quinta-feira, 16 de maio de 2019

JOSU TERNERA, HISTÓRICO DIRIGENTE DO ETA, É PRESO HOJE NA FRANÇA... LOUISA HANOUNE, LIDERANÇA LAMBERTISTA É ENCARCERADA NA ARGÉLIA: PELA LIBERDADE IMEDIATA DOS PRESOS POLÍTICOS QUE SÃO ALVO DA REPRESSÃO DOS GOVERNOS CAPITALISTAS NAS METRÓPOLES E “COLÔNIAS”!


José Antonio Urrutikoetxea, mais conhecido como Josu Ternera, foi preso nesta quinta-feira pela polícia francesa por volta das 7h (horário local, 2h em Brasília) no estacionamento de um hospital da localidade de Sallanches, nos Alpes franceses. A detenção ocorreu quando ele se dirigia ao centro sanitário para ser tratado de um câncer diagnosticado há alguns anos. O ex-chefe político do ETA, de 68 anos, estava foragido havia 17 anos. O goveno Macron e sua justiça expediu mandado de prisão contra ele para que cumpra no país uma pena de oito anos por ligação com grupo separatista, proferida em 1º de junho do ano passado por um tribunal de París. Ele será diretamente levado a uma penitenciária francesa. Entre outras ações, Josu Ternera está sendo processado na Espanha cinicamente por crimes contra a humanidade desde outubro de 2015, em um processo no qual são réus também os ex-dirigentes do ETA Garikoitz Aspiazu (Txeroki), Mikel Karrera (Ata), Aitzol Iriondo e Aitor Elizaran. O ministro do Interior do Governo interino da Espanha, Fernando Grande-Marlaska, elogiou "o caráter simbólico" da detenção, que qualificou como uma "vitória do Estado de direito". Grande-Marlaska reconheceu que a "entrega material" de Ternera à Justiça espanhola pode ser adiada até que ele cumpra sua pena na França. O histórico dirigente do ETA militou por meio século na organização separatista basca e desempenhou praticamente todas as funções orgânicas e estratégicas no grupo. Foi um dos símbolos do ETA. Estava em paradeiro desconhecido desde 2002, quando o Tribunal Supremo da Espanha o intimou a depor sobre sua participação no atentado do alojamento militar de Zaragoza. Ternera, que na época era deputado regional pelo partido Euskal Herritarrok, fugiu e retomou a vida na clandestinidade, o que não o impediu de participar das conversações com o Governo socialista de José Luis Rodríguez Zapatero em 2006, quando havia uma guerra fratricida pelo poder interno do ETA, afinal vencida pelo setor mais duro, encabeçado por Javier López Peña (Thierry) e Garikoitz Azpiazu Urbina (Txeroki). Ternera foi afastado, embora a ascendência que tinha na organização tenha voltado a lhe dar o protagonismo no dia em que o grupo anunciou o fim definitivo da luta armada, em 2011. Ternera foi o encarregado de dar voz à declaração de dissolução e desmantelamento do ETA em maio de 2018. Por sua vez na Argélia, ex-colônia francesa, no dia 9 de maio, Louisa Hanoune, dirigente lambertistas do Partido dos Trabalhadores (PT) da Argélia, uma das correntes revisionista do trotskismo, foi colocada em prisão preventiva pelo tribunal militar de Blida. O PT argelino defende em seu programa político reformista de radicalização da democracia burguesa a realização de uma Assembleia Constituinte em meio à crise política que sacode o pais. Como denuncia o comunicado de imprensa do PT, trata-se claramente de um ato de perseguição política. Houve muito repúdio na Argélia contra a prisão da líder e de uma figura pública da esquerda, denunciando que o Exército quer forçar a aprovação de sua agenda nas eleições de 4 de julho, apesar de sua rejeição pelo povo argelino. Por seu turno, a Liga Argelina dos Direitos Humanos (LADDH) considerou que esta prisão abriu o caminho para “todos os cenários e todos os desvios”. Como se observa o imperialismo europeu vem perseguindo e prendendo os militantes do ETA mesmo após o movimento basco ter declarado sua entrega gradual de armas. Esta linha reacionária segue analogamente o que está acontecendo na Argélia, quando organizações politícas de esquerda estão questionando o governo burguês capacho do imperialismo francês. A perseguição a esses militantes é a expressão política mais acabada da crise e o consequente recrudescimento do regime sob as hostes do imperialismo europeu e nos países semicoloniais. Os governos imperialistas europeus recorrem até mesmo a fatos ocorridos há mais de 20 anos para perseguir e incriminar ativistas sociais ou militantes de organizações de esquerda como método de intimidação não só aos remanescentes do ETA, mas a todo movimento das massas exploradas e nacionalidades oprimidas. Frente a este curso reacionário que se abriu no mundo, com profundos ataques ao proletariado e as suas liberdades democráticas é necessário que o ativismo de esquerda, classista e democrático organize atos pela liberdade imediata Josu Ternera, Louisa Hanoune e de todos os presos políticos das masmorras do imperialismo e de seus governos capachos!