MEMORIAL DAY NOS EUA: 100.000 MORTES POR COVID-19 SUPERAM
AS OCORRIDAS NAS GUERRAS DA COREIA e VIETNÃ
O dia de hoje (25/05) nos EUA é marcado pelo “Memorial Day”,
um feriado oficial para homenagear os soldados mortos nas guerras ianques no
exterior. Neste Memorial Day da pandemia, as consequências da indiferença do
reacionário governo Trump com a morte de milhares de trabalhadores, pobres e
negros com a subordinação da vida humana aos lucros corporativos são resumidas
no marco trágico de mais de 100.000 mortes do COVID-19. É um fato
extraordinário que as 100.000 vidas oficialmente
perdidas para o vírus em apenas dois meses já superem o número total de mortos
em combates nos três anos de guerra da Coréia (33.686) e nos 11 anos de guerra
dos EUA no Vietnã (58.220). Também é quase o dobro do número de soldados
americanos mortos na Primeira Guerra Mundial (53.402). Essa perda
impressionante da vida humana, no entanto, é apenas o começo. O governo Trump
está marcando o feriado promovendo atividades que desafiam todas as regras de
proteção social, o que causará um aumento acentuado de infecções e mortes.
Na sexta-feira passada, Trump exigiu que os governadores
removessem todas as restrições aos serviços da igreja. O presidente está
promovendo um programa de “cura milagrosa” ou um medicamento não comprovado, um
após outro, inclusive se vangloriando de que ele próprio está tomando
hidroxicloroquina. No último sábado, ele próprio se filmou jogando golfe, sem
máscara, como é o caso de todas as suas aparições públicas. No domingo, Trump
twittou: "Casos, números e mortes estão caindo em todo o país!". O
dado informado é uma mentira. Em todo o país, os novos casos continuam em mais
de 20.000 por dia e novas mortes em mais de 1.000. Em locais como Montgomery,
Alabama, os hospitais estão sobrecarregados. Os pacientes que aparecem nos
hospitais de Montgomery estão sendo enviados para Birmingham. No fim de semana,
os resultados terríveis foram exibidos em todo o país. Com o apoio de grande
parte da mídia corporativa as pessoas estão sendo enganadas e incentivadas a se
envolver em atividades de contágio muito perigosas. Centenas de “festeiros” se
reuniram em uma piscina no lago de Ozarks, no Missouri, um estado onde quase
12.000 deram positivo e mais de 680 morreram. As igrejas de muitos estados
assumiram a liderança de Trump e realizaram cultos para fiéis “trumpistas”. Ao
mesmo tempo, os trabalhadores estão sendo chantageados para que voltem ao
trabalho ao receberem instruções de que serão cortados os benefícios caso
recusem o retorno. Novos casos estão ocorrendo em fábricas de automóveis
reabertas e, na semana passada. Enquanto isso, as empresas não estão fazendo
nada para prevenir infecções e ocultam dos seus funcionários casos de
contaminação da força de trabalho.
Nos próximos dois meses os EUA poderão ver 200.000 mortes
adicionais, além das 100.000 que já ocorreram.Esse número de mortes acelerará a
enorme crise econômica, social e política nos Estados Unidos e em todo o mundo.
O Bank of International Settlements, uma das principais instituições de capital
financeiro, alertou em um relatório divulgado na sexta-feira que o aumento nas mortes terá consequências
econômicas imensas, devido à sua impacto
no produto interno bruto. Quaisquer que
sejam as conclusões que tirem, dentro da classe dominante e da mídia há uma
aceitação da estrutura básica, de que a vida dos trabalhadores deve ser
equilibrada com a "economia".
No entanto, a “economia” é uma abstração que oculta interesses de classe
dos capitalistas. A “economia” que está sendo reaberta sobre os corpos de
trabalhadores é exclusivamente a economia das grandes corporações e dos ricos.
O que está sendo perseguido é a implacável política de uma elite capitalista
que enfrentou uma crise crescente e um colapso financeiro iminente de sua bolha
no mercado de ações antes do pandemia. Nesse contexto, Trump tem a gerência de
articular de maneira mais implacável as demandas da oligarquia financeira. Mas não se trata apenas de Trump e de seu
governo. Os Democratas, quaisquer que sejam suas críticas sobre táticas, apóiam
totalmente o resgate de Wall Street e estão implementando a campanha de volta
ao trabalho em estados controlados pelos governadores Democratas em todo o
país. A classe dominante nos EUA é
culpada de criminalidade em grande escala. A luta contra a pandemia de
coronavírus é uma luta combinada contra a classe dominante capitalista e sua
economia de anarquia mercantil. O combate para implementar as medidas urgentes
e necessárias para impedir a propagação da pandemia está indissociavelmente
ligada à luta para destruir o capitalismo nos Estados Unidos, na perspectiva
histórica da instauração de um regime socialista no país que se “vendia” como o
“paraíso das oportunidades individuais” e
que agora está transformado em um inferno mortal para o proletariado.