sábado, 1 de fevereiro de 2020

VITÓRIA DA DIREITA: UM BREXIT PARA MANTER A CITY LONDRINA COMO CENTRO MUNDIAL DE LAVAGEM DE DINHEIRO


Com festas nas ruas a Grã-Bretanha deixou a União Europeia ontem, em 31 janeiro,  mas não há sinais de que os bancos e rentistas internacionais deixem a City de Londres, uma das principais “praças” de lavagem de dinheiro em todo o mundo. Após o referendo para deliberar sobre a permanência na UE David Cameron renunciou e foi substituído por outro neoliberal Theresa May, quando seus esforços para aprovar um acordo no Brexit falharam, ela foi substituída por Boris Johnson, desde o início um entusiástico defensor da saída de do Bloco Europeu. Em junho de 2019, durante a campanha para a liderança do Partido Conservador, o neofascista Boris Johnson gabou-se de quanto havia feito pela City de Londres, e que nada mudaria para os rentistas com o Brexit. Johnson renegociou um novo acordo com a UE, mas o futuro da City fará parte das negociações sobre comércio, a realizarem-se ainda este ano. Os bancos poderão continuar a prestar serviços durante o período de transição, a começar em 1 de fevereiro, mas devem perder os seus "direitos de passaporte", que lhes permitiam oferecer serviços aos clientes nos 27 países da UE. Uma solução possível é que os bancos do Reino Unido precisem criar uma subsidiária num estado membro da UE e então, nesse país, solicitar uma "licença de passaporte". Há alguns anos atrás, em 2016, o jornalista italiano Roberto Saviano, que passou a maior parte de sua carreira investigando a máfia italiana, afirmou que a Grã-Bretanha era o país mais corrupto do mundo, com todo cabedal de dados recolhidos por ele em sua pesquisa. Em uma recente coletiva a mídia europeia Saviano declarou: "Se eu perguntasse qual é o lugar mais corrupto do mundo, você poderia dizer-me que é o Afeganistão, talvez a Grécia, a Nigéria, o sul da Itália e eu vou dizer-lhe: é o Reino Unido. Não é a burocracia, não é a polícia, não é a política, mas o que é corrupto é o capital financeiro: 90% dos proprietários de capital em Londres têm sua sede no exterior". Existe uma estimativa que cerca de 100 bilhões de libras de dinheiro “sujo” (oriundo do tráfico e desvio de impostos) eram lavados no mercado imobiliário de Londres todos os anos. Um dos principais operadores da lavagem financeira na Grã-Bretanha é o banco HSBC, portando a pior reputação no mercado de capitais, a empresa estava envolvida em 18 dos 25 principais escândalos de corrupção listados pelo órgão de fiscalização Transparency International no ano passado. No país imperialista que ainda ostenta a “monarquia real”, as instituições políticas e financeiras estão estreitamente entrelaçadas, existem vários exemplos de ex-parlamentares e ministros que foram trabalhar para bancos e ex-banqueiros a entrarem na política ou em cargos influentes. Não por coincidência o Reino Unido tentou bloquear uma proposta da UE para apertar o controle à lavagem de dinheiro, ou seja, a oligarquia financeira londrina e seus agentes políticos neofascistas migraram para o Brexit no sentido de ganhar mais liberdade no trato de seus bilionários negócios mafiosos...