O ELN (Exército de Libertação Nacional), organização
guerrilheira que não compactuou com o “Pacto de paz e desarmamento” celebrado
entre o governo do presidente Manuel Santos e as FARC, iniciou uma “greve
armada de 72 horas” em apoio ao movimento social paredista que está em
andamento na Colômbia.No final da semana passada educadores colombianos iniciam
uma greve nacional de 48 horas para manifestar sua rejeição à violência
estatal, a iniciativa da convocação da greve foi tomada pela Federação de
Trabalhadores da Educação (Fecode). A ofensiva armada do ELN foi convocada em
14 de fevereiro, os guerrilheiros exigiram a interrupção das atividades de
transporte e o fechamento das lojas. O ELN apelou à população para evitar o
risco de baixas civis.A operação militar do ELN foi um grande sucesso nos
territórios sob a influência dos guerrilheiros. O exército colombiano não pôde
responder efetivamente. Em muitos casos,
o exército e a polícia entrincheiraram-se em seus quartéis e delegacias de
polícia enquanto aguardavam o fim do ataque armado.Durante a “greve”do EON os
guerrilheiros realizaram uma série de ataques a várias infra-estruturas. Duas rodovias que ligam Bogotá e Medellín à
cidade foram completamente cortadas.
Durante esta operação, cinco policiais ficaram feridos.Também foi
realizado um ataque a bomba em Cúcuta, no qual um soldado foi ferido. Os motoristas de ônibus e caminhões se
recusaram amplamente a usar a Rodovia Pan-Americana, devido ao seu controle
pelo ELN, isso reduziu bastante o tráfego entre Cali e Equador.Objetivos
privados também foram identificados. A
companhia de petróleo Ecopetrol foi forçada a fechar o oleoduto “Caño-Limón
Coveñas” após repetidos ataques a bomba.Um soldado também morreu em confrontos
no Catatumbo. Além disso, seis policiais
foram feridos por uma bomba entre Pelaya e El Burro e a estrada entre Catatumbo
e Cúcuta foi percorrida.Mas o maior sucesso da guerrilha, sem dúvida, foi no
departamento de Arauca. A capital da província foi transformada em uma
verdadeira cidade fantasma; as forças de
segurança respeitavam as exigências dos guerrilheiros e não abandonavam seus
quartéis. O atual governo do reacionário Iván Duque, um marionete ultra
direitista da Casa Branca, vem enfrentando uma avalanche de protestos
nacionais, que inclusive desembocaram em uma greve geral no final do ano
passado. Este ano os professores saíram na frente com a greve, recebendo o
apoio do ELN, que batizou sua ofensiva militar como sendo uma “paralisação”. Os
Marxistas Leninistas não concordam programaticamente com a estratégia do “foco
guerrilheiro” incapaz de isoladamente por abaixo o Estado Burguês, porém não
condenamos as iniciativas do ELN que se enfrentam militarmente com o governo
Duque, títere do presidente Trump. A iniciativa de demonstrar solidariedade com
as lutas sociais urbanas e greves sindicais, por parte do ELN, deve ser saudada
por todos os Revolucionários que não fazem apologia do regime da “Democracia
dos ricos”. Porém é necessário apontar que somente a classe operária colombiana
poderá ser a vanguarda política do processo de profundas transformações sociais
que o país necessita para libertar seu povo do jugo do capital imperialista.