“Como turco na neblina” é uma expressão “folclórica” russa
que se refere à guerra da Crimeia em 1850 , entre a Rússia e a Turquia, onde a
frota naval turca foi dizimada em uma batalha sobre o Mar Negro em um dia de
grande neblina onde a expedição das
forças militares turcas estavam à deriva. Essa parece ser a sina da política do
reacionário governo turco em relação à Síria, onde o presidente Recep Tayip
Erdogan vem armando grupos jihadistas e deslocando suas próprias tropas para a
fronteira, mas no entanto caminha para uma retumbante derrota. A Turquia não
apenas apoia os jihadistas, mas também dispara suas artilharia contra o
exército sírio que luta contra grupos terroristas na província síria de Idlib,
no norte da Síria e que faz fronteira com a Turquia.Desde a chegada do oligarca
neoliberal Erdogan ao governo turco, sua política tem sido caracterizada por
sua ação diplomática em zigue-zague. A Turquia ainda está no Otan, apesar de
atritos com os EUA, mas compra armas da Rússia e está armando seu exército com
os sistemas russos S 300 e S 400 que comprou recentemente. Erdogan tentou intervir na guerra na Líbia
patrocinada por seus amigos do Catar, mas no final não foi rechaçado porque as
tropas do marechalHaftar(mercenário de extrema direita)conseguiram dominar
quase todo o território líbio, e a intervenção militar turca já é ineficaz.
Neste momento, a Turquia ameaça o governo nacionalista burguês sírio de Al
Assad(com o apoio do imperialismo ianque)e desafia o exército sírio a atacá-lo
se houver apenas mais uma morte de soldados turcos em território sírio.
Por que esse comportamento de Erdogan, que um pouco antes
flertou em celebrar uma aliança com Putin, um dos principais fiadores do regime
de Damasco? As respostas devem ser buscadas na delicada situação interna da
Turquia em especial à crescente oposição ao governo, que derrotou o partido
dominante nas últimas eleições, Erdogan perdeu nada menos que o prefeito de
Istambul (anteriormente Constantinopla). Mas há também outro motivo de enorme
peso na Turquia, a péssima situação de sua economia dependente. A Turquia tem
um enorme déficit financeiro causado pelos sonhos "otomanos"
expansionistas de Erdogan, que tenta sair do seu isolamento, através de grandes
despesas militares que não são justificadas, uma vez que a Turquia está sob a
égide do Otan e mantém o maior exército de toda a região, com um custo impossível de manutenção. A
indústria turca está muito atrasada em relação a União Europeia e seus métodos
de fabricação não são competitivos para a exportação. Por outro lado, a
economia capitalista da Turquia tem um grande potencial agrário, incentivando a
produção alimentos como frutas e legumes, aves (galinhas e perus), que precisam
competir com países como Espanha, Grécia, Itália e França que produzem o
mesmo.Uma das linhas da economia turca que parece receber investimentos da
burguesia nacional é a fabricação de roupas de marcas altamente
credenciadas(grifes), como Gucci, Lacoste, Ralph Laurent; artigos de couro como Luis Vuiton e marcas de
relógios como Rolex, Cartier, Jaeger Le Coultre, Omega...obviamente todos
falsos...O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mavlut Cavusoglu, é o
principal fabricante turco de produtos falsificados do mundo. A pirataria turca
gerou conflitos com os fabricantes autênticos europeus que logicamente entraram
com ações legais para proteger suas marcas registradas, mas que são
sistematicamente rejeitadas pelos tribunais turcos, provocando grandes
conflitos como a União Europeia.
Durante os primeiros anos da guerra na Síria, onde os
jihadistas do Estado Islâmico e similares ocuparam grande parte do território
sírio, a produção de petróleo bruto da Síria não parou e os jihadistas venderam
esse óleo, que foi transportado por caminhões-tanque para o território turco,
sendo filho de Erdogan o proprietário da
frota de caminhões-tanque.Todo esse acúmulo de ações criminosas levou a Turquia
a se tornar um pária internacional, forçando Erdogan a “ir de um lado a outro”,
já que o governo se recusa em alterar essa política de fraudes e pirataria,
apelando ao senso patriótico dos turcos contra "agressões que vêm do
exterior". É muito provável que o exército turco em breve esteja envolvido
em nova guerra de ocupação contra a Síria.
Erdogan tenta copiar o modelo imperialista de iniciar guerras fora do
país, com o objetivo de desviar a atenção dos problemas internos. Porém essa
aventura militar que está sendo patrocinada pelo tresloucado presidente Trump e
o parceiro sionista, terá um trágico resultado para o povo turco. As forças de
Erdogan serão derrotadas e humilhadas pela resistência síria, que após uma
década de heróicas batalhas, venceu a primeira guerra de rapinagem da OTAN e já
se prepara para derrotar a “segunda leva” da escória que está a serviço do
imperialismo.