O neofascista “03” Eduardo Bolsonaro, filho mais novo do presidente,
cogitou nesta quarta-feira (27.05) a necessidade de adoção de “medida enérgica”
pelo pai. O deputado falou ainda em “momento de ruptura” e disse que a questão
não é de “se”, mas, sim, de “quando” isto vai ocorrer. O “fascistinha” se
referia à operação da Polícia Federal desta quarta-feira, autorizada pelo
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que executou
mandados de busca e apreensão em endereços de aliados do presidente e à
divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, autorizada pelo
ministro Celso de Mello. “Essa postura, eu até entendo quem tem uma postura
mais moderada, vamos dizer, para não tentar chegar ao momento de ruptura, um
momento de cisão ainda maior, um conflito ainda maior. Eu entendo essas pessoas
que querem evitar esse momento de caos. Mas falando bem abertamente, opinião do
Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opinião de 'se', mas de 'quando' isso vai
ocorrer", afirmou. O arroubo defensivo do Bolsonarismo ocorre justamente diante da impotência das instituições burguesas e porque há uma completa paralisia do movimento de massas imposto pela CUT e o
PT, tanto que “03” acende o sinal de alerta para as hordas neonzistas: “Quem que
é o ditador nessa história? Vale lembrar que, antes do Bolsonaro assumir,
falavam que ocorreriam tempos sombrios, perseguição a negros, a pobres, a gays,
às mulheres, etc. Pergunta que eu faço: quantas imprensas fecharam no Brasil
devido a ordem do presidente? Zero. Quantos presos políticos existem no Brasil?
Zero. E a gente está vendo aqui uma iniciativa atrás da outra para esgarçar
essa relação. E, depois, não se enganem: quando chegar ao ponto em que o
presidente não tiver mais saída e for necessária uma medida enérgica, ele é que
será taxado como ditador”. Na entrevista, o deputado disse que os dois
ministros do STF conseguiram a “proeza” de fazer com que apoiadores de
Bolsonaro passem a se manifestar aos domingos não mais diante do Palácio do
Planalto, em apoio ao presidente, mas na frente do tribunal, em protesto. “Os
ministros Alexandre de Moraes e o Celso de Mello conseguiram a proeza de fazer
com que a manifestação, que até então ocorreu em seis fins de semana
consecutivos em Brasília, e o pessoal vai lá na frente do Palácio do Planalto
saudar o presidente da República, agora o pessoal vai se voltar para o outro
lado da praça dos Três Poderes para voltar as suas críticas ao STF”, declarou o playboy direitista. A esquerda reformista burguesa, que carrega o DNA político
da covardia e inação frente ao fascismo, está se “borrando” de medo diante dos
arroubos de “03” e do clã bolsonaris de inspiração golpista. Diante da “ousadia” da anturragem
bolsonarista, a Frente Popular (PT, PSOL e PCdoB) lança apelos desesperados
para que o “trio” Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre e Dias Toffoli (Câmara, Senado
e STF) venham a “salvar as instituições e a democracia” ameaçadas pela “livre”
escalada da extrema direita. A outra trincheira do neofascismo também não deixa
dúvidas acerca do seu caráter de uma horda de “arregões”, que “amarelam” a cada
chamado a “responsabilidade” por parte do mercado e da própria mídia
corporativa que apoia a agressiva agenda neoliberal do governo Bolsonaro-Guedes. O
saldo são as “idas e vindas” de Bolsonaro e os conchavos com a própria cúpula do
Congresso Nacional... apenas o general “gagá” Heleno e os filhos mimados parecem ser os
maiores entusiastas das ameaças de “ruptura” e golpe. Fica evidente que se trata de um
balão de ensaio da direita para medir forças e acumular pretensões de um
drástico recrudescimento do regime bonapartista.
A questão é que para a iniciar a “fase 2” do golpe iniciado em 2016, seguido da própria eleição fraudulenta do capitão, a burguesia nacional não decidiu ainda se descarta ou não Bolsonaro. Assim como a classe dominante alemã se livrou de Ernst Rohm, o truculento organizador da temível SA nazista, abrindo o caminho para Hitler assumir o controle Estado e institucionalizar a SS, no Brasil de hoje a burguesia procura seu fascista mais “qualificado” no próprio ninho das serpentes reacionárias, como é o caso de Dório e Moro, hoje desafestos de Bolsonaro. De qualquer modo com ou sem Bolsonaro, ainda é completamente prematuro até mesmo para a Casa Branca encenar um golpe de Estado na atual conjuntura política e econômica, como Marxistas não podemos esquecer as lições da história: o fascismo se espraia no acirramento da crise capitalista, porém atinge seu apogeu político quando consegue oferecer algumas conquistas econômicas reais para a grande massa plebeia, isso não é possível neste período de retração financeira.
Desde a LBI alertamos mais uma vez que não será na aliança com os cretinos “heróis republicanos” da cepa de Maia, Alcolumbre e Toffoli, e muito menos os similares tucanos FHC e famiglia Marinho, que conseguiremos derrotar o avanço neofascista e derrubar o governo Bolsonaro. Somente a ação direta das massas, com absoluta independência política em relação aos setores burgueses “oposicionistas”, será capaz de construir uma alternativa revolucionária de poder estatal. Nesta perspectiva os Marxistas Leninistas se colocam na linha de frente para defenestrar o alvoroço golpista, que somente evolui na vacilação da esquerda reformista em sua recusa de mobilizar a classe operária e o povo pobre e oprimido. A cada retrocesso da ação independente do movimento de massas corresponde a um passo dado a frente pela extrema direita, neste compasso assistimos desde o final das Jornadas de Junho em 2013 até os dias atuais, o neofascismo avançar sobre nossas conquistas sem que as direções reformistas se proponham a derrotar as turbas reacionárias que já chegaram no Planalto e fazem diariamente arroubos reacionários como o vociferado ontem por “03”.