O atual governo grego neofascista da Nova Democracia parece
não ter limites suficientes com sua ofensiva de extrema direita, além da
construção de campos de concentração em seu território, agora anunciou que
erguerá uma barreira marítima flutuante de três quilômetros de comprimento e um
metro de altura para impedir a chegada de refugiados. O ultrarreacionário
Primeiro-Ministro Kyriakos Mitsotakis, assumiu o governo em 2019, após derrotar
o partido Syriza (esquerda da Social-Democracia), que exerceu o poder estatal
com sua política de colaboração de classes. O fracasso do Syriza na Grécia,
abriu caminho para que a extrema direita desatasse um violento ataque contra as
conquistas das massas, enquanto a Social-Democracia insiste em reeditar sua
estratégia reformista, qualquer semelhança com o que ocorre hoje no Brasil não
é mera coincidência. O porta-voz do governo grego, Stelios Petsas,
declarou cinicamente em um surto de xenofobia: "Todos os meios são bons
para ajudar a proteger as fronteiras da Grécia e da Europa". Em 31 de
janeiro, o neoliberal foi rápido em justificar o projeto apresentado por Atenas
apenas dois dias antes, o que constitui um exemplo irrefutável do
recrudescimento da política de migração vigente atualmente na Grécia. Pela
primeira vez desde 2016, a Grécia no ano passado tornou-se novamente a
principal porta de entrada de imigrantes para a Europa, com um aumento da
corrente proveniente da vizinha Turquia. Segundo o ACNUR (ONU), atualmente
existem mais de 41.000 requerentes de asilo nas ilhas do mar Egeu (Lesbos,
Samos, Chios, Kos, Leros), em campos projetados para abrigar 6.200 refugiados.
“É uma verdadeira bomba-relógio! As condições sanitárias são deploráveis, os
conflitos entre os próprios migrantes estão se multiplicando e a hostilidade
das instalações está aumentando” afirmou Epaminondas Farmakis, diretor de uma
ONG grega. Chamado a intervir nesta catástrofe, uma situação explosiva, o
governo neofascista grego anunciou no final de janeiro que queria estabelecer
uma barreira marítima flutuante ao norte da ilha de Lesbos, onde agora recebe o
maior número de refugiados no país. Segundo o edital publicado pelo Ministério
da Defesa em 29 de janeiro, este sistema de proteção flutuante com 2,7
quilômetros de comprimento e 1,10 metros de altura (incluindo 50 centímetros
acima do nível do mar), equipado com luzes piscantes , deve impedir um fluxo crescente de
migração. O orçamento total, incluindo projeto, instalação e manutenção por
quatro anos, é de 500.000 euros. O
objetivo é que a barragem seja testada no final da primavera, quando as
chegadas aumentam devido aos mares mais quentes. Em 2012, a Grécia já havia
erguido um muro de cerca de 12 quilômetros de extensão na fronteira terrestre
com a Turquia na região de Evros, provocando a mudança do fluxo de imigrantes
para as ilhas do Mar Egeu. As manifestações de refugiados contra a construção
dos campos de concentração nas Ilhas do mar Egeu aumentaram nos últimos meses.
Os requerentes de asilo, exaustos por condições de vida insalubres, também se
manifestaram no início de fevereiro. Houve vários confrontos entre refugiados e
a polícia de choque do governo neofascista.A oposição da esquerda reformista
burguesa vem assistindo paralisada este “show de horrores” fascista do governo
Kyriakos, que promete ser a reprodução política piorada do transloucado Trump
na Grécia. É necessário retomar a ação direta do combativo proletariado grego,
rompendo de uma vez por todas com as ilusões da vanguarda na Social-Democracia
do Syriza.