O conjunto da burocracia sindical, desde a CUT ligada ao PT até
a direitista Força Sindical, passando pela Conlutas (PSTU), CTB (PCdoB) e
Internsindical (PSOL) lançaram nas redes sociais uma campanha virtual unificada
pelo “Fora Bolsanaro”. Essa frente ampla de pelegos e burocratas acomodados demonstra em
si a completa farsa da iniciativa unitária, na medida em que apenas deseja
midiaticamente pressionar o Congresso Nacional pelo impeachment do canalha
neofascista, enquanto não convocam nenhuma luta direta contra os ataques neoliberais desferidos por Bolsonaro e o estafeta dos rentistas, o crápula Paulo Guedes. Ao
contrário, PT e PCdoB tem votado junto do governo para conglear salários dos
servidores públicos como vimos no Senado. No máximo, a campanha orquestrada nas
redes por esses burocratas corruptos visa “sensibilizar” Rodrigo Maia (DEM) a pautar o processo de afastamento no parlamento, mas a burguesia
manterá Bolsonaro no curso da Pandemia enquanto ela for útil na aplicação do ajuste neoliberal, com
privatizações, arrrocho e ataque as conquistas. Isso fica evidente na nota da
CUT em que sua direção afirma “A Central vai aprofundar o debate e propostas
que potencializem a campanha ‘Fora Bolsonaro’, juntamente com as frentes Brasil
Popular e Povo Sem Medo, bem como as articulações com a sociedade civil no
sentido de ampliar a participação e também como encaminhar a possibilidade de
um pedido de impeachment”. Na mesma tonada, Adilson Araújo, presidente da CTB
declarou “Tenho dúvidas se Bolsonaro seria derrotado caso fosse julgado hoje. Mas
a correlação de forças pode mudar se o povo entrar em massa no jogo”. Segundo a
CTB “As condições políticas para o impeachment ainda não estão dadas, mas os
dirigentes das centrais estão convencidos de que a destituição do presidente é
a primeira condição para enfrentar a crise. A iniciativa reúne 11 centrais
sindicais”. Por sua vez, o presidente nacional da direitista Força Sindical,
Miguel Torres, afirma que “a insatisfação com o governo de Bolsonaro vem
crescendo devido à postura do presidente ante a pandemia da Covid-19. Não tem
jeito. Chegamos a um momento em que o povo já percebe que o país está sem
governo. Só causa confusão”. A CSP-Conlutas somou-se ao coro, declarando “Sem
acreditar que o Congresso pode levar à frente um processo de impeachment, as
centrais apostam na mobilização da classe trabalhadora para derrotar o governo.
A aposta é que a mobilização repercuta e fomente manifestações populares”. Lula
já declarou abertamente que sustenta o governo neofascista com sua “paciência” (leia-se
uma camisa de forças imposta ao movimento de massas), enquanto o PCdoB articula
sua frente de “oposição” mais ampla possível, com Tucanos e até Demistas
sonhando “empoderar” Flávio Dino no Planalto, o PSOL e suas tendências internas
simulam uma “combatividade” inócua que também rejeita cabalmente a derrubada de
Bolsonaro, a não ser pela via eleitoral em 2022. O “Fora Bolsonaro/Mourão” vem
sendo agitado também demagogicamente pelo PCO, porém com o discreto subtítulo
“Volta Lula”. Os Marxistas Leninistas que combatem pela derrubada do governo
neofascista, apontam claramente a arapuca da estratégia eleitoral, alertando ao
movimento operário e popular que somente os métodos mais radicalizados da ação
direta das massas podem colocar abaixo Bolsonaro e toda a estrutura do regime
vigente. Desde a LBI apontamos que somente a ação direta e ativa das massas
poderá encestar a derrubada cabal deste governo neofascista em seu conjunto,
instaurando um novo regime político socialista emanado do poder revolucionário
da classe operária, caso contrário o “Fora Bolsonaro” poderá desembocar em algo
ainda mais reacionário e entreguista do que a gerência atual.