quinta-feira, 23 de maio de 2019

ELEIÇÕES BANCÁRIOS/CE: PSTU (CONLUTAS) E PSOL (RESISTÊNCIA) INTEGRAM CHAPÃO DE COLABORAÇÃO DE CLASSES COM A DIREÇÃO TRAIDORA DO SINDICATO (CUT/CTB), ABORTANDO A LUTA POR CONSTRUIR UMA ALTERNATIVA CLASSISTA DE OPOSIÇÃO! 


Longe de resgatar o sindicato para os bancários e bem perto de arrancar alegria ao futuro da burocracia traidora da CUT/CTB, que dirige há anos o sindicato dos bancários do Ceará, o PSTU que constituía com o PSOL um tipo de oposição bancária domesticada e inofensiva, resolve integrar, para as eleições do sindicato em julho próximo, uma chapa de “unidade” com a burocracia traidora da CUT e CTB, justamente com aqueles que dizia combater. Como vimos tratava-se de pura demagogia! Tudo para chegar à direção do sindicato a qualquer preço e usufruir das benesses sindicais como liberações e estabilidade. Essa “unidade” não avança a luta dos bancários, apenas servirá para confundir e desmoralizar o ativismo classista, além de anistiar a política de colaboração de classes dessa burocracia sindical vendida que enfiou goela abaixo da categoria a farsa da mesa única da Fenaban, pautas rebaixadas, fóruns viciados, assembleias burocráticas, antidemocráticas e acordos rebaixados bianuais. Foram os novos “aliados” do PSTU-PSOL que dividiram política e fisicamente assembleias por banco para sabotar nossas greves em benefício dos banqueiros e da estabilidade política dos governos da Frente Popular. O combate e denúncia das traições da burocracia governista cedem vez para a diplomacia, adaptação oportunista e anistia à sua política de colaboração de classes. Em 2018, o PSTU que defendia a prisão de Lula, depois em um giro de 180º chegou a ingressar pela porta dos fundos numa chapa de unidade “Lula Livre” com os pelegos da CUT e CTB só para ter direito a delegados aos fóruns viciados da campanha salarial.

Não é de hoje essa política criminosa do PSTU de concessões programáticas e manobras à direita para comercializar princípios e enveredar numa unidade política com iniciativas do imperialismo na Líbia, Síria, Egito e no Brasil, com o vergonhoso apoio ao impeachment que resultou no golpe institucional que apeou Dilma do governo (Fora Todos) e à prisão política de Lula pela Lava Jato. Depois, frente ao seu isolamento político na vanguarda, acabou apoiando o PT nas eleições presidenciais de 2018 e também já negocia seu retorno ao aparato da UNE. Além disso, para garantir alguma sobrevivência política adotou o discurso do fetiche da “unidade” com as centrais pelegas (CUT, CTB, FS, UGT...) como tábua de salvação, tanto no plano político como no sindical como ocorreu nos atos do 1º de maio. Essa política de conchavos entre grupos e partidos reformistas que apresenta-se sob bandeiras e proposições genéricas e ambíguas, pretensamente combativas, servem para melhor ludibriar os trabalhadores. O programa comum deles é a conciliação de classes, a desmobilização dos trabalhadores e a completa adaptação à democracia burguesa e suas instituições.

Não é à toa que em eleições sindicais anteriores, apesar do MOB fazer um chamado à construção de uma chapa unitária da Oposição através não de acordos de bastidores mas fruto de uma Convenção da Oposição, ampla e democraticamente convocada na base para aprovar um programa classista e eleger os membros da chapa pela proporcionalidade direta dos setores em disputa, o PSTU junto com o PSOL promoveu uma política de exclusão, censura e veto político contra o MOB e os militantes da LBI, o que garantiu a reeleição da dobradinha PT/PCdoB. Afinal, a defesa da unidade e pluralidade política só serve para aqueles que estão à sua direita, isto é, para a burocracia sindical e nunca para os que estão à sua esquerda como o MOB e a LBI.

Unidade! Quem não a quer? Mas nem toda “unidade” resulta em força. A unidade com traidores significa derrota, isto é, reciclar uma burocracia completamente desgastada na base com forças e elementos que fraudulentamente rejuvenescerão a burocracia sindical, com um verniz de esquerda, conferindo-lhe fôlego para continuar a mesma política de derrotas é simplesmente uma traição. É uma soma que subtrai, dispersando forças para o enfrentamento de classe contra o governo da direita fascista. Por isso, o que se vê são apenas “dias de luta” de 24hs só com atos ordeiros e pacíficos orientados apenas a desgastar eleitoralmente o governo e negociar esmolas no ajuste neoliberal através de lobby parlamentar.

Nós do MOB e companheiros classistas que assinam essa nota, não só estamos na contramão dessa política criminosa como a denunciamos e a combatemos. Os trabalhadores querem unidade para a luta, mas não para fazer pacto social, não para sabotar as mobilizações, não para servir aos objetivos de camarilhas pelegas de esquerda ou de direita que atuam como uma federação diplomática dos interesses corrompidos do Estado. Chamamos o ativismo combativo que protagonizou greves históricas na categoria a não depositar qualquer confiança nessa burocracia reciclada da chapa “Unidade pra Lutar”. Devemos construir e fortalecer um polo alternativo de direção a partir de um núcleo de lutadores que não se vergue às chantagens da burocracia sindical vendida nem ao oportunismo congênito da oposição domesticada e adaptada do PSTU e Resistência (PSOL) que vai manobrando politicamente de acordo com seus interesses de aparato. Enquanto isso, os trabalhadores amargam demissões em massa, assédio moral, destruição da previdência pública, tentativa de privatização das estatais e bancos públicos, arrocho salarial, terceirização...

Nesse momento de profunda polarização política com a ofensiva da direita fascista no país contra os direitos e conquistas dos trabalhadores, é fundamental romper o caráter defensivo e disperso das lutas, unificando-as e centralizando-as rumo a construção de um amplo movimento que culmine numa greve geral por tempo indeterminado, capaz de derrotar demissões em massa, assédio moral, destruição da previdência pública, tentativa de privatização das estatais e bancos públicos, arrocho salarial, terceirização, enfim toda a ofensiva neoliberal do fascista Bolsonaro. Denunciar a capitulação política das direções conciliadoras e intervir na crise com fisionomia própria, através de um programa operário e independente significa forjar uma alternativa classista dos trabalhadores para arrancá-los da influência da política de conciliação de classes dessa corrompida burocracia sindical.

ASSINAM:

HYRLANDA MOREIRA – BRADESCO
ANTONIO PITOMBEIRA – BANCO DO BRASIL
EDUARDO MAIA – CEF
AIRTON NASCIMENTO – BRADESCO
AUGUSTO CÉSAR PAIVA – CEF
NELSON AZEVEDO  BRADESCO
VALDÉCIO FERREIRA  CEF