sexta-feira, 3 de maio de 2019

BUROCRACIA SINDICAL “UNIFICADA” ANUNCIA NO 1º DE MAIO UMA “GREVE DE FAZ DE CONTA”: UM ÚNICO DIA DE “FERIADÃO JUNINO” PARA NÃO DERROTAR A REFORMA NEOLIBERAL DE BOLSONARO!


No 1º de Maio “unificado” realizado em São Paulo pelas centrais sindicais (CUT, FS, CTB, CONLUTAS) foi anunciada a convocação da “Greve Geral” de um dia em 14 de junho. A decisão foi saudada entusiasticamente pelo conjunto da “esquerda” reformista adaptada ao regime da democracia dos ricos. PT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCO... todos em uníssono apresentaram a medida como uma grande vitória da “unidade”! Nada mais falso! O 14 de junho escolhido a dedo pela burocracia sindical de forma unânime trata-se de uma sexta-feira, quando começam as chamadas “festas juninas” no país, que se iniciam oficialmente com o dia de Santo Antônio (13.06). Isto se com o alongamento da marcação da data a “greve faz de contas” não sofrer um novo adiamento. Não precisa ser nenhum “papa” em festejos para compreender que teremos de fato um “feriadão junino” neste período e não uma verdadeira Greve Geral por tempo indeterminado como se faz mais que necessário. A burocracia sindical, incluindo aí sua ala “esquerda” (Conlutas e Intersindical), não deseja radicalizar a luta contra a reforma neoliberal de Bolsonaro, não busca paralisar as fábricas e a produção para derrotar no combate direto da classe operária o ataque do grande capital contra as conquistas sociais. Deseja apenas desgastar pontualmente o fascista com atos e mobilizações ordeiras, pacíficas e midiáticas para capitalizar posteriormente a queda de sua popularidade nas eleições. Por essa razão não escolheu essa data por acaso, ao contrário, as direções das centrais sindicais buscaram unidas (com “lupa” no calendário) um período onde a pretensa paralisação de um único dia não pudesse se estender, ficando complemente diluída nos festejos juninos que tem grande peso no país, ainda mais no Nordeste que votou em massa contra Bolsonaro. A militância da LBI, que esteve presente no ato de 1º de Maio em São Paulo, denunciou esse engodo “olho no olho”, alertando que a “unidade” com traidores como Paulinho da Força não serve para avançar a luta direta mas para ser um mero elemento de barganha da burocracia sindical no “lobby parlamentar” no Congresso Nacional. Algum ativista honesto pode acreditar que os parlamentares do “Centrão” irão votar contra a reforma neoliberal da previdência devido a uma “greve de faz de conta” diluída no período das festas juninas? O mais escandaloso é que essa política distracionista vem sendo apoiada pelo PSTU-Conlutas que não para de “festejar” (desculpe-nos o trocadilho!) tal “Unidade histórica”: “O anúncio da Greve Geral foi o ponto alto do ato histórico realizado em São Paulo pelas dez centrais sindicais neste 1º de Maio. Foi a primeira vez que as entidades realizaram um ato conjunto no Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores. Numa votação simbólica, os milhares de manifestantes que se reuniram no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, neste 1º de Maio, aprovaram a convocação feita pelas centrais sindicais de uma Greve Geral contra a reforma da Previdência no dia 14 de junho”. O PCO fez o mesmo, a seita familiar de Rui Pimenta encontra-se completamente submissa a política da Frente Popular! As correntes internas do PSOL, como a Resistência que costura uma “Aliança” socialdemocrata com a US de Ivan Valente foram no mesmo tom embriagado: “Centrais e frentes promovem 1º de Maio histórico e anunciam a data da greve geral”. Os sindicalistas da LBI, ao contrário, combatem no terreno vivo da luta de classes e no próprio 1º de Maio essa política e alertaram que tratava-se de mais um engodo ilusionista das burocracias sindicais, uma sexta-feira de “feriadão”, para depois lavar as mãos e aceitar passivamente a aprovação da (contra)reforma no corrompido Congresso Nacional. De nossa parte, alertamos o ativismo classista a intervir nas mobilizações convocadas, como o dia de paralisação dos trabalhadores em educação (15 de Maio) e na falsa “Greve Geral” do dia 14 com um programa de luta alternativo ao da burocracia sindical, construindo um polo revolucionário para superar o verdadeiro bloqueio que as centrais corrompidas vem impondo a luta dos trabalhadores!

Setores de base não concordam com manobras da burocracia sindical