domingo, 2 de fevereiro de 2020

PCdoB PUBLICA EM SEU SITE:  “A VELHA CLASSE OPERÁRIA ACABOU”


“O velha classe operária acabou. As lutas típicas dos séculos passados perderam relevância. Na era do precarizado, surgem novas formas de produzir e distribuir riquezas. A esquerda brasileira precisa superar a melancolia e se voltar a elas”, não essas frases não foram publicadas por nenhum site da direita neoliberal que povoam a internet e as redes sociais. As “conclusões teóricas” acima foram divulgadas pelo site oficial do PCdoB, o Vermelho, sob o título: “Comuns a essência do pós-capitalismo”. O artigo do partido que ainda se diz comunista, apesar da contrariedade de um grande setor interno, nos brinda com a seguinte “pérola” do revisionismo marxista: “Não se trata mais, como nos séculos passados, de estatizar as fábricas. Elas já não são, neste século, o centro da geração de valor. Os trabalhadores deixaram de se concentrar em grandes unidades de produção: uma parcela cada vez maior entre eles não bate cartão, não tem chefes, sequer recebe salários”. Para os ex-stalinistas da direção do PCdoB, que se lançaram a fundo no tal movimento dos “Comuns”, a teoria do valor elaborada por Marx em sua programática obra “O Capital”, não teria mais sentido algum, simplesmente porque o “centro da geração de valor” não estaria na produção de mercadorias e sim na circulação delas (especulação financeira) e serviços prestados pelo Uber...parece até cômico para os Leninistas estas absurdas abstrações pós-modernas, porém para os reformistas do PCdoB e PSOL se trata da “última palavra das ciências sociais”... O site Vermelho nos revela mais detalhes da estratégia do seu novo movimento político: “O Comum representa, para esta nova realidade, o que a luta salarial significava para os trabalhadores dos séculos anteriores. Ele materializa as ideias da igualdade e da democracia econômica”. Neste ponto pelo menos são bastante honestos em seus objetivos, não desejam estar a frente das lutas da classe trabalhadora por melhores salários e condições de trabalho, o foco central do “Comuns” é o estabelecimento de uma Frente Ampla, composta por setores que não pertençam a “velha classe operária” e sim a “moderna burguesia progressista”. O movimento Comuns rejeita obviamente o socialismo como forma de organização social e econômica como a via de ruptura com o modo de produção capitalista, os reformistas aderem a uma plataforma programática que em muito se assemelha a velha Social Democracia e suas “receitas” de suavizar a exploração do proletariado pela burguesia, vejamos o que sustentam em lugar da revolução socialista: “Mas há uma outra dimensão menos conhecida e igualmente crucial para superar o capitalismo. É o Modo de Produção do Comum – ou seja, novas formas de organizar o trabalho coletivo”...O embuste revisionista que se pretende como uma “nova teoria da esquerda” não é tão nova assim, no século passado Trotsky já refutava categoricamente as “novas fórmulas da velha Social Democracia de Kautsky” que negavam a necessidade do período histórico da transição socialista pela senda da destruição do Estado capitalista e a instauração da Ditadura do Proletariado como uma etapa necessária em direção ao Comunismo. Desgraçadamente para o “neo” PCdoB e seu movimento Comuns as lições da revolução bolchevique deveriam ser abandonadas como uma inútil melancolia: “A única condição para tanto é uma esquerda que olhe para frente, ao invés de se voltar, melancólica, para um passado que não voltará”. (Site Vermelho/01 de fevereiro). Não desconhecemos a realidade de cada vez mais setores da esquerda reformista romperem qualquer vínculo com a luta de classes, fazendo apologia das “teorias” que negam a atualidade e vigência do Marxismo, mas vindo de uma organização que até anos atrás ostentava em seu currículo político o fato de não ter sucumbido à defesa da democracia como valor universal, mantendo formalmente o socialismo em seu programa partidário, representa um fenômeno de maior gravidade. Resta ao Comitê Central do PCdoB resolver o atual conflito interno entre suas alas “novas” e “antigas”, abandonando definitivamente a “Foice e o Martelo”, para assumir de uma vez por todas o “Comuns” como seu novo ideário liberal e antirrevolucionário.