EM FEVEREIRO DE 1933 NASCEU NINA SIMONE: A COMPOSITORA
NEGRA COM SUA BELA VOZ REBELDE FOI UMA ENGAJADA MILITANTE NA LUTA
REVOLUCIONÁRIA CONTRA O RACISMO NO CORAÇÃO DO MONSTRO IMPERIALISTA!
Nina Simone, nasceu em 21 de fevereiro de 1933, no estado da
Carolina do Norte, estado do sudoeste dos EUA e fronteira com alguns dos pontos
nevrálgicos dos conflitos raciais. Eunice Waymon, nome de nascimento da
artista, sofreu desde pequena os males do racismo. Contudo, desde os primeiros
contatos com as teclas de um piano, colocou na cabeça que seria a primeira
pianista clássica negra dos Estados Unidos e foi à procura do sonho. O tempo
passou e já respondendo pelo nome de Nina Simone, a jovem conquistou o público
com um estilo que unia jazz, blues, música clássica e gospel. Em função de
canções como ‘I Loves You Porgy’, Nina, mulher e negra, era disputada por
importantes casas de espetáculos conhecidas pela predominância branca, como o
Town Hall em Nova Iorque. Negra e de origem pobre, se destacou pelo seu talento
com a música. O sucesso da cantora crescia em compasso com os conflitos
raciais. Muitos foram os rastilhos para a fúria dos negros, sendo o massacre de
1963 um dos mais marcantes, quando quatro crianças negras foram mortas num
atentado racista numa igreja batista na cidade de Birmingham, no Alabama, logo
após o assassinato do ativista Medgar Ever no Mississippi. Os fatos despertaram
um sentimento novo em Simone, que percebeu o significado de ser negra nos
Estados Unidos. Um momento crucial para a carreia da cantora, que resolveu
transformar a sua arte em política, tornando-se num símbolo de expressão dos
direitos civis e da luta do movimento negro. Suas canções destacavam uma
mensagem de luta de todo o povo negro diante da dura vida como a que teve nos
EUA, com descriminação e perseguição política.
Em 1964 fez uma homenagem a Medgar Evers, ativista da luta pela igualdade que foi assassinado no Mississipe por um membro da Ku Klux Klan. A canção se chama Mississippi Goddamn (Maldito Mississipe). O primeiro e duro recado da artista para as injustiças do país veio com ‘Mississippi Goddam’ (Mississippi puta que o pariu na tradução livre), que expressa toda a sua raiva e indignação acerca da situação dos homens e mulheres negros dos EUA. A faixa era um hino político e as suas letras cheias de raiva e desespero contrastavam com o conhecido repertório da artista e deixavam claro o objetivo de Simone de usar a sua música como mais um instrumento a favor dos direitos civis.
Em 1964 fez uma homenagem a Medgar Evers, ativista da luta pela igualdade que foi assassinado no Mississipe por um membro da Ku Klux Klan. A canção se chama Mississippi Goddamn (Maldito Mississipe). O primeiro e duro recado da artista para as injustiças do país veio com ‘Mississippi Goddam’ (Mississippi puta que o pariu na tradução livre), que expressa toda a sua raiva e indignação acerca da situação dos homens e mulheres negros dos EUA. A faixa era um hino político e as suas letras cheias de raiva e desespero contrastavam com o conhecido repertório da artista e deixavam claro o objetivo de Simone de usar a sua música como mais um instrumento a favor dos direitos civis.
Determinada, Simone continuou mergulhada num momento
considerado decisivo para a comunidade negra e continuou a dedicar toda a sua
produção musical ao assunto. Em 1968, o movimento dos direitos civis sofreu
outro duro golpe, a morte de um dos seus principais líderes, Martin Luther
King, morto aos tiros em 4 de abril de 1968. O facto mexeu muito com Sinome que
mais uma vez recorreu ao talento musical para expressar os seus sentimentos e
escreveu a canção ‘Why? The King of Love is Dead’ (‘Porquê? O Rei do amor está
morto’ na tradução livre), cantada por ela três dias depois numa performance
emocionante no enterro de Doctor King. No ano seguinte Simone, grande amiga da
escritora Lorraine Hansberry, gravou um dos hinos dos direitos civis, ‘To Young
Gifted and Black’, homenagem ao trabalho da amiga, conhecida por usar a arte
como ativismo em prol dos negros e também por despertar a consciência política
de Nina. No entanto, a guinada política de Nina não trouxe apenas benefícios
para a cantora, que passou a ser negligenciada e evitada pelas casas de músicas,
gravadoras e parte do público, que evitavam envolver-se diretamente com a
causa. Esgotada com a violência dos conflitos e com a rejeição imposta por uma
cultura ainda racista, Nina Simone resolveu afastar-se dos holofotes e deixou
os Estados Unidos em 1970. Morou em Barbados, e em seguida passou um longo
período na Libéria, depois Suíça, Holanda e França, onde acabou por fixar
residência. O movimento dos direitos civis deixou feridas profundas na
sociedade norte-americana ao mesmo tempo que inspirou e inspira jovens
dispostos até hoje a mudar a realidade de homens e mulheres negros. Tal como
antes, as artes e especialmente a música tem vindo a exercer um papel
fundamental nas mudanças. Nomes como Erykah Badu, Lauryn Hill e muitos outros
beberam na fonte e seguiram os corajosos passos de Nina Simone na procura por
uma sociedade que precisa de aprender de uma vez por todas a conviver com as
diferenças. Nina Simone faleceu em 21 de abril de 2003 na França deixando um
legado ímpar para o mundo da arte e emblemático para a luta pelos direitos
civis e igualdade racial. Uma mulher com
uma competência artística indiscutível e uma sensibilidade rara para tratar das
desigualdades sociais, apontando a necessidade da luta pela sua superação
revolucionária. O BLOG da LBI presta com esse artigo nossa homenagem a esta
talentosa cantora, musicista e militante da luta contra o racismo e o
capitalismo!