meia-noite (ou seja, já era dia 9 de maio, em Moscou, devido à
diferença de fuso), mas terminou em 9 de maio à 00h45. Este documento
definitivo de capitulação da Alemanha nazista, datado de 8 de maio de 1945, foi
assinado pelo marechal Yukov e o marechal britânico Arthur William Tedder, em
nome do comandante supremo do Corpo Expedicionário Aliado na Europa, e, como
testemunhas, pelo general francês De Lattre de Tassigny e o general
norte-americano Carl Spaatz. Era o ano de 1945 e se aproximava o fim a Segunda Guerra
Mundial em um contexto de rendição incondicional da Alemanha nazista. Em quase
seis anos de conflito, mais de 50 milhões de vidas foram exterminadas como
consequência direta das sangrentas batalhas, dos bárbaros assassinatos nos
campos de concentração nazistas e dos hediondos massacres contra a população
civil, como as bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos sobre as cidades
japonesas de Hiroxima e Nagasaki. As comemorações dos 74 anos da derrota do
nazismo hoje, celebrada particularmente com um grande desfile militar na Rússia com forte simbologia comunista (tanques com estrelas
vermelhas e bandeiras com a foice e martelo), são crivadas pelo retorno do
fascismo na Ucrânia patrocinado pelo “democrático” imperialismo ianque e a
resistência das repúblicas populares no Leste ucraniano. Apesar dos
“historiadores” a soldo do capital buscarem falsificar a história, a derrota do
nazismo foi efetivamente uma vitória militar do Exército Vermelho fundado por
Trotsky. A campanha militar de Hitler não havia sofrido um só revés até
dezembro de 1941, quando fracassou a tentativa de conquistar Moscou. Porém, a
batalha decisiva da Segunda Guerra só ocorreu no ano seguinte, na famosa
Stalingrado. Em agosto os alemães fizeram a primeira investida contra a cidade
com pesados bombardeios. Mas os combates que determinaram a derrota nazista
ocorreram a partir de novembro. Em 30 de janeiro de 1943, no décimo aniversário
de sua ascensão ao poder, Hitler, fazendo um solene pronunciamento pelo rádio,
declarou: “Daqui a mil anos os alemães falarão sobre a Batalha de Stalingrado
com reverência e respeito, e se lembrarão que a despeito de tudo, a vitória da
Alemanha foi ali decidida”. Três dias depois o marechal Von Paulus assinava a
rendição do 6º Exército alemão diante do General Chuikov, comandante das tropas
do Exército Vermelho em Stalingrado. A vitória soviética, como era de se
esperar fortaleceu enormemente o stalinismo como principal direção política
para o proletariado mundial, reduzindo a influência da IV Internacional a um
pequeno círculo de propaganda. A orientação do Kremlin, em nome dos acordos com
as potências imperialistas celebrados em Yalta e Potsdam, conduziu a derrota de
vários processos revolucionários ocorridos no pós-guerra. Na Itália e na
França, os PCs, que haviam alcançado um enorme prestígio na organização da
resistência partisans, foram orientados a conformar governos de unidade
nacional com os partidos burgueses. Na Grécia, a traição do stalinismo,
permitiu a derrota da insurreição operária em Atenas, sufocada pelos pesados
bombardeios da aviação britânica. Porém, na Iugoslávia e na China, onde as
orientações de Stálin não foram seguidas, a luta de libertação nacional
resultou na expropriação da burguesia, independente da presença militar do
Exército Vermelho. Apesar das traições stalinistas, a onda revolucionária que
se abriu no pós-guerra era uma evidência de que a heroica resistência do Estado
operário soviético, ainda que burocratizado, foi um colossal estímulo para a luta
de classes do proletariado mundial. Nos dias atuais, é fundamental resgatar o
legado da vitória da resistência soviética sobre o nazismo, ainda que sob o
comando de Stálin, para combater a atual ofensiva imperialista, postando-se no
campo político e militar das “repúblicas populares” do Leste da Ucrânia para
derrotar o governo nazifascista imposta em Kiev (como fizeram os trabalhadores
do país na Segunda Guerra Mundial) a fim de avançar para a construção de um
nova União das Repúblicas Socialistas Soviéticas!
Os soviéticos fizeram prisioneiros 94.500 soldados alemães,
entre os quais 2.500 oficiais, 24 generais e o próprio marechal Von Paulus. As
baixas nazistas chegaram a 140.000. O eixo central da temível máquina de guerra
de Hitler foi irrecuperavelmente despedaçado. O Exército Vermelho tomou dos
nazistas 60.000 veículos, 1.500 blindados e 6.000 canhões. Os nazistas passaram
a sofrer, então, sucessivas derrotas. Em julho, foram derrotados em Kursk, na
maior batalha de tanques da história. O Exército Vermelho prosseguiu
infringindo pesadas baixas ao inimigo, fazendo-o recuar, libertando os povos
submetidos à barbárie nazista e só se deteve com a completa rendição da
Alemanha. Hitler havia cometido um grave erro, ao subestimar Exército Vermelho
e a resistência do povo soviético. A batalha de Stalingrado não decidiu a
vitória alemã. Ao contrário, seu desfecho assegurou a derrota final do Terceiro
Reich, que perdeu 75% do seu exército na frente oriental, para onde foram
enviadas as melhores tropas alemãs. Apesar de todo o esforço de guerra contra o
nazismo, entre 1941 a 1943, ter sido concentrado sobre o Estado operário da
União Soviética, a imprensa burguesa tenta minimizar a importância da URSS,
apresentando o desembarque das forças aliadas imperialistas na Normandia (Norte
da França), em 1944, como a ação militar que determinou a derrota do nazismo,
quando na verdade essas tropas só não foram completamente esmagadas pelos
nazistas porque, atendendo a um pedido de Churchill (Primeiro-Ministro da
Inglaterra), Stalin ordenou a abertura de novas frentes de combate no Leste. A
vitória da URSS sobre o nazismo custou ao proletariado soviético a
extraordinária cifra de 26,6 milhões de mortos, dos quais cerca de 74% eram
combatentes civis. A resistência operária, combatendo junto com o Exército
Vermelho, foi o fator decisivo para a vitória soviética. Na defesa de Moscou
foram mobilizados mais de cem mil operários em milícias armadas e cerca de 250
mil civis, a maioria mulheres, foi à linha de frente dos combates para cavar
fossos antitanques. Em Leningrado, a classe operária resistiu durante 900 dias
aos ataques que fizeram cerca de 2 milhões de mortos.
Já em Stalingrado, as primeiras baterias antiaéreas a
resistirem ao ataque de 23 de agosto de 1942 foram operadas por jovens
voluntárias, mal saídas do ginásio. Na batalha mais sangrenta da Segunda
Guerra, ergueram-se barricadas em cada rua, cada prédio, cada posição,
transformou-se numa fortaleza inexpugnável dada a obstinação dos combatentes na
defesa de seus postos. Batalhões de milícias operárias foram enviados para
combater a 16ª Divisão de panzers alemães. Na fábrica de tratores que produzia
os tanques T-34, voluntários saltavam dentro dos tanques antes mesmo de serem
pintados, retirando-os da linha de produção diretamente para o campo de
batalha. Com a intensificação dos combates, em novembro, os operários da
fábrica Outubro Vermelho, que produzia carros de assalto, empunharam armas,
formando uma muralha de fogo em torno da fábrica. A defesa da cidade foi feita
na batalha corpo a corpo, combatia-se casa a casa, em cada centímetro de chão.
Num único dia a estação de trens mudou de mãos sete vezes. O motivo que levou
centenas de milhares de jovens a lutar com tamanha obstinação e fúria ia muito
além dos apelos da burocracia stalinista em nome da Grande Guerra Patriótica.
Combatiam em defesa das conquistas da Revolução de Outubro por cuja
consolidação, há 25 anos, seus pais haviam derramado sangue para derrotar o
exército branco e as tropas invasoras de 14 países mobilizadas pelas potências
imperialistas para sufocar a revolução bolchevique e destruir o nascente Estado
operário soviético.
A política criminosa do stalinismo, tanto interna como
externamente, foi a responsável direta pelo elevado sacrifício do proletariado
na luta contra o fascismo. Na Itália e na Alemanha, das ruínas da Primeira
Guerra Mundial surgiu um vigoroso movimento revolucionário, logo sufocado pelas
traições da socialdemocracia que, em defesa do Estado burguês, assassinou
revolucionários como Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht e preparou o caminho
para a ascensão do fascismo. A partir dos anos 20 o trabalho
contrarrevolucionário da socialdemocracia recebeu o reforço do stalinismo com
sua política de Frentes Populares, que produziu desastrosas derrotas do
proletariado, como o massacre dos comunistas chineses em 1927 pelas forças do
Koumitang. Sob o impacto da crise econômica de 1929, que causou pânico na
burguesia diante da ameaça do comunismo, a política de frente popular do
stalinismo desarmou o proletariado alemão frente à ascensão do nazismo e, mais
tarde, contribuiu para o fracasso da Revolução Espanhola. Apesar da Alemanha
nazista ter assinado em 1936 um acordo com o Japão e a Itália, o chamado pacto
Anti-Comintern, cujo objetivo era a destruição da URSS, Stálin estabeleceu com
Hitler o Pacto Gemano-Soviético de Não-Agressão, permitindo que os nazistas
ocupassem a Polônia e concentrassem suas melhores tropas na fronteira do Estado
operário soviético, onde aguardaram as ordens do estado-maior nazista para a
invasão da URSS.
Internamente, a política contrarrevolucionária do stalinismo
se manifestou através do extermínio de toda a vanguarda dirigente do Partido
Bolchevique e de quase todos os quadros do Exército Vermelho, através dos
fraudulentos processos de Moscou, muitos dos quais forjados a partir de provas
falsas fornecidas pela polícia secreta nazista, a Gestapo. Os expurgos no
Exército Vermelho, iniciado em 1937, resultaram 36.671 executados, presos ou
afastados. Dos 706 oficiais do escalão de comandantes de brigada para cima,
apenas 303 permaneceram intocados. Essa desestruturação, além da incredulidade
e desorientação da burocracia stalinista diante da agressão nazista, deram aos
exércitos alemães enorme vantagem durante o primeiro ano da ocupação, ceifando
milhões de vidas de soldados do Exército Vermelho e da população civil. A
existência, ainda que reduzida, de quadros do Exército Vermelho que tinham
origem na Revolução Bolchevique e participado da guerra civil, a exemplo de
Chuikov, garantiu a reorganização do exército e a retomada da ofensiva
soviética. Os métodos utilizados pela camarilha stalinista para manter o poder
foram bárbaros, com perseguições políticas a seus opositores de esquerda como
Trotsky e mesmo de direita. Porém, constitui um grave erro colocar um sinal de
igualdade entre os regimes stalinista e nazista, como fazem os democratas
pequenos burgueses que classificam ambos como regimes totalitários. O nazismo
alemão, assim como o fascismo italiano, é um instrumento do capital financeiro,
seu último recurso para conter a revolução proletária e o socialismo,
mergulhando a sociedade na barbárie política como forma de preservar a
propriedade burguesa, quando a economia capitalista mundial entra em colapso
pela impossibilidade de desenvolvimento das forças produtivas nos marcos da
sociedade burguesa. Hitler e Mussolini foram financiados pelas grandes
corporações capitalistas para impor o terror ao movimento operário e afastar o
fantasma do comunismo. Nesses países, a derrubada do regime político ligava-se
diretamente à tarefa da revolução socialista ainda não realizada pelo
proletariado.
A camarilha burocrática stalinista, por sua vez, instalou-se
como um parasita sobre o Estado operário nascido da Revolução de Outubro, que
já havia expropriado a burguesia e estabelecido a propriedade estatal dos meios
e produção como condição fundamental para o desenvolvimento das forças
produtivas necessárias para a consolidação da sociedade socialista. As
condições de isolamento da revolução e de atraso da base econômica sobre a qual
se ergueu o nascente Estado operário Soviético, provocaram uma degeneração no
aparelho estatal, que foi transformado num instrumento de domínio burocrático
contra a classe operária. Todavia, a casta burocrática, assentava seu domínio
sobre as bases sociais da Revolução de Outubro. Embora degenerado pela
burocracia, a União Soviética continuava sendo um Estado Operário, uma posição
conquistada pelo proletariado que devia ser defendida a todo custo, como
Trotsky deixou claro no Programa de Transição ao analisar as frações em choque
dentro da burocracia soviética: “Se amanhã a tendência burguesa-fascista, isto
é, a ‘fração Butenko’, entra em luta pela conquista do poder, a ‘fração Reiss’
tomará, inevitavelmente, lugar no outro lado da barricada. Encontrando-se
momentaneamente como aliada de Stálin, ela defenderá, é claro, não a camarilha
bonapartista deste, mas as bases sociais da URSS, isto é, a propriedade
arrancada dos capitalistas e estatizada. Se a ‘fração Butenko’ se achar em
aliança com Hitler, a ‘fração Reiss’ defenderá a URSS contra a intervenção
militar, tanto no interior do país, quando na arena mundial. Qualquer outro
comportamento seria uma traição”.
Depois de 74 anos da II Guerra Mundial, uma questão continua
mal respondida ou propositalmente ignorada por alguns setores da esquerda
revisionista que reivindicam o trotsquismo. Trata-se da definição do caráter da
guerra. O PCO, convertido à política de colaboração de classes dos
neostalinistas do PCdoB, apresentou a questão nos seguintes termos: “Na
realidade, a Segunda Guerra Mundial, assim como a primeira, se trata
necessariamente de uma guerra entre potências imperialistas na defesa de seus
interesses econômicos e políticos, resultando como última alternativa desesperada
para estes países iniciar uma grande barbárie e num dos genocídios mais
devastadores da história da humanidade” (Site do PCO). Esse tipo de
caracterização, colocando a URSS como mais uma potência imperialista envolvida
no conflito, revela a marca política do Altamirismo, ex- referência teórica
para o PCO, a abdicação da defesa do Estado operário soviético diante da
agressão militar nazista, o que constitui uma ruptura com um dos princípios
básicos do trotsquismo. O PSTU, seguindo a linha da “stalinofobia”, afirmou que
“A força motriz que deflagrou a Segunda Guerra foi a rivalidade
interimperialista na disputa por novos investimentos, mercados e fontes de
matérias-primas baratas...”. Depois dessa afirmação genérica, acrescenta: “Mas
a invasão na URSS mudou o caráter social do conflito. Até o momento, a guerra
era marcada pela disputa entre os países imperialistas para decidir quem teria
prioridade na rapina mundial. Com a invasão da URSS, a pilhagem realizada pelo
imperialismo alemão era sobre a propriedade coletiva conquistada pela Revolução
de Outubro”. Apesar de reconhecer a ameaça do imperialismo contra as bases
sociais do Estado operário, o PSTU também não diz uma única palavra sobre a
necessidade de defender incondicionalmente a URSS. O caráter imperialista da
guerra era evidente. Desde a quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929, as
economias das principais potências imperialistas da Europa, do Japão e dos
Estados Unidos, passaram a girar principalmente em torno da produção de
armamentos como única saída para enfrentar a crise. Entretanto, o principal
alvo estratégico do expansionismo nazista era a União Soviética. Hitler já o
definira antes de tornar-se chanceler alemão, em janeiro de 1933. Em seu livro
Mein Kanpf (Minha Luta), ponderando sobre a necessidade do que chamava de
“Espaço Vital” (Lebensraum, em alemão) para a raça ariana, o chefe nazista
escrevia: “Se na Europa de hoje falarmos em terras, haveremos de ter em mente
apenas a Rússia e as nações vizinhas a ela subordinadas”. Dentro da estratégia
nazista a ocupação da França era vista apenas como uma condição para o avanço
dos exércitos alemães rumo ao Leste. Em 1938, na Conferência de Munique, os
governos da França e da Inglaterra deram o sinal verde para que Hitler lançasse
suas tropas sobre a Tchecoslováquia, anexando à região dos Sudetos. No ano
seguinte as tropas nazistas ocuparam o restante do país. Quanto aos Estados
Unidos, a principal potência imperialista que emergiu da Primeira Guerra
Mundial, até dezembro de 1941 tinha uma política dúbia, tanto em relação ao
Japão como à Alemanha, a ponto de Hitler, já em plena guerra, contar com a
manutenção da neutralidade norte-americana como uma de suas principais
vantagens. Na verdade, da mesma forma como a burguesia alemã criou o nazismo
como um instrumento de repressão ao momento operário, as potências
imperialistas procuravam servir-se dele como um aríete contra a União
Soviética. Os aliados da Alemanha nazista, por sua vez, já vinham promovendo
ataques contra países coloniais e semicoloniais desde o início da década. Em
1931, o Japão ocupou a Manchúria e em 1937 invadiu o restante do território
chinês, iniciando um conflito que só terminou em 1945. Em 1935, a Itália
invadia a Etiópia. Portanto, a Segunda Guerra Mundial conformou simultaneamente
um caráter imperialista, defensista (guerra do imperialismo contra a URSS) e de
libertação nacional para vários países coloniais que estavam sob domínio
imperialista, tanto nazifascista como “democrático”.
A tentativa das correntes revisionistas de estabelecer ao
conflito da Segunda Guerra apenas um caráter de disputa entre países
imperialistas é uma vergonhosa capitulação ao imperialismo na medida em que
omitem a necessidade de defender os países oprimidos e o Estado Operário da
URSS. Como afirmava Trotsky, “O dever do proletariado internacional será ajudar
os países oprimidos em guerra contra seus opressores. Este mesmo dever
estende-se também a URSS ou a outro Estado operário que possa surgir antes ou
durante a guerra” (Programa de Transição). Essa política explica porque esses
revisionistas saudaram com tanto entusiasmo o fim da URSS em 1991 como uma
grande vitória “democrática” do proletariado mundial. Como se recusam a fazer
uma profunda autocrítica de sua capitulação às pressões da opinião pública pequeno
burguesa contaminada pela campanha da mídia imperialista em defesa da
restauração capitalista no Leste europeu, essas correntes não conseguem
explicar o retrocesso ideológico das massas diante da atual ofensiva
imperialista. Afinal, isso significaria reconhecer sua responsabilidade
política nesse retrocesso, cuja expressão é a ausência de referência comunista
por parte das novas gerações da vanguarda de militantes classistas e a completa
integração ao Estado burguês de amplos setores de esquerda que se reivindicavam
marxistas e que hoje se aferraram à defesa da democracia universal e dos
valores morais burgueses, processo de corrupção política que se aprofundou
ainda mais no Brasil com a ascensão dos governos da Frente Popular.
Ao comemorar os 74 anos da derrota nazista, o proletariado
internacional e os explorados de todo o mundo, que sofrem diariamente a
opressão de tropas da OTAN a serviço do imperialismo em sua atual ofensiva
militar, como os povos do Afeganistão, Iraque, Haiti, Líbia, Síria e Palestina,
devem tomar a firme resistência do povo soviético como uma prova incontestável
de que o imperialismo e sua ofensiva neoliberal podem ser derrotados política e
militarmente . Uma derrota militar da máquina de guerra imperialista pode abrir
uma nova etapa histórica para a humanidade, marcada pela retomada da luta rumo
à revolução proletária e o socialismo. Esta lição está mais viva do que nunca
na atual luta contra os fascistas que vem sendo travada nas Ucrânia, na
Venezuela e mesmo no Brasil. Não por acaso, as bandeiras vermelhas com a foice
e o martelo são empunhadas pelos setores da vanguarda que lutam contra os
seguidores de Hitler e Stepan Bandera na Ucrânia, assim como voltam a tremular
com força na própria Rússia do nacionalista burguês Putin. Retomar a luta pelo
comunismo é a melhor forma de honrar a memória dos que tombaram contra o
fascismo parra defender a URSS e as conquista da revolução em uma etapa onde o
imperialismo usa a o conto da "democracia" para impor seus regimes
títeres pelo planeta, mais particularmente nas antigas repúblicas soviéticas e
do Leste Europeu.
Aproveitamos essa
data histórica de combate ao nazismo, para reforçar que a burguesia brasileira
segue como títere a ofensiva reacionária mundial do imperialismo, interrompendo
com um golpe institucional a sequência eleitoral dos governos da Frente Popular
encabeçados pelo PT. A capitulação do PT as “regras sagradas” da democracia
burguesa facilitam o trabalho sujo da reação fascista que precisou apenas de
uma manobra parlamentar para descartar a presidente eleita com o financiamento
das grandes empreiteiras e bancos monopolistas, que agora mantém Lula preso e
empossou Bolsonaro no Planalto. Cabe ao proletariado e sua vanguarda mais
destacada empreender o combate revolucionário e antifascista para derrotar a
“reacionária serpente ainda no seu ninho” que avança no Brasil e em todo o
planeta. Essa é a lição nos deixada quando celebramos os 74 anos da vitória do
Exército Vermelho contra o nazismo, mantendo firme a bandeira do Comunismo
contra a reação fascista atual, no Brasil e no mundo!