quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

FUP E FNP TRAEM A GREVE E SE SUBMETEM A ARAPUCA DO TST: FORÇA DA PARALISAÇÃO NACIONAL DEMONSTROU QUE PODERÍAMOS REVERTER DEFINITIVAMENTE AS DEMISSÕES, BARRAR A PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRAS E VENCER O GOVERNO NEOFASCISTA DE BOLSONARO!


As assembleias dos petroleiros realizadas hoje, 20.02, suspenderam a greve nacional que entrou no seu 20º dia. Elas ocorreram chantageadas pela "arapuca" montada pelo TST que exigiu o fim da paralisação para que fosse realizada amanhã, dia 21, uma audiência para rediscutir as reivindicações do movimento. Desgraçadamente a FUP imediatamente se propôs a suspender a greve em troca de uma nova mediação no TST para discutir as demissões, o Acordo Coletivo, dias parados e multas aos sindicatos. A FNP, por sua vez, seguiu disciplinadamente a orientação da FUP-CUT controlada pelo PT, tanto que o grupo Resistência (PSOL) defendeu que "É justamente a síntese entre o reconhecimento da força da greve, a coragem dos trabalhadores e trabalhadoras e os limites das conquistas arrancadas até o momento que faz com que, hoje, a suspensão da greve de forma organizada seja a melhor decisão e a melhor forma de preservar a energia necessária para as próximas batalhas que devem vir já nos próximos dias e semanas". A assembleia no Rio, por exemplo, foi extremamente esvaziada. A direção do Sindipetro-RJ,  principal entidade filiado a FNP, orientou pelo fim da greve. O placar de votação foi 123 pela suspensão contra 25 pela continuidade. Os petroleiros do Litoral Paulista, ligados a FNP e dirigido pela Intersindical, também aprovaram a suspensão. No total, foram 352 votos pelo recuo do movimento, 76 pela continuidade e 12 abstenções. No Ceará, a decisão também foi pela suspensão apesar do Sindicato ser controlado por setores ligados a FNP, como a Resistência (PSOL). Nos piquetes de hoje pela manhã na Lubinor (Refinaria Lubrificantes do Nordeste da Petrobras) em Fortaleza a militância da LBI defendeu a continuidade da greve! No resto do país, onde a FUP controla a maioria dos sindicatos, as assembleias seguiram o mesmo roteiro, aprovaram o fim da greve. Como denunciamos antes da realização das assembleias, a burocracia sindical dirigente da FUP, com o apoio da FNP, orientou a: “suspensão provisória da greve para acumular forças na negociação mediada pelo TST” um gravíssimo erro de estratégia política diante do movimento nacional grevista que crescia e ganhava força, obrigando o recuo pontual do governo neofascista e seus apêndices judiciais como o TST. Segundo informações veiculadas de forma discreta por órgãos de imprensa burguesa, as distribuidoras contavam com um estoque de combustíveis que permite abastecer os postos por apenas de 10 dias. Vale lembrar que depois da decisão dos trabalhadores de manterem o movimento grevista mesmo depois da “pegadinha” do TRT-PR de suspender as demissões da Fafen somente até 6 de março, o ministro do TST, o fascista Ives Gandra Martins, montou essa  “armadilha” e resolveu apresentar uma proposta de “negociação”. A proposta de negociação para esta sexta-feira entre a direção da empresa e FUP requeria que os trabalhadores encerrassem a greve sem qualquer garantia, golpe que foi aceito vergonhosamente pela FUP e a FNP. 

Piquete da LBI hoje pela manhã na Lubinor
defendeu a manutenção da greve
A armadilha do ministro foi para “desarmar” os trabalhadores para que negociem com a direção da empresa e com o próprio TST, que se tornou o “coveiro” das greves nos últimos anos. Na prática, os trabalhadores serão obrigados a aceitar a migalha que for oferecida pelo TST, uma vez que não seria tarefa simples retomar a greve depois de voltar ao trabalho. O balanço incial que fazemos é que a força da paralisação nacional demonstrou que poderíamos reverter definitivamente às demissões, barrar as privatizações e vencer o governo neofascista de Bolsonaro. Desgraçadamente a disposição de luta dos trabalhadores esbarrou na política de colaboração de classes da FUT-CUT, controladas pelo PT e na completa subserviência a essa orientação por parte da FNP, que é influenciada pelo PSOL e PSTU. Recuar neste momento representou desmobilizar uma de maiores lutas da categoria, fazer os petroleiros abaixarem a guarda e deixar caminho para que o governo e a direção da empresa aprofundem seus ataques.