O deputado federal Marcelo Freixo e seu “entorno” político,
ao longo do último período tem sido falsamente apresentado pela esquerda
“socialista” do PSOL (Resistência, CST, LSR, Comuna, Insurgência, etc...) como
a melhor expressão de “combatividade” do partido. Inclusive os setores da
“esquerda” do PSOL, em nome desta identidade programática com Freixo, não tem o
menor constrangimento de indicar vários cargos remunerados de assessoria
parlamentar nos gabinetes dos deputados do grupo de Freixo. Desde a LBI nunca
compartilhamos do “mito” Freixo, muito pelo contrário vimos denunciando o
parlamentar do PSOL como uma das melhores expressões da política de colaboração
de classes do reformismo da Frente Popular. O PSOL já convertido nacionalmente
em apêndice político do PT desde o impeachment da presidente Dilma, quer
assumir no Rio de Janeiro o papel de protagonista da Frente Ampla, justamente
fincado no grande peso eleitoral de Freixo no estado. Em meio a crise prematura
do governo fascista de Bolsonaro, e no despontar das primeiras multitudinárias
mobilizações contra a ofensiva neoliberal em curso, a Frente Popular(PT, PSOL e
PCdoB) não consegue ter outro eixo estratégico de ação que não seja o das
próximas eleições. E coube exatamente a Marcelo Freixo a iniciativa de
articular na cidade do Rio de Janeiro a formação de uma bloco eleitoral burguês
ainda bem mais amplo do que a “tradicional” Frente Popular. Para cumprir este
objetivo o PT carioca deu um passo importante, já abriu mão de lançar uma
candidatura própria à prefeitura, retirando o nome da deputada federal e
ex-governadora Benedita da Silva. “Não seremos um empecilho para ampliar o arco
de alianças”, afirmou Washington Quaquá, presidente do PT-RJ, admitindo ceder
para o PDT a indicação do vice na chapa que seria encabeçada por Freixo. Por
outro lado o PDT, dominado pelo oligarca reacionário Ciro Gomes, também aposta
na consolidação da aliança com o PSOL e PT, porém com impõe a condição da
deputada estadual “miliciana” Marta Rocha encabeçar a frente eleitoral. O
Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, descarta qualquer aliança que não
tenha a deputada Martha Rocha como
cabeça de chapa para a prefeitura. O “ídolo” da esquerda revisionista do PSOL,
Marcelo Freixo, que não tem qualquer traço político de de independência de
classe, não “desanima” com as condições impostas por Lupi e tampouco se opõe a
que seu partido se reivindicando de esquerda se junte a uma legenda burguesa
que apoia o “ajuste” neoliberal ditado pelos rentistas do mercado financeiro.
Descaradamente Freixo declarou: “O PT mostrou maturidade ao colocar o projeto
coletivo acima de questões partidárias. Quanto ao PDT, o Lupi não poderia falar
nada de diferente neste momento. Nós vamos continuar dialogando com todas as
forças do campo progressista”. Agora as tendências de “esquerda” do PSOL, logo
farão seu malabarismo para justificar o oportunismo policlassista de Freixo,
mas todas de olho em uma possível vitória a “qualquer preço” para a prefeitura
da cidade do Rio de Janeiro, afinal de contas novas e rentáveis “assessorias”
poderão surgir para reforçar seus aparatos burocráticos...