No dia 12 de maio de 2016, há exatos 3 anos, ocorreu a
votação no Senado pela abertura do processo do impeachment com o afastamento temporário
da presidente Dilma, ou seja, um segundo estágio preliminar do golpe
institucional contra a gerência da Frente Popular. Um placar acachapante (55 a 22)
selou definitivamente o destino político da presidente petista. Configurou-se o
nascedouro de um do governo de rapina nacional comandado provisoriamente pelo
bandido Temer, agora preso pela Lava Jato, abrindo-se o caminho posterior para a ascensão do
fascista Bolsonaro ao Planalto pela via eleitoral. Nesse intervalo de tempo o PSTU passou de entusiasta
defensor do impeachment com sua bandeira de “Fora Todos” (sem haver alternativa
revolucionária de massas ao PT o que significou objetivamente o apoio ao golpe
institucional da direita) para uma posição oposta: apoiou eleitoralmente o PT
nas eleições de 2018 e agora tornou-se um apêndice da Frente Popular, saudando
a “unidade” com a CUT que sabota as lutas e preparando seu retorno a UNE
controlada pelo PCdoB. Trata-se do que Trotsky denunciava no Programa de
Transição, como as duas faces (esquerdismo e oportunismo) dos grupos
revisionistas. O artigo que reproduzimos abaixo, elaborado em 12 de maio de
2016 pela LBI, denuncia justamente essa política errática do Morenismo que vem
gerando crise e rupturas políticas, além de desmoralizar sua militância.
PSTU COMEMORA AFASTAMENTO DE DILMA COMO UMA VITÓRIA DA
ESQUERDA RUMO AO “FORA TODOS”: MAIS UMA VEZ DE MÃOS DADAS COM A DIREITA E O
IMPERIALISMO!
(BLOG da LBI, 12 de Maio de 2016)
Em tom de festa o PSTU afirma “Senado aprova o afastamento
de Dilma: Fora Temer, Fora Dilma, Fora todos!” (site PSTU, 12.05). Como parte
da comemoração elogia a decisão da Câmara e do Senado: “A votação do
impeachment, tanto na Câmara quanto no Senado, se dá no lastro do repúdio cada
vez maior da população a esse governo” (Idem). Segundo o delírio morenista
estamos avançando rumo a um governo socialista dos trabalhadores! O Golpe
Institucional em curso seria por esta tese estúpida uma vitória das massas!!! O
PSTU só não explica porque diante de tantos “avanços” não consegue agrupar mais
de mil pessoas em seus atos nacionais pelo “Fora Todos” e vem sofrendo rachas
questionando sua política de aproximação com a direita. Não importa a
realidade, o PSTU nos ensina que o próximo ato da “revolução democrática” seria
a convocação de eleições gerias: “Só conseguiremos de fato mudar esse país e
impor as conquistas que precisamos através um governo socialista dos
trabalhadores, apoiado em conselhos populares construídos nas lutas. Enquanto
não temos esses conselhos, exigimos eleições gerais já, para todos os cargos”.
Como se observa, os estúpidos caracterizam que estamos dando passos sempre à
esquerda, falta apenas ajustar detalhes no caminho da revolução! Nesse roteiro
tragicômico, o PSTU chega a aplaudir a decisão golpista na Câmara dos Deputados
sob o comando de Eduardo Cunha e do Senado de Renan Calheiros junto com a
reação burguesa. Mas não "só" isso, diz que agora com o PT
completamente fragilizado pelo impeachment orquestrado pela oposição
demo-tucana junto com os ex-aliados da Frente Popular devemos convocar
imediatamente eleições! Segundo esses revisionistas “Defendemos eleições gerais
já, não só para presidente, mas para todo mundo. Novas eleições em que esses
corruptos envolvidos na Lava Jato ou em outros escândalos de corrupção,
incluindo Aécio, não possam participar” (site PSTU, 04.03). A “lista” da
operação Lava Jato elaborada pelo Juiz Moro é referência para o PSTU dizer quem
poderia ou não participar dessas eleições gerais! Como se observa é a justiça
burguesa, uma das mais reacionárias instituições do regime político, quem de
fato definiria as regras do “Fora Todos”. Não por acaso o PSTU vem aplaudindo
as decisões do STF, a prisão de Lula e dos dirigentes petistas pela PF! A linha
em defesa do “Fora Todos”, apesar de floreada com frases “combativas” em nome
da “Greve Geral” para enganar tolos, vai ficando cada vez mais clara: o próprio
parlamento burguês deve cassar Dilma, Temer e Cunha e convocar eleições gerais,
para isso deve-se pressioná-lo com mobilizações e apoiar a Operação Lava Jato!
Nesse cenário, Moro e Marina estariam livres para assumir o Planalto em
eleições antecipadas! Com todos os envolvidos na Lava Jato impedidos de
participar das eleições, inclusive Lula, sobrariam os dois como os candidatos
de peso da burguesia e alinhados diretamente com a Casa Branca, já que o PSTU
não os cita em seu rol de “corruptos”. Ao lado deles (mas obviamente sem
chances eleitorais) “disputariam” Zé Maria e Luciana Genro (PSOL-MES). Luciana,
aliás, com seu lema “Cadeia para todos!”, também é apoiadora entusiasta da
Operação Lava Jato e aplaude as ações da PF contra o PT em nome do “combate a
corrupção”. Para esses revisionistas, o objetivo estratégico é convocar
eleições que supostamente seria uma saída “democrática” mesmo que vença a direita
alinhada com a Casa Branca! Ao festejar o afastamento de Dilma pelas mãos da
direita, o PSTU acrescenta o Brasil na longa lista de países em que sua
corrente internacional, a LIT, estabeleceu no último período unidade política
com o imperialismo e a reação burguesa contra governos frente populistas,
reformistas e nacionalistas. Líbia, Síria, Ucrânia, Egito e agora o Brasil
segundo as alucinações do PSTU-LIT deram passos importantes rumo ao socialismo!
Não importa que esse caminho tenha sido aberto pelas bombas da OTAN para
assassinar Kadaffi, pelas mãos dos rebeldes terroristas financiados pela CIA
contra Assad, pelos fascistas em Kiev, os generais golpistas assassinos que
derrubaram o governo da Irmandade Muçulmana e aqui pelos coxinhas “verde-amarelos”
anticomunistas apoiados pela FIESP e a Rede Globo. Afinal de contas “a
revolução está na esquina” para esses revisionistas vulgares que maculam o nome
do trotskismo!