quinta-feira, 21 de maio de 2020

FREIXO RENUNCIOU A CANDIDATURA OU A SOCIAL DEMOCRACIA?: “UNIR TODOS OS SETORES, PARA ALÉM DA ESQUERDA” DISSE O DEPUTADO...


O deputado federal Marcelo Freixo, principal referência política do PSOL, explicou porque que abriu mão de sua candidatura à Prefeitura do Rio: “Chamar todos aqueles setores, para além da esquerda, que estão comprometidos com a democracia”.  Freixo parece que não está renunciando apenas a sua postulação eleitoral, se movimenta no sentido programático de ruptura com a própria Social Democracia de esquerda, representada no Brasil pelo PSOL. É absolutamente fraudulento tentar apresentar o PSOL como uma alternativa “classista e combativa” ao projeto de conciliação de classes do PT, o partido de Freixo é apenas uma expressão liliputiana da mesma plataforma da Frente Popular, porém para sermos justos, até este momento se mantinha no campo político da esquerda reformista. A pandemia e o governo neofascista Bolsonaro parecem que estão deslocando o PSOL mais para o lado da “centro-esquerda”, algo um pouco similar ao PCdoB, PSB ou PDT, ou seja, partidos que não encontram nenhuma dificuldade em estabelecer alianças com o “centro”. A narrativa de Freixo para justificar sua opção (ou a do próprio PSOL de conjunto?) em ampliar o espectro de uma frente eleitoral para disputar a prefeitura do Rio até o nome de Eduardo Paes (DEM), é recheada de argumentos supostamente antifascistas: “Se nós continuarmos tendo os projetos individuais, os projetos partidários segregando o campo democrático, o fascismo vai ou estabelecer um golpe de estado ou ganhar a eleição de 2022”, o que Freixo desconsidera é que o fascismo não se derrota fazendo acordos eleitorais com seus cúmplices “democráticos” como o “Centrão” de Eduardo Paes ou mesmos os Tucanos golpistas de FHC e Dória. Freixo revela toda a covardia da pequena burguesia, que amedrontada diante das hordas fascistas corre para pedir “declarações” em defesa do Estado de Direito para os liberais impotentes. Freixo já há muito tempo é uma carta no jogo político da famiglia Marinho no Rio de Janeiro, foi candidato da Rede Globo em 2016 contra o bispo Crivella  da Universal/Record. Acontece que os Marinho decidiram unificar uma só candidatura contra o bispo bolsonarista, fechando com o nome do ex-prefeito Eduardo Paes, com o qual fizeram muitos negócios na Copa do Mundo e Olimpíadas no Rio. Freixo acatou a determinação dos Marinho, que agora também pertecem ao tal “campo democrático”, deixando os grupos revisionistas internos do PSOL (Resistência,Insurgência, etc..) em situação constrangedora. Por sua vez, com a capitulação de Freixo, o PT será obrigado a lançar uma candidatura própria, pois não será “convidado” para ingressar no bloco de Paes/Freixo e os Marinho. Para o resto do PSOL ficará a senda apontada por Freixo, se livrar do “peso histórico do reformismo” e caminhar na nova direção da “centro-esquerda”...