segunda-feira, 27 de maio de 2019

UM PRIMEIRO BALANÇO DA MICARETA DIREITISTA (26M): BOLSONARO ACIONA SUAS HORDAS FASCISTAS ENQUANTO FRENTE POPULAR (INATIVA) BUSCA CONSOLIDAR UMA ALIANÇA COM O MDB/CENTRÃO...


As manifestações da micareta direitista do último domingo (26/05) não podem ser simplesmente ignoradas, como quer fazer crer grande parte da esquerda reformista. Desde a LBI alertamos que no vácuo e inação da Frente Popular, os movimentos fascistas poderiam ocupar “espaços vazios”, foi o que ocorreu ontem, principalmente nas capitais do Rio e São Paulo. As hordas neofascistas, convocadas pelo clã Bolsonaro, foram às ruas para demonstrar que ainda existem em bom número, apesar do colapso político prematuro do governo golpista. Com uma base social de milhões de evangélicos de toda a sorte de seitas, milhares de policiais civis e militares e uma pequena elite de classe média urbana, não foi muito difícil para o governo mobilizar nacionalmente um número relativamente expressivo de “ativistas da reação”. A “novidade” desta domingueira fascista, ao contrário das inúmeras ocorridas entre o final de 2014 e meados de 2016, foi seu eixo político não mais voltado contra o PT, agora o foco dos ataques estavam dirigidos a um setor da direita neoliberal, especialmente o chamado “Centrão” e suas lideranças como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Além do “fogo” aberto contra o “Centrão”, também estavam na pauta dos atos da reação o linchamento do STF e a defesa intransigente das (contra)reformas neoliberais,  exigidas pelo“Deus” mercado. A Frente Popular (PT, PSOL e PCdoB) se manteve inerte diante das marchas bolsonaristas deste domingo, evitando convocar qualquer contra-mobilização de massas para defenestrar as hordas fascistas. Apostando abertamente em uma aliança com o “Centrão/MDB”, que segundo os dirigentes do PT poderia flexionar à esquerda em função dos pesados ataques recebidos pelo clã Bolsonaro, Gleisi e Haddad foram até a cidade de Belém procurar celebrar uma aliança eleitoral com o governador Helder Barbalho (MDB), um legítimo representante de uma das oligarquias mais corruptas do país. Porém o balanço político do “Centrão” foi completamente oposto, para os estafetas do mercado financeiro no Congresso Nacional, o 26M demonstrou um “grande apoio” para a (contra)reforma da Previdência, sendo o melhor momento, segundo Rodrigo Maia, de agilizar no parlamento a pauta do “ajuste” neoliberal contra o povo brasileiro. Realmente parece que a Frente Popular não consegue abstrair qualquer lição do golpe institucional que ela mesma sofreu, Lula tem grande saudade de sua antiga “base aliada” (o “Centrão” de hoje), e já orientou o PT a descartar o eixo do “Fora Bolsonaro”. O PSOL que costuma ser apresentado pelas correntes revisionistas como a “nova esquerda”, segue fielmente a mesma linha de colaboração de classes do PT, procurando um acordo municipal no Rio de Janeiro com partidos burgueses e golpistas. Para a vanguarda classista do movimento operário e popular, não resta outro caminho que não seja o da superação política das direções reformistas, construindo de forma independente a estratégia da revolução socialista no calor da ação direta das massas.