UM PRIMEIRO BALANÇO DA MICARETA DIREITISTA (26M): BOLSONARO
ACIONA SUAS HORDAS FASCISTAS ENQUANTO FRENTE POPULAR (INATIVA) BUSCA CONSOLIDAR
UMA ALIANÇA COM O MDB/CENTRÃO...
As manifestações da micareta direitista do último
domingo (26/05) não podem ser simplesmente ignoradas, como quer fazer crer
grande parte da esquerda reformista. Desde a LBI alertamos que no vácuo e
inação da Frente Popular, os movimentos fascistas poderiam ocupar “espaços
vazios”, foi o que ocorreu ontem, principalmente nas capitais do Rio e São
Paulo. As hordas neofascistas, convocadas pelo clã Bolsonaro, foram às ruas
para demonstrar que ainda existem em bom número, apesar do colapso político
prematuro do governo golpista. Com uma base social de milhões de evangélicos de
toda a sorte de seitas, milhares de policiais civis e militares e uma pequena
elite de classe média urbana, não foi muito difícil para o governo mobilizar
nacionalmente um número relativamente expressivo de “ativistas da reação”. A
“novidade” desta domingueira fascista, ao contrário das inúmeras ocorridas
entre o final de 2014 e meados de 2016, foi seu eixo político não mais voltado
contra o PT, agora o foco dos ataques estavam dirigidos a um setor da direita
neoliberal, especialmente o chamado “Centrão” e suas lideranças como o
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Além do “fogo” aberto contra
o “Centrão”, também estavam na pauta dos atos da reação o linchamento do STF e
a defesa intransigente das (contra)reformas neoliberais, exigidas pelo“Deus” mercado. A Frente Popular
(PT, PSOL e PCdoB) se manteve inerte diante das marchas bolsonaristas deste
domingo, evitando convocar qualquer contra-mobilização de massas para
defenestrar as hordas fascistas. Apostando abertamente em uma aliança com o
“Centrão/MDB”, que segundo os dirigentes do PT poderia flexionar à esquerda em
função dos pesados ataques recebidos pelo clã Bolsonaro, Gleisi e Haddad foram
até a cidade de Belém procurar celebrar uma aliança eleitoral com o governador
Helder Barbalho (MDB), um legítimo representante de uma das oligarquias mais
corruptas do país. Porém o balanço político do “Centrão” foi completamente
oposto, para os estafetas do mercado financeiro no Congresso Nacional, o 26M
demonstrou um “grande apoio” para a (contra)reforma da Previdência, sendo o
melhor momento, segundo Rodrigo Maia, de agilizar no parlamento a pauta do
“ajuste” neoliberal contra o povo brasileiro. Realmente parece que a Frente
Popular não consegue abstrair qualquer lição do golpe institucional que ela
mesma sofreu, Lula tem grande saudade de sua antiga “base aliada” (o “Centrão”
de hoje), e já orientou o PT a descartar o eixo do “Fora Bolsonaro”. O PSOL que
costuma ser apresentado pelas correntes revisionistas como a “nova esquerda”,
segue fielmente a mesma linha de colaboração de classes do PT, procurando um
acordo municipal no Rio de Janeiro com partidos burgueses e golpistas. Para a
vanguarda classista do movimento operário e popular, não resta outro caminho
que não seja o da superação política das direções reformistas, construindo de
forma independente a estratégia da revolução socialista no calor da ação direta
das massas.