EM 10 DE FEVEREIRO DE 1898 NASCIA BERTOLT BRECHT: A MAIOR
REFERÊNCIA DO TEATRO PARA A ESQUERDA COMUNISTA COMBATEU O NAZISMO NA VIDA
E NA ARTE!
Em 10 de fevereiro de 1898 nascia o comunista, poeta e
dramaturgo Bertolt Brecht. Ele foi uma referência artística, teatral e
literária da esquerda mundial por sua luta contra o nazismo em suas obras, a
denúncia do capitalismo em seus textos e pelo seu não alinhamento automático ao
Stalinismo, apesar de não travado nenhum combate político consequente contra a
burocratização da URSS e da Alemanha Oriental, ainda que tenha sido instigado a
fazê-lo por intelectuais simpáticos a luta de Trotsky. Algumas de suas
principais obras são: Um Homem é um Homem, em que cresce a ideia do homem como
um ser transformável, Mãe Coragem e Seus Filhos, sobre a Guerra dos Trinta
Anos, escrita no exílio, no começo da Segunda Guerra Mundial, e A Vida de
Galileu. Registra-se que em 1932 o Estado soviético declara o realismo
socialista como cultura oficial. Essa prática restringia e perseguia qualquer
tipo de arte que não reivindicasse o regime burocratizado da URSS. Breton,
expoente do movimento surrealista e Leon Trotsky, dirigente da oposição de
esquerda do PC e fundador da Quarta Internacional, escrevem o Manifesto por uma
arte revolucionária independente em 1938. Bertolt Brecht nunca aderiu a esse
Manifesto. Vale ressaltar também
que diante dos esforços dos trotskistas para organizar uma campanha em defesa
de Trotsky, o Kremlin vai responder com um sem número de adesões a um manifesto
assinado pelos mais prestigiados intelectuais “de esquerda”, aderindo ao
boicote à Comissão de Inquérito presidida por Dewey, sob o pretexto de que a
defesa de Trotsky “golpeava as forças do progresso”. Um grande número dos que
assinaram e que depois estiveram na linha de frente da cruzada anticomunista
nos anos de 1940 e 1950 nos Estados Unidos e na Europa. Outros tantos se
recusaram a aderir à iniciativa da diplomacia soviética, sem, entretanto,
atender ao chamado da Comissão de Inquérito de Dewey. Alguns alegaram a
impertinência da iniciativa de Trotsky, que, segundo Bernard Shaw, por exemplo,
esgrimia contra Stálin os mesmos inacreditáveis argumentos com que a
Procuradoria do regime crivava em Trotsky. Outros, preferiram calar e
argumentar com a própria obra a tese da impertinência, como foi o caso de
Bertold Brecht em sua peça Galileu Galilei escrita na segunda metade dos anos
30. Foi através do prisma da experiência bolchevique que ele (Brecht) viu
Galileu cair de joelhos ante a Inquisição e agir assim segundo uma “necessidade
histórica”, devido à imaturidade espiritual e política de seu povo. O Galileu
de seu drama é Zinoviev ou Bukharin ou Rakovski vestido de roupas históricas.
Ele se vê perseguido pelo martírio “inútil” de Giordano Bruno. Esse exemplo
terrível faz com que se renda à Inquisição. Brecht até sua morte manteve um
teatro com sua esposa em Berlim Oriental ainda que tenha tidos alguns conflitos
com o PC alemão stalinizado. Suas inovações teatrais seguem sendo fonte de
inspiração para as novas gerações que não pensam a arte como uma mercadoria
para ser vendida e sim como trincheira de luta contra o nefascismo e o capitalismo. Por essa razão é fundamental conhecer o legado desse
dramaturgo, estudá-lo e avaliá-lo à luz dos acontecimentos históricos neste
século XXI marcado pelo retrocesso histórico político, ideológico e cultural.