O CERCO ASSASSINO DA POLÍCIA AOS POBRES NO RIO EM MEIO A
PANDEMIA: 13 MORTOS NO COMPLEXO DO ALEMÃO
Imagens feitas por celular mostram seis corpos caídos no
chão, cobertos com lençóis, após ação da PM no Complexo do Alemão, zona norte
da cidade do Rio de Janeiro. Ao todo, a investida da polícia, comandada pelo
governador Wilson Witzel, matou 13 pessoas na favela para aprender oito fuzis no dia de ontem, 15.05. A
operação contou com a presença do Bope (Batalhão de Operações Policiais
Especiais), tropa mais letal da corporação, e tinha como objetivo apreender os
armamentos. Segundo nota da PM, uma denúncia anônima apontou que havia este
tipo de armas na comunidade e um “criminoso, apontado como liderança do tráfico
de drogas local”. Os policiais entraram na favela no começo da tarde junto da
Desarme (Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos), da Polícia
Civil do estado. Moradores contam cinco corpos foram colocados no mesmo lugar
durante a operação. “Nós estamos começando a achar que é chacina”, diz uma pessoa
que vive no Complexo, em áudio no WhatsApp. Todos teriam morrido no mesmo
lugar, de acordo com esta pessoa. Outro morto teria sido levado para o mesmo
local, onde foram registradas as cenas pelos moradores. Havia mais mortes. Até
o fim da noite, o Observatório da Segurança Pública do Rio de Janeiro
contabilizava 13 vítimas no Alemão. Desde a posse de Witzel, o Rio de Janeiro
contabiliza uma morte provocada pela polícia a cada 3 homicídios registrados no
estado. O ex-juiz federal colocou em ação os caveirões aéreos, como são
chamados os helicópteros com plataforma de tiros, e snipers, atiradores de
elite que eliminam pessoas consideradas suspeitas à distância.
Lembremos que semana passada o prefeito do Rio de Janeiro,
pastor da igreja Universal Marcelo Crivella, determinou aos bairros de Santa
Cruz, Madureira, Freguesia, Taquara, Realengo, Guaratiba, Tijuca (Praça Saens
Peña), Grajaú, Méier, Pavuna e Cascadura. Esta é exatamente a região não
turística da “Cidade Maravilhosa”, ou seja, os antigos “subúrbios” e a chamada
“Zona Norte”. O cretino prefeito selecionou apenas a periferia pobre da cidade
para o “cerco policial” e não toda a cidade revela o conteúdo de classe do
próprio Estado. Os Marxistas Leninistas se opõe radicalmente contra todas as
medidas de repressão e cerceamento das garantias constitucionais contra a
população pobre e oprimida, sejam pela justificativa da epidemia do coronavírus
ou de qualquer outra natureza.
Desgraçadamente a esquerda reformista ingressou
na histeria reacionária da apologia do “cerco policial”, como se a luta de
classes tivesse cessado na pandemia. Estranhamente a defesa cega do “isolamento” virou o unguento milagroso
contra o vírus, simplesmente os reformistas não reivindicam mais os meios
sanitários para o tratamento da Covid, ou seja, uma rede pública de hospitais
com o universal direito de atendimento e internação (se for este o caso
diagnosticado) de todo cidadão que for acometido da contaminação. Para combater
a epidemia não precisamos de mais polícia, como creem os reformistas,
necessitamos de mais hospitais, médicos com todo o pessoal da saúde,
medicamentos para o tratamento, leitos e UTI’s equipadas com ventiladores
respiratórios, etc... Além de completa assistência social e econômica para as
pessoas que necessitam ficar em casa. Esta plataforma básica não poderá é claro
ser atendida pelo decadente Estado capitalista, que recorre a medidas
repressoras como o “remédio” para o caos sanitário instalado no país. Nosso
combate, voltamos a repetir até a exaustão, é para derrotar o Estado
capitalista assassino do nosso povo, e nunca para reforçar suas características
de repressão policial e supressão das liberdades democráticas contra os
direitos das massas populares.