FREIXO RENUNCIOU A CANDIDATURA OU A SOCIAL DEMOCRACIA?: “UNIR
TODOS OS SETORES, PARA ALÉM DA ESQUERDA” DISSE O DEPUTADO...
O deputado federal Marcelo Freixo, principal referência
política do PSOL, explicou porque que abriu mão de sua candidatura à Prefeitura
do Rio: “Chamar todos aqueles setores, para além da esquerda, que estão
comprometidos com a democracia”. Freixo
parece que não está renunciando apenas a sua postulação eleitoral, se movimenta
no sentido programático de ruptura com a própria Social Democracia de esquerda,
representada no Brasil pelo PSOL. É absolutamente fraudulento tentar apresentar
o PSOL como uma alternativa “classista e combativa” ao projeto de conciliação
de classes do PT, o partido de Freixo é apenas uma expressão liliputiana da
mesma plataforma da Frente Popular, porém para sermos justos, até este momento
se mantinha no campo político da esquerda reformista. A pandemia e o governo
neofascista Bolsonaro parecem que estão deslocando o PSOL mais para o lado da
“centro-esquerda”, algo um pouco similar ao PCdoB, PSB ou PDT, ou seja, partidos
que não encontram nenhuma dificuldade em estabelecer alianças com o “centro”. A narrativa de Freixo para
justificar sua opção (ou a do próprio PSOL de conjunto?) em ampliar o espectro
de uma frente eleitoral para disputar a prefeitura do Rio até o nome de Eduardo
Paes (DEM), é recheada de argumentos supostamente antifascistas: “Se nós
continuarmos tendo os projetos individuais, os projetos partidários segregando
o campo democrático, o fascismo vai ou estabelecer um golpe de estado ou ganhar
a eleição de 2022”, o que Freixo desconsidera é que o fascismo não se derrota
fazendo acordos eleitorais com seus cúmplices “democráticos” como o “Centrão”
de Eduardo Paes ou mesmos os Tucanos golpistas de FHC e Dória. Freixo revela
toda a covardia da pequena burguesia, que amedrontada diante das hordas
fascistas corre para pedir “declarações” em defesa do Estado de Direito para os
liberais impotentes. Freixo já há muito tempo é uma carta no jogo político da
famiglia Marinho no Rio de Janeiro, foi candidato da Rede Globo em 2016 contra
o bispo Crivella da Universal/Record.
Acontece que os Marinho decidiram unificar uma só candidatura contra o bispo
bolsonarista, fechando com o nome do ex-prefeito Eduardo Paes, com o qual
fizeram muitos negócios na Copa do Mundo e Olimpíadas no Rio. Freixo acatou a
determinação dos Marinho, que agora também pertecem ao tal “campo democrático”,
deixando os grupos revisionistas internos do PSOL (Resistência,Insurgência,
etc..) em situação constrangedora. Por sua vez, com a capitulação de Freixo, o
PT será obrigado a lançar uma candidatura própria, pois não será “convidado”
para ingressar no bloco de Paes/Freixo e os Marinho. Para o resto do PSOL
ficará a senda apontada por Freixo, se livrar do “peso histórico do reformismo”
e caminhar na nova direção da “centro-esquerda”...