No 1º de Maio “unificado” realizado em São Paulo pelas
centrais sindicais (CUT, FS, CTB, CONLUTAS) foi anunciada a convocação da
“Greve Geral” de um dia em 14 de junho. A decisão foi saudada entusiasticamente
pelo conjunto da “esquerda” reformista adaptada ao regime da democracia dos
ricos. PT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCO... todos em uníssono apresentaram a medida
como uma grande vitória da “unidade”! Nada mais falso! O 14 de junho escolhido
a dedo pela burocracia sindical de forma unânime trata-se de uma sexta-feira,
quando começam as chamadas “festas juninas” no país, que se iniciam
oficialmente com o dia de Santo Antônio (13.06). Isto se com o alongamento da
marcação da data a “greve faz de contas” não sofrer um novo adiamento. Não
precisa ser nenhum “papa” em festejos para compreender que teremos de fato um
“feriadão junino” neste período e não uma verdadeira Greve Geral por tempo
indeterminado como se faz mais que necessário. A burocracia sindical, incluindo
aí sua ala “esquerda” (Conlutas e Intersindical), não deseja radicalizar a luta
contra a reforma neoliberal de Bolsonaro, não busca paralisar as fábricas e a
produção para derrotar no combate direto da classe operária o ataque do grande
capital contra as conquistas sociais. Deseja apenas desgastar pontualmente o
fascista com atos e mobilizações ordeiras, pacíficas e midiáticas para
capitalizar posteriormente a queda de sua popularidade nas eleições. Por essa
razão não escolheu essa data por acaso, ao contrário, as direções das centrais
sindicais buscaram unidas (com “lupa” no calendário) um período onde a pretensa
paralisação de um único dia não pudesse se estender, ficando complemente
diluída nos festejos juninos que tem grande peso no país, ainda mais no
Nordeste que votou em massa contra Bolsonaro. A militância da LBI, que esteve
presente no ato de 1º de Maio em São Paulo, denunciou esse engodo “olho no
olho”, alertando que a “unidade” com traidores como Paulinho da Força não serve
para avançar a luta direta mas para ser um mero elemento de barganha da
burocracia sindical no “lobby parlamentar” no Congresso Nacional. Algum
ativista honesto pode acreditar que os parlamentares do “Centrão” irão votar
contra a reforma neoliberal da previdência devido a uma “greve de faz de conta”
diluída no período das festas juninas? O mais escandaloso é que essa política
distracionista vem sendo apoiada pelo PSTU-Conlutas que não para de “festejar”
(desculpe-nos o trocadilho!) tal “Unidade histórica”: “O anúncio da Greve Geral
foi o ponto alto do ato histórico realizado em São Paulo pelas dez centrais
sindicais neste 1º de Maio. Foi a primeira vez que as entidades realizaram um
ato conjunto no Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores. Numa votação
simbólica, os milhares de manifestantes que se reuniram no Vale do Anhangabaú,
em São Paulo, neste 1º de Maio, aprovaram a convocação feita pelas centrais
sindicais de uma Greve Geral contra a reforma da Previdência no dia 14 de
junho”. O PCO fez o mesmo, a seita familiar de Rui Pimenta encontra-se
completamente submissa a política da Frente Popular! As correntes internas do
PSOL, como a Resistência que costura uma “Aliança” socialdemocrata com a US de
Ivan Valente foram no mesmo tom embriagado: “Centrais e frentes promovem 1º de
Maio histórico e anunciam a data da greve geral”. Os sindicalistas da LBI, ao
contrário, combatem no terreno vivo da luta de classes e no próprio 1º de Maio
essa política e alertaram que tratava-se de mais um engodo ilusionista das
burocracias sindicais, uma sexta-feira de “feriadão”, para depois lavar as mãos
e aceitar passivamente a aprovação da (contra)reforma no corrompido Congresso
Nacional. De nossa parte, alertamos o ativismo classista a intervir nas
mobilizações convocadas, como o dia de paralisação dos trabalhadores em
educação (15 de Maio) e na falsa “Greve Geral” do dia 14 com um programa de
luta alternativo ao da burocracia sindical, construindo um polo revolucionário
para superar o verdadeiro bloqueio que as centrais corrompidas vem impondo a
luta dos trabalhadores!
Setores de base não
concordam com manobras da burocracia sindical
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