quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

SÍRIA E TURQUIA ESTÃO PRÓXIMOS A UMA GUERRA NA PROVÍNCIA DE IDLIB: OS  MARXISTAS LENINISTAS ESTÃO NO CAMPO DE ASSAD CONTRA OS REACIONÁRIOS ERDOGAN E TRUMP!


A província de Idlib, na Síria ainda é amplamente ocupada pelos jihadistas do Estado Islâmico, onde a Turquia (OTAN) administra as provocações militares contra o regime nacionalista burguês, operado principalmente pela via HTS, um ramo da Al Qaeda na região da guerra civil. O acordo de “Astana” assinado entre a Turquia e a Rússia, em setembro de 2018, previa um cessar-fogo na província, a criação de zonas de separação e a reabertura da rodovia M4 entre a costa e Aleppo, bem como a rodovia M5 entre Damasco  e Alepo. Este cessar-fogo excluiu explicitamente os jihadistas do EI e as estradas nunca foram reabertas ao tráfego civil. Ao mesmo tempo, várias áreas de separação foram quebradas. Os postos de observação turcos que tinham que “assistir” ao cessar-fogo eram na verdade centros de inteligência e suprimentos para jihadistas. A campanha de ataques aéreos da Rússia e da Síria impediu os jihadistas de lançar ataques maiores contra o governo de Bashar Al Assad. Há seis dias atrás, depois que o exército sírio libertou Maarat Al-Numan, atravessou a rodovia M5 ao norte e ao sul da cidade em um movimento de pinça, os jihadistas que mantinham a cidade fugiram para o oeste, em direção a Kafranabel e Al Barah nas únicas estradas que restavam. A cidade caiu sem luta. As hordas reacionárias jihadistas estavam em uma posição difícil e, com eles, o exército turco de Erdogan, cercado por forças do exército regular sírio, porém a Turquia construiu um novo "ponto de observação" fortemente defendido ao sul de Saraqib com a intenção de bloquear o movimento sírio em direção à cidade. O Pentágono com suporte da OTAN convenceu a Turquia a agir em Idlib sem o acordo das tropas russas. O general Tod Wolters, do comando militar dos Estados Unidos na Europa e chefe da OTAN visitou Ankara em 30 de janeiro para manter conversações centradas na Síria. As conversas de Wolters com o ministro da Defesa Hulusi Akar e o chefe de gabinete Yasar Guler do governo Erdogan foram referentes às operações no Eufrates Ocidental e Oriental, onde a presença militar do imperialismo ianque está concentrada. Em declarações à mídia corporativa no final de janeiro, Erdogan atacou diretamente Putin pela primeira vez: “Infelizmente, a Rússia não foi fiel aos acordos de Astana e Sochi. Ou [...] parem de bombardear Idlib ou estamos perdendo a  paciência e faremos o que for necessário a partir de agora". Esta mudança de posição turca é produto de todo um realinhamento militar operado pela Casa Branca para preparar as bases de uma nova ofensiva contra a Síria, Irã e o Hezbolah no Líbano. 


O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, rejeitou as acusações de Erdogan, insistindo que a Rússia "respeita totalmente todas as obrigações dos acordos de Sochi na área de Idlib". O exército sírio está se movendo pela estrada M5 em direção a Saraqib, mas o "ponto de observação" turco bloqueia a estrada. Ontem (03/02) o exército sírio fez algo inesperado: deixou o M5 na direção noroeste para cercar a cidade. Este movimento assustou a Turquia. Ele não quer que a libertação de Saraqib e o exército sírio recuperem o controle das rodovias M4 e M5 em direção a Aleppo. A Turquia declarou a auto-estrada M4 como "zona militar turca", enviando grandes comboios com armas pesadas para construir mais "pontos de observação" em torno de Saraqib.  A noite, houve os primeiros confrontos entre os postos avançados turcos e sírios. A artilharia síria atacou um dos novos "pontos de observação", matando 8 soldados e ferindo cerca de 30. A artilharia turca devolveu fogo, mas seus alvos pareciam ter falhado. Para economizar as aparências, o manipulado Erdogan disse que o exército e a força aérea turcos retaliaram as tropas sírias. O militares russos, que controlam o espaço aéreo sobre Idlib, negaram a ocorrência de ataques aéreos turcos.O exército sírio continua a estreitar o cerco.  Atravessou a estrada M4 Aleppo-Latakia, a oeste de Saraqib, e atualmente está se movendo para o norte para cortar a estrada entre Saraqib e a cidade de Idlib.  Se a Síria conseguir bloquear as duas estradas, as tropas turcas em Saraqib serão isoladas de suas linhas de suprimento direto com a Turquia. O número de caminhões e veículos militares que entraram no território sírio é contado por centenas. Estamos atravessando um novo período da ofensiva de Trump e seus “peões” na região, após o covarde assassinato do general iraniano Soleimani, que teve uma resposta muito limitada por parte do regime dos aiatolás. Com o apoio logístico do governo subserviente da Turquia, Washington pretende retomar a guerra aberta contra Assad, para atingir de uma só “tacada” Irã e o sul do Líbano. Os Marxistas Leninistas reafirmam mais uma vez que tem um campo definido neste conflito, estamos ao lado dos regimes nacionalistas burgueses da Síria e Irã contra o imperialismo ianque e seu fantoche Edorgan.