PARAÍSO DO CAPITAL FINANCEIRO: OS “TRÊS IRMÃOS” OBTÉM LUCROS
RECORDES SOB O GOVERNO NEOFASCISTA DE BOLSONARO
Os lucros do banco Itaú, relativos a 2019, totalizaram R$
28,363 bilhões, superando em R$ 2, 630 bilhões os lucros de 2018, ou ainda,
percentualmente, um acréscimo de 10,22% sobre o ano anterior, conforme
divulgação do próprio banco na última terça-feira (11/02). Na mesma trilha o
Bradesco divulgou seu lucro na semana passada, a rentabilidade líquida do
Bradesco em 2019 foi de R$ 25,887 bilhões, 20% maior do que os R$ 21,564
bilhões obtidos em 2018. No final de janeiro, o banco espanhol Santander
informou os lucros da sua operação no Brasil ao longo de 2019. Nada menos do
que R$ 14,18 bilhões, ou seja, um aumento de 16,55% sobre lucros de R$ 12,166
bilhões de 2018. Os “três irmãos” que controlam o setor privado financeiro no
país, obtiveram juntos a “bagatela” de 68,5 bilhões de Reais em 2019,
extorquindo o Tesouro Nacional com os juros da dívida pública e também
explorando o povo trabalhador com suas taxas escorchantes. Esses lucros “paradisíacos”
foram obtidos na direção contrária da recessão econômica capitalista brasileira
que não se recuperou da grande depressão desatada em 2014 e que se prolonga até hoje. Os
índices de rentabilidade (o retorno sobre o patrimônio líquido) apresentado nos
balanços divulgados dos três bancos ultrapassam 20%: Itaú (23,70%); Bradesco
(20,60%) e o espanhol Santander no Brasil (21,30%), um “fenômeno” financeiro
absolutamente anômalo no cenário bancário mundial. É totalmente “anormal” uma
empresa, especialmente com alto patrimônio líquido, como qualquer um dos bancos
em questão, conseguir extrair renda capaz de dobrá-la em apenas cinco anos numa
situação em que a economia do país está paralisada, com o desemprego batendo
recordes, a renda do trabalhador comprimida, a produção industrial física em
franca decadência, vendas do comércio e o setor de serviços caindo. Há décadas
o setor bancário no Brasil obtêm níveis extremos de lucros que conflitam com o
desempenho do restante da economia, em especial afrontam escandalosamente com a
situação de penúria que atravessa nosso povo. É verdade que esta verdadeira
“mamata” dos rentistas se baseia no modelo de acumulação capitalista nacional,
que vem sendo mantido fielmente por todos os governos desde o surgimento da chamada
“Nova República”, passando pela era FHC, mas também acentuado pelas gestões
seguidas da Frente Popular. No atual regime bonapartista, baseado no golpe
institucional de 2016, essa realidade se intensificou bastante, deixando os
“três irmãos” como o único setor “dinâmico” da economia capitalista, o país
produziu em 2019 menos do que produzia em 2010 um retrocesso de uma década em
apenas um ano. Longe de ser uma “coincidência”, a abundância financeira dos
bancos e do rentismo em geral, equivale ao empobrecimento da classe
trabalhadora. Somente a estatização dos bancos, sob o controle operário, será
capaz de estancar a crise capitalista e retomar o crescimento econômico e o
desenvolvimento do país com o planejamento econômico central, através da
revolução socialista e a instauração da Ditadura do Proletariado.