PCdoB PUBLICA EM SEU SITE:
“A VELHA CLASSE OPERÁRIA ACABOU”
“O velha classe operária acabou. As lutas típicas dos
séculos passados perderam relevância. Na era do precarizado, surgem novas
formas de produzir e distribuir riquezas. A esquerda brasileira precisa superar
a melancolia e se voltar a elas”, não essas frases não foram publicadas por
nenhum site da direita neoliberal que povoam a internet e as redes sociais. As
“conclusões teóricas” acima foram divulgadas pelo site oficial do PCdoB, o
Vermelho, sob o título: “Comuns a essência do pós-capitalismo”. O artigo do
partido que ainda se diz comunista, apesar da contrariedade de um grande setor
interno, nos brinda com a seguinte “pérola” do revisionismo marxista: “Não se
trata mais, como nos séculos passados, de estatizar as fábricas. Elas já não
são, neste século, o centro da geração de valor. Os trabalhadores deixaram de
se concentrar em grandes unidades de produção: uma parcela cada vez maior entre
eles não bate cartão, não tem chefes, sequer recebe salários”. Para os
ex-stalinistas da direção do PCdoB, que se lançaram a fundo no tal movimento
dos “Comuns”, a teoria do valor elaborada por Marx em sua programática obra “O
Capital”, não teria mais sentido algum, simplesmente porque o “centro da
geração de valor” não estaria na produção de mercadorias e sim na circulação
delas (especulação financeira) e serviços prestados pelo Uber...parece até
cômico para os Leninistas estas absurdas abstrações pós-modernas, porém para os
reformistas do PCdoB e PSOL se trata da “última palavra das ciências
sociais”... O site Vermelho nos revela mais detalhes da estratégia do seu novo
movimento político: “O Comum representa, para esta nova realidade, o que a luta
salarial significava para os trabalhadores dos séculos anteriores. Ele
materializa as ideias da igualdade e da democracia econômica”. Neste ponto pelo
menos são bastante honestos em seus objetivos, não desejam estar a frente das
lutas da classe trabalhadora por melhores salários e condições de trabalho, o
foco central do “Comuns” é o estabelecimento de uma Frente Ampla, composta por
setores que não pertençam a “velha classe operária” e sim a “moderna burguesia
progressista”. O movimento Comuns rejeita obviamente o socialismo como forma de
organização social e econômica como a via de ruptura com o modo de produção
capitalista, os reformistas aderem a uma plataforma programática que em muito
se assemelha a velha Social Democracia e suas “receitas” de suavizar a
exploração do proletariado pela burguesia, vejamos o que sustentam em lugar da
revolução socialista: “Mas há uma outra dimensão menos conhecida e igualmente
crucial para superar o capitalismo. É o Modo de Produção do Comum – ou seja,
novas formas de organizar o trabalho coletivo”...O embuste revisionista que se
pretende como uma “nova teoria da esquerda” não é tão nova assim, no século
passado Trotsky já refutava categoricamente as “novas fórmulas da velha Social
Democracia de Kautsky” que negavam a necessidade do período histórico da
transição socialista pela senda da destruição do Estado capitalista e a
instauração da Ditadura do Proletariado como uma etapa necessária em direção ao
Comunismo. Desgraçadamente para o “neo” PCdoB e seu movimento Comuns as lições
da revolução bolchevique deveriam ser abandonadas como uma inútil melancolia:
“A única condição para tanto é uma esquerda que olhe para frente, ao invés de
se voltar, melancólica, para um passado que não voltará”. (Site Vermelho/01 de
fevereiro). Não desconhecemos a realidade de cada vez mais setores da esquerda
reformista romperem qualquer vínculo com a luta de classes, fazendo apologia
das “teorias” que negam a atualidade e vigência do Marxismo, mas vindo de uma
organização que até anos atrás ostentava em seu currículo político o fato de
não ter sucumbido à defesa da democracia como valor universal, mantendo
formalmente o socialismo em seu programa partidário, representa um fenômeno de
maior gravidade. Resta ao Comitê Central do PCdoB resolver o atual conflito
interno entre suas alas “novas” e “antigas”, abandonando definitivamente a
“Foice e o Martelo”, para assumir de uma vez por todas o “Comuns” como seu novo
ideário liberal e antirrevolucionário.