GIGANTE MUNDIAL AUTOMOTIVO AMEAÇADO DE QUEBRAR: BOLSA DE
PARIS SUSPENDE COTAÇÃO DAS AÇÕES DA RENAULT/NISSAN
No pregão da manhã desta sexta-feira (22/05) a bolsa de
valores de Paris suspendeu a cotação de ações da gigante automotiva
Renault/Nissan após as declarações do ministro da Economia, Bruno Le Maire,
anunciando que o monopólio multinacional de origem francesa não obteve um
empréstimo garantido pelo Estado, colocando que sua sobrevivência estava em
risco. Assim que a bolsa abriu, o preço das ações do monopólio caiu
vertiginosamente. "A Renault pode desaparecer", afirmou o ministro
francês. A montadora que detém uma parcela considerável do mercado
automobilístico mundial, e que solicitou apoio do Estado Burguês, está
considerando o fechamento de várias fábricas. Bruno Le Maire reconheceu que era
essencial que a Renault pudesse reduzir sua capacidade de produção para
garantir sua competitividade.“É claro que os funcionários não devem ser a
variável do ajuste da Renault, mas a Renault também deve ter a oportunidade de
ajustar sua ferramenta de produção, para ser mais competitiva, porque, caso
contrário, a Renault será ameaçada", diz Le Maire. O governo Macron
prometeu que assinará um empréstimo garantido pelo Estado de 5 bilhões de euros
solicitado pela Renault assim que a nova estratégia de reformulação produtiva
do monopólio for conhecida. A iminente falência da Renault não é consequência
somente da pandemia do coronavírus, nem do confinamento social. O monopólio
evidenciou seu colapso financeiro desde que seu ex-CEO Carlos Ghosn caiu em
“desgraça” no Japão no final de 2018. No ano passado, a Renault teve sua primeira perda líquida em dez anos
devido à sua própria crise de superprodução e de seu parceiro Nissan. Antes do
final deste mês, o governo francês exigiu que a montadora deve desenvolver um
plano de economia de 2 bilhões de Euros em três anos. Além de fechar a fábrica
da Nissan na Espanha, planeja fechar outros três grandes centros de produção
na França. O parceiro japonês planeja demitir 20.000 trabalhadores em todo o
mundo, principalmente na Europa e em países periféricos. No início da próxima
semana, o presidente Macron anunciará um plano econômico para apoiar o setor
automotivo francês(Renault, Pegeout e Citröen) um mercado que caiu quase 80%,
com o fechamento de fábricas em todo o mundo. Como já vínhamos afirmando em
nossas publicações, a crise de superprodução capitalista é bem anterior aos
três meses da “quarentena global” decretada pela OMS, que teve o objetivo de
“maquiar” o colapso do regime capitalista. Em todos os países imperialistas o
Estado entra resgatando empresas falidas, com empréstimos trilionários
retirados no mercado financeiro, dando como contrapartida a emissão de mais
títulos públicos. Neste novo cenário mundial, todos os segmentos da vida
humana, Estado e corporações privadas, aprofundam ainda mais a dependência do
capital financeiro, o verdadeiro “dono do mundo”... Parece que na nova ordem
mundial, o único setor imune a esta “dependência” dos rentistas será, não por
coincidência, a indústria pharmaceutica, porque mesmo?