segunda-feira, 25 de maio de 2020

MEMORIAL DAY NOS EUA: 100.000 MORTES POR COVID-19 SUPERAM
AS OCORRIDAS NAS GUERRAS DA COREIA e VIETNÃ


O dia de hoje (25/05) nos EUA é marcado pelo “Memorial Day”, um feriado oficial para homenagear os soldados mortos nas guerras ianques no exterior. Neste Memorial Day da pandemia, as consequências da indiferença do reacionário governo Trump com a morte de milhares de trabalhadores, pobres e negros com a subordinação da vida humana aos lucros corporativos são resumidas no marco trágico de mais de 100.000 mortes do COVID-19. É um fato extraordinário que as 100.000 vidas  oficialmente perdidas para o vírus em apenas dois meses já superem o número total de mortos em combates nos três anos de guerra da Coréia (33.686) e nos 11 anos de guerra dos EUA no Vietnã (58.220). Também é quase o dobro do número de soldados americanos mortos na Primeira Guerra Mundial (53.402). Essa perda impressionante da vida humana, no entanto, é apenas o começo. O governo Trump está marcando o feriado promovendo atividades que desafiam todas as regras de proteção social, o que causará um aumento acentuado de infecções e mortes.

Na sexta-feira passada, Trump exigiu que os governadores removessem todas as restrições aos serviços da igreja. O presidente está promovendo um programa de “cura milagrosa” ou um medicamento não comprovado, um após outro, inclusive se vangloriando de que ele próprio está tomando hidroxicloroquina. No último sábado, ele próprio se filmou jogando golfe, sem máscara, como é o caso de todas as suas aparições públicas. No domingo, Trump twittou: "Casos, números e mortes estão caindo em todo o país!". O dado informado é uma mentira. Em todo o país, os novos casos continuam em mais de 20.000 por dia e novas mortes em mais de 1.000. Em locais como Montgomery, Alabama, os hospitais estão sobrecarregados. Os pacientes que aparecem nos hospitais de Montgomery estão sendo enviados para Birmingham. No fim de semana, os resultados terríveis foram exibidos em todo o país. Com o apoio de grande parte da mídia corporativa as pessoas estão sendo enganadas e incentivadas a se envolver em atividades de contágio muito perigosas. Centenas de “festeiros” se reuniram em uma piscina no lago de Ozarks, no Missouri, um estado onde quase 12.000 deram positivo e mais de 680 morreram. As igrejas de muitos estados assumiram a liderança de Trump e realizaram cultos para fiéis “trumpistas”. Ao mesmo tempo, os trabalhadores estão sendo chantageados para que voltem ao trabalho ao receberem instruções de que serão cortados os benefícios caso recusem o retorno. Novos casos estão ocorrendo em fábricas de automóveis reabertas e, na semana passada. Enquanto isso, as empresas não estão fazendo nada para prevenir infecções e ocultam dos seus funcionários casos de contaminação da força de trabalho.

Nos próximos dois meses os EUA poderão ver 200.000 mortes adicionais, além das 100.000 que já ocorreram.Esse número de mortes acelerará a enorme crise econômica, social e política nos Estados Unidos e em todo o mundo. O Bank of International Settlements, uma das principais instituições de capital financeiro, alertou em um relatório divulgado na sexta-feira  que o aumento nas mortes terá consequências econômicas imensas, devido à sua  impacto no produto interno bruto.  Quaisquer que sejam as conclusões que tirem, dentro da classe dominante e da mídia há uma aceitação da estrutura básica, de que a vida dos trabalhadores deve ser equilibrada com a "economia".  No entanto, a “economia” é uma abstração que oculta interesses de classe dos capitalistas. A “economia” que está sendo reaberta sobre os corpos de trabalhadores é exclusivamente a economia das grandes corporações e dos ricos. O que está sendo perseguido é a implacável política de uma elite capitalista que enfrentou uma crise crescente e um colapso financeiro iminente de sua bolha no mercado de ações antes do pandemia. Nesse contexto, Trump tem a gerência de articular de maneira mais implacável as demandas da oligarquia financeira.  Mas não se trata apenas de Trump e de seu governo. Os Democratas, quaisquer que sejam suas críticas sobre táticas, apóiam totalmente o resgate de Wall Street e estão implementando a campanha de volta ao trabalho em estados controlados pelos governadores Democratas em todo o país. A classe dominante nos EUA  é culpada de criminalidade em grande escala. A luta contra a pandemia de coronavírus é uma luta combinada contra a classe dominante capitalista e sua economia de anarquia mercantil. O combate para implementar as medidas urgentes e necessárias para impedir a propagação da pandemia está indissociavelmente ligada à luta para destruir o capitalismo nos Estados Unidos, na perspectiva histórica da instauração de um regime socialista no país que se “vendia” como o “paraíso das oportunidades individuais” e  que agora está transformado em um inferno mortal para o proletariado.