A execução sumária do miliciano carioca Adriano, morto a
queima roupa por uma grande operação da Polícia Militar baiana, se confirma a
cada fato novo revelado nos últimos dias. Nós do Blog da LBI fomos o primeiro
veículo da imprensa a noticiar o assassinato do ex-capitão do BOPE pelas forças
de segurança do governador petista Rui Costa, enquanto toda a mídia
“progressista” ainda tentava “vender” a versão que Adriano teria sido morto
pela polícia do Rio de Janeiro em uma clara manobra de “queima de arquivo”.
Hoje os fatos demonstram cabalmente que a “queima do arquivo vivo” foi um ato
planejado, deliberado e executado. A polêmica instalada reside sobre a
responsabilidade da ação criminosa que calou definitivamente o miliciano,
quem mandou matar Adriano? Se todos nós sabemos que foi a PM baiana quem
acionou os gatilhos a menos de meio metro de distância, fica a pergunta a quem
interessava a “queima do arquivo vivo”? E porque a PM comandada pelo PT operou
este “serviço sujo”?
Leia Também: MILICIANO AMIGO DO CLÃ NEOFASCISTA E SUSPEITO PELA MORTE DE MARIELLE: POLÍCIA DO GOVERNO PETISTA DA BAHIA “QUEIMA O ARQUIVO VIVO”
Leia Também: MILICIANO AMIGO DO CLÃ NEOFASCISTA E SUSPEITO PELA MORTE DE MARIELLE: POLÍCIA DO GOVERNO PETISTA DA BAHIA “QUEIMA O ARQUIVO VIVO”
No curso das investigações (oficiais e paralelas) foi
comprovada que a morte de Adriano poderia ter sido evitada, o advogado do
miliciano declarou a mídia que o cerco da PM com cerca de 70 homens não buscava
a captura com vida, mas sim a obtenção de um cadáver, já que o ex-capitão
estava pronto para se entregar. O corpo de Adriano foi necropsiado na Bahia e
trasladado para o Rio, onde chegou na noite de 11 de fevereiro. A viúva do
miliciano, Júlia Emília Mello, pediu a realização de uma perícia particular no
corpo, mas a Justiça negou, por outro lado o governo da Bahia tem obstruído a
imprensa de aferir as condições da casa no sítio rural onde Adriano foi
executado, chegando até a ameaçar jornalistas.
Depois de quase uma semana de silêncio, o clã Bolsonaro
resolveu falar sobre a morte do amigo e colaborador. O presidente neofascista
tentou “botar no colo” do governador Rui Costa a responsabilidade sobre a
“queima de arquivo”, qualificando o ex-capitão do Bope como um “herói”,
condecorado por seu filho Flávio a seu pedido. Em resposta o governador petista
defendeu a ação da PM baiana, afirmando que não protege “miliciano e bandido”.
A troca de farpas entre Bolsonaro e Rui está claramente voltada a encobrir o
“acordo” antes celebrado com absoluta discrição. Rui Costa é um neoliberal declarado
nas fileiras da esquerda reformista, segue a linha de continuidade de um
governo de colaboração de classes instalado em 2006, onde teve participação
inicial como tecnocrata do “ajuste financeiro”. No momento Rui Costa em seu
segundo mandato como governador tem estreitado relações políticas com o governo
central, implementando na Bahia as (contra)reformas pautadas pelo
rentista/ministro Guedes, além de “copiar” o modelo de repressão policial aos
movimentos sociais. Tudo nos leva a crer que Rui atendeu a um pedido do
establishment e “lavou as mãos” para que sua PM executasse Adriano, evitando
criar turbulência para o regime golpista do Planalto. Essa é inclusive a
estratégia política determinante do PT (incluindo o conjunto da Frente
Popular), “desgastar” o governo Bolsonaro, porém evitando uma desestabilização
maior do regime bonapartista. A conduta de Rui longe de ser um “ponto fora da
curva”, representa a expressão da plataforma central do PT. O cadáver Adriano
serve prioritariamente aos interesses do clã Bolsonaro, diretamente envolvido
no assassinato de Marielle e Anderson, mas também pode ser útil aos planos
eleitorais de Rui Costa, que busca sua indicação no PT para a disputa
presidencial em 2022. A imagem de um “governador da esquerda responsável”,
neoliberal convicto e parceiro da política de recrudescimento do regime, é tudo
o que a burguesia almeja para o PT quando a Frente Popular retornar ao Palácio
do Planalto.