NENHUM APOIO À GREVE DOS POLICIAIS NO CEARÁ: ESCALADA FASCISTA FOI ALIMENTADA PELO GOVERNO CAMILO SANTANA (PT) QUE INCREMENTOU O APARATO REPRESSIVO ESTATAL CONTRA OS TRABALHADORES
Às vésperas do Carnaval a PM do Ceará ameaça realizar uma
greve “por melhores condições de trabalho”, leia-se maior salário e mais
armamento, ou seja, melhores condições de reprimir os trabalhadores e defender
a propriedade privada. Ontem ocorreu uma manifestação em frente ao 18º Batalhão
de Polícia Militar, no bairro Antônio Bezerra, bairro da periferia de
Fortaleza. No local, há viaturas com pneus esvaziados para que não possam
circular. Policiais no local usam balaclavas para não serem identificados. Essa
ofensiva ocorre mesmo depois do governo Camilo Santana (PT) incrementar os
salários da tropa e anunciar um reajuste salarial acima dos demais servidores
públicos, ou seja, ceder à pressão do movimento neofascista que é comandado
pelo deputado federal Capitão Wagner (PROS), candidato de Bolsonaro a
prefeitura de Fortaleza. Foi anteriormente inclusive fechado um acordo que
prevê o pagamento de R$ 346 milhões em reajuste salarial a policiais militares
e bombeiros. Outros R$ 149 milhões oriundos de gratificações, como horas extras
e recompensas, serão incorporados ao salário, totalizando gastos de R$ 495
milhões. Esse valor será pago em três parcelas; em março de 2020 (40%), março
de 2021 (30%) e março de 2022 (30%). Agora, o salário final do soldado ficará de
R$ 4.500 ao final de 2022, um acréscimo de quase R$ 300 acima do sugerido pela
proposta inicial. Como alertamos, a Frente Popular é diretamente responsável
por essa situação na medida em que seu governo patrocina toda uma ala
direitista e fascista na ampla aliança que estabelece em sua gestão, que inclui
até mesmo o DEM. Inclusive diante de todos os assassinatos de trabalhadores e
jovens da periferia Camilo afirma não ter responsabilidade alguma sobre a
tragédias diárias, apesar de bancar pessoalmente um comando policial de
terroristas na cabeça dos órgãos de (in)segurança do Ceará. O governo
neoliberal do PT no Ceará, não promove só privatizações, desmonte dos serviços
sociais e arrocho salarial contra os servidores públicos, também induz a
repressão e morte da juventude pobre, negra e índia das regiões onde os “nobres”
da oligarquia Ferreira Gomes não habitam. A “luta” dos policiais se limita ao
eixo de uma recomposição salarial, fomentada pelos altos gastos orçamentários
com a “segurança pública”, leia-se com a preservação da propriedade privada dos
meios de produção, de uma elite corrupta e que cada vez mais concentra renda em
nosso país e teme a “ira dos marginalizados” deste regime bastardo.
Leia Também: O QUE UNE O FASCISTA WITZEL E O PETISTA CAMILO SANTANA? O EXTERMÍNIO DE JOVENS, POBRES E NEGROS POR UMA PM TALHADA PARA EXECUTAR O POVO OPRIMIDO...
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A tentativa de dotar esta greve policial de alguma característica
“progressiva” é absolutamente inútil. Por mais que a esquerda revisionista se
esforce em “glamorizar” os cães raivosos das PMs, suas ações durante o
movimento apenas reproduziram o que são treinados e pagos para fazer, ou seja,
assassinar pobres e reprimir trabalhadores.
Como definiu brilhantemente o “velho” bolchevique L.
Trotsky, em uma polêmica com Stalinistas alemães, acerca do suposto caráter
“proletário” dos policiais: “O fato de que a polícia foi originalmente
recrutada em grande número dentre os trabalhadores social-democratas não quer
dizer nada. Aqui também a consciência é determinada pela existência. O
trabalhador que se torna um policial a serviço do Estado capitalista, é um
policial burguês, e não um trabalhador...” (Questões vitais para o proletariado
alemão, 1932). Os soldados e cabos da PM, nada tem a ver com os recrutas e
militares de baixa patente das forças armadas, os primeiros são membros de uma
instituição policial, militarizada ao gosto dos regimes autoritários, os segundos
são militares de fato e pertencem ao exército nacional. Deixemos que o próprio
Trotsky exponha esta questão: “A multidão demonstrava um ódio furioso contra a
polícia. A polícia montada era recebida com vaias, pedras, pedaços de ferro.
Muito distinta era a atitude dos operários com relação aos soldados... A
polícia é um inimigo cruel, inconciliável, odiado. Não há nem que se pensar em
ganhá-los para a causa. Não há outro remédio que açoitá-los ou matá-los. Quanto
ao exército é outra coisa...” (História da Revolução Russa, 1930). Tentar
transformar o legado teórico bolchevique, de cindir a base das forças armadas,
em uma etapa revolucionária, a favor do proletariado, em apoio acrítico a uma
greve reacionária de policiais, não passa de uma “armadilha” do mais rasteiro
sindicalismo vulgar praticado pelo PSTU e seus congêneres revisionistas.
A própria história da luta de classes se encarregará de
elucidar para as novas gerações de comunistas a traição cometida pelos que hoje
se colocam no campo da reação. É evidente que as “greves” de policiais e
bombeiros cria certa desestabilização dos governos estaduais. Mas nem toda
desestabilização é favorável aos trabalhadores, particularmente quando seu
móvel se apóia em tendências fascistizantes e reacionárias. A vitória deste
movimento que desestabiliza o governo “petista” controlado pela oligarquia
Gomes não representa uma vitória dos trabalhadores, ao contrário, levaria as
forças policiais a estarem melhor remuneradas para realizar sua função social,
garantir a propriedade privada e os interesses da burguesia em geral. Em
resumo, fortaleceria o Estado burguês. Apesar das greves das polícias
potenciarem um quadro de crise em um setor vital para a burguesia, como das
forças repressivas, não é apoiando as reivindicações da polícia a melhor forma
de acelerar a fissura aberta no seio das próprias classes dominantes. Como nos
ensinou Lenin, os policiais não fazem parte da classe trabalhadora, são um
destacamento ideologicamente preparado para "servir" a burguesia em
seu ódio de classe mais profundo contra a população pobre, não foi por acaso
que os mais destacados "líderes" grevistas são os mais identificados
com a selvagem repressão à população negra e pobre dos bairros periféricos.
Nesse sentido, é fundamental reafirmar nossa posição: ainda que a LBI não seja
partidária da prisão das lideranças grevistas ou da repressão a seu
"movimento", porque estas ações dos governos burgueses fortalecem as
tendências de recrudescimento do regime contra os trabalhadores, declaramos em
alto e bom som que não apoiamos a reacionária greve policial.
Os Marxistas Leninistas não concebem o aparelho estatal de
repressão da burguesia, que detém o monopólio da violência armada contra o
proletariado, como uma questão de “política de segurança pública”. Não
defendemos uma “reforma” ou “aperfeiçoamento democrático” no braço armado do
capital como fazem o PT e o PSOL, lutamos para seu fim pela via da revolução
socialista, substituindo a tal “segurança pública” (que de pública não tem
nada, é absolutamente privada na defesa da propriedade da burguesia) pelo
armamento das massas através de seus organismos de poder. Nossa alternativa à
barbárie policial não é a de apresentar outra “política de segurança pública”,
como sugerem o PT e o PSOL. Os Trotskistas combatemos pela destruição completa
do aparelho de repressão do Estado Burguês e combatem todos os governos
burgueses de plantão que levam adiante um plano de guerra contra os
trabalhadores!