terça-feira, 12 de maio de 2020

“CAIXA PRETA” DA OMS: CRIAÇÃO DE DOENÇAS, TESTES EM PAÍSES POBRES, FINANCIAMENTO DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA E CONTROLE POLÍTICO DE BILL GATES...


A Organização Mundial da Saúde (OMS) é a maior agência das Nações Unidas, tem mais de 8 mil funcionários. Como Marxistas Revolucionários temos a obrigação de pontuar a natureza de classe da OMS. Ela não é uma organização neutra ou mesmo uma "agência multilateral" que deve ser defendida porque Trump suspendeu temporariamente o financiamento dos EUA para a mesma, como apregoa a esquerda mundial. Não tenhamos ilusões, a OMS faz parte da ONU, organismo que serve como uma concha “democrática” para os países imperialistas ditarem sua ordem mundial. Os maiores contribuintes financeiros da OMS eram até poucos dias o governo dos EUA e a Fundação Bill e Melinda Gates. Criada em 1948, a OMS era originalmente inteiramente financiada pelas contribuições anuais de seus países membros, hoje 194. Neste ínterim, quase 30% dos 4,9 bilhões de euros do orçamento da OMS para 2011-2012 já são provenientes de doadores particulares ou de subvenções governamentais “voluntárias”, sobretudo, dos países onde ficam as maiores empresas farmacêuticas do mundo. Cada um é obrigado a pagar contribuições para fazer parte da organização. São chamadas “contribuições avaliadas”, calculadas em relação à riqueza e população de cada país e representam apenas cerca de um quarto do financiamento total da OMS. Para o biênio de 2018-2019, apenas 17% do financiamento total veio de contribuições avaliadas. O restante vem de “contribuições voluntárias”, ou seja, donativos de parceiros. A fatura dos EUA foi de 59,2 milhões de dólares por ano com um total de 118,4 milhões de dólares para o biénio de 2018-2019, valor que Trump suspendeu recentemente, acusando a organização de falhas na forma como lidou com a pandemia de Covid-19: “Ordeno a suspensão do financiamento para a Organização Mundial da Saúde enquanto estiver a ser conduzido um estudo para examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus”. Quase três vezes mais vem de contribuições voluntárias. Elas Influenciam sobre estratégias e metas. Desta forma, a Fundação de Gates passou a ser maior doadora da OMS. Até aqui, estava logo atrás dos EUA. Ela gera sua renda principalmente a partir de ativos fixos. A maioria dos 25 bilhões de dólares que Bill Gates pôde investir nos últimos dez anos em programas de saúde em todo o mundo é derivada de empresas conhecidas na indústria química, farmacêutica e alimentícia, cujas atividades práticas vão contra os esforços pela melhoria da saúde global. Gates, também presidente da Microsoft, ganha fortunas com a defesa dos direitos de propriedade intelectual. Isso significa que ele luta pela patenteação de medicamentos e vacinas, em vez de promover produtos genéricos, livremente acessíveis e, portanto, menos caros. Gates leva a OMS a participar de programas de vacinação patenteada, os beneficiados são diretamente fabricantes de vacinas e seus acionistas. Não por acaso em outubro do ano passado, a Fundação participou do “Event 201”, no qual foi simulado uma resposta coordenada para o caso de uma pandemia a nível global. O evento foi realizado em parceria com o Johns Hopkins Center for Health Security e o Fórum Econômico Mundial. Hoje a OMS é controlada efetivamente pela indústria farmacêutica, com crescente dependência de doadores privados como a Fundação Bill & Melinda Gates, doou mais US$ 150 milhões (aproximadamente R$ 785 milhões) destinados aos suposto combate à Covid-19, esse “filantrocapitalismo” não vem obviamente de graça. São esses interesses que movem a agência da ONU para a saúde que gerencia a pandemia de Coronavírus. Vamos mais a fundo na sua “caixa preta”, movida pelos interesses da burguesia e para a imposição de uma nova ordem mundial baseada no controle ainda mais duro de todos os aspectos da vida humana pelos grandes monopólios capitalistas.


Vale registrar historicamente que a URSS se retirou da organização em 1949, criticando a proeminência dos EUA na Organização e nas agências da ONU de maneira geral. Os Estados operários deformados da Bulgária, Romênia, Albânia, Polônia, Tchecoslováquia e Hungria logo seguiram o exemplo, irritados com a OMS, em resposta à retenção de recursos médicos dos EUA na Europa Oriental (os EUA se recusaram a exportar equipamentos cruciais para a fabricação de penicilina para a Iugoslávia, Polônia e Tchecoslováquia). Em 1954, em um discurso em comemoração à OMS, uma política capitalista dos EUA resumiu o apoio do imperialismo norte-americano a essa organização quando declarou: “Em nossa luta global contra o comunismo, um de nossos principais esforços é manter o mundo livre forte. As doenças geram pobreza e a pobreza gera mais doenças. O comunismo internacional prospera em ambos”. Somente após a morte de Stalin e a ascensão de Khruschev com o aprofundamento de sua política de coexistência pacífica com o imperialismo ocorreu o retorno da URSS e de seus aliados a OMS em 1956. Lembremos também que depois do terremoto no Haiti em 2010, a OMS e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos apoiaram a tentativa da ONU de encobrir que as tropas de “manutenção da paz” da ONU foram a fonte da epidemia maciça de cólera no Haiti. Um relatório da OMS de 2013 também encobriu o impacto das munições de urânio empobrecidas dos imperialistas dos EUA em defeitos congênitos no Iraque. 

A influência da indústria farmacêutica e das fundações que mantém pôde ser medida no caso da chamada “gripe suína”. Em junho de 2009, a OMS decretou o grau de alerta máximo para a pandemia de H1N1, a conselho de sua comissão permanente de vacinação. Entre os membros e consultores da comissão, estavam cientistas que tinham contratos com fabricantes do Tamiflu e outras drogas antigripais. A campanha de vacinação global, lançada por decorrência do alerta de pandemia da OMS, trouxe um faturamento milionário para essas empresas. Para declarar uma “gripe perfeitamente normal” como uma perigosa pandemia, a OMS baixou os critérios para alertas de pandemia antes que os primeiros casos de H1N1 fossem conhecidos, afirma um estudo do Conselho Europeu. E também antes disso, autoridades de todo o mundo já tinham fechado garantias de contratos de compra com fabricantes de vacinas.


Em 2018 a OMS completou 70 anos. Mas a influência de Gates remonta 2005. Na cidade de Genebra ocorreu a 58ª Assembleia Mundial da Saúde e o palestrante na abertura foi o homem mais rico dos Estados Unidos. Co-fundador e então diretor da Microsoft, ele foi convidado para falar a ministros dos quase 200 países membros. Seu interesse particular na saúde global havia despertado havia pouco mais de cinco anos, mas Gates já se tornara uma figura importante, distribuindo centenas de milhões de dólares a programas pelo mundo todo. E, embora a Assembleia de 2005 tenha sido a primeira em que a família Gates teve destaque, não foi a última. Bill também abriu o evento em 2011 e, em 2014, foi a vez de sua esposa, Melinda, discursar. Uma das mudanças mais marcantes ao longo desses anos é o peso de atores não estatais no orçamento e na definição de prioridades da Organização. São fundações filantrópicas, organizações não governamentais, instituições acadêmicas e mesmo empresas privadas, como as farmacêuticas GlaxoSmithKline, Eli Lilly, Bayer e Sanofi.  Mas, hoje, um desses atores se destaca sobre todos os demais: é justamente a Fundação Bill & Melinda Gates, cuja contribuição atual representa nada menos que 13% do orçamento geral da OMS. Não foi Bill Gates quem inventou a moda de doar recursos financeiros para alavancar programas de saúde em outros países. 

Há mais de cem anos — antes mesmo de a OMS existir —, a Fundação Rockefeller fazia isso. As discussões sobre essa participação nasceram junto com a própria OMS. Sua constituição já previa parcerias e formas de atuação conjuntas. Essas formas foram ampliadas ao longo dos anos através de emendas nas diretrizes e nos princípios que regem a Organização. E os anos 2000 apresentaram ao mundo as Parcerias (PPP´s) ou Iniciativas para a chamada "Saúde Global", que a OMS define como “uma relação colaborativa e formal entre organizações múltiplas”. Por exemplo, tema como nutrição envolve a “Global Alliance for Improved Nutrition”, uma iniciativa que inclui a indústria alimentícia, o Unicef, a OMS, o Banco Mundial e outras entidades burguesas.


Na última Assembleia Mundial da Saúde estavam registradas 186 organizações, o que significa que, no ano passado, esse era o número de organizações que mantinham relações oficiais. Mas em 2014, um relatório apontou que 729 organizações mantinham algum tipo de envolvimento com a OMS.  As diferenças entre a suposta filantropia praticada por grandes capitalistas hoje e aquela que faziam no início do século passado, inclusive em outras áreas além da saúde, não são irrelevantes. Trata-se do chamado “Filantrocapitalismo” onde bilionários destinam grandes somas a projetos “sociais” esperando necessariamente, um retorno em forma de lucro. Obviamente a chamada “saúde global” não está fora desse negócio. Mas há uma diferença fundamental entre a atuação da Fundação Rockefeller há cem anos e a da Fundação Gates hoje. Não que o trabalho de Rockefeller fosse gratuito, ao contrário, naquele tempo a fundação já usava a “filantropia” como forma de marketing e veiculava seus próprios interesses e dos Estados Unidos, ajudando a expandir mercados consumidores. Tanto que na Conferência de Alma-Ata, realizada em 1978 na antiga União Soviética, tentou-se fazer um contra-ponto a essa influência. Sua declaração final reafirmava a definição — já presente na Constituição da OMS — de saúde como “completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade”, defendendo-a como direito fundamental e como “a mais importante meta social mundial”. Ela também criticava a desigualdade social, dizia que era “direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento e na execução de seus cuidados de saúde” e colocava a atenção primária como sendo fundamental para melhorar a saúde das populações. Nesse momento, a Fundação Rockefeller, que havia se afastado um pouco da saúde, retornou, mas já com uma outra posição, porque começou a considerar aquelas ideias muito ‘radicais’: ver a saúde como um direito, algo que vinha do contexto socio-político… Dizia que aquilo era muito bonito, mas muito difícil de alcançar. E que, em vez de ter um enfoque mais amplo, seria melhor ter um enfoque mais técnico e com resultados mais rápidos. Anos mais tarde, esta fundação participaria ativamente do processo de criação das Parcerias Público-Privadas. Mas a Fundação Rockefeller passou a se concentrar em outras áreas e foi quando os Gates chegaram à saúde, no ano 2000.


A Fundação tem ações de empresas privadas e a lista de 2016 mostra um total de mais de 25 bilhões de dólares investidos. Lá estão as grandes farmacêuticas, como Merck, Pfizer, GlaxoSmithKline e Sanofi. Este relatório publicado em 2014 pelo Global Policy Forum mostra ainda que existe uma ‘porta giratória’ entre a Fundação Gates e a indústria farmacêutica, com vários diretores ligados à Fundação tendo feito carreira nas maiores empresas. O estudo também cita que ela criou uma janela de financiamento chamada Programme Related Investments, onde todo o dinheiro é usado para investir diretamente em companhias privadas como a CureVac, uma biofarmacêutica alemã voltada para a fabricação de vacinas. E um dos mantenedores da Fundação Gates é o magnata Warren Buffett, o maior investidor norte-americano (que, como Bill Gates, está sempre na lista de homens mais ricos do mundo). Ele doa ações da sua holding Berkshire Hathaway, que investe em diversas companhias. Entre as empresas que concentram os maiores investimentos de Warrent estão a Coca-Cola, o Walmart (que tem milhares de farmácias nos Estados Unidos e estuda entrar no ramo de seguros de saúde)  e a DaVita HealthCare (uma companhia norte-americana de assistência à saúde). Segundo a revista Forbes, Buffett tem aumentado seus investimentos na Monsanto, e a CNN mostra seu particular interesse na farmacêutica israelense Teva.

Não por acaso Gates ao discursar recentemente na Assembleia geral da OMS declarou o seguinte sofisma “Alguns apontam para a saúde melhor no mundo desenvolvido e dizem que só podemos melhorar a saúde quando eliminarmos a pobreza. E eliminar a pobreza é um objetivo importante. Mas o mundo não teve que eliminar a pobreza para eliminar a varíola — e não precisamos eliminar a pobreza antes de reduzir a malária. Precisamos produzir e entregar uma vacina — e a vacina salvará vidas, melhorará a saúde e reduzirá a pobreza”. Em resumo, quando se produzem e vendem remédios e vacinas, tem sempre aguém enriquecendo com a venda. Eliminar a pobreza seria uma mudança estrutural no modo de produção capitalista que levaria à menor necessidade de remédios e vacinas, a um planejamento econômico, científico e social rumo ao Socialismo. Para quem enriquece, é interessante, em lugar de melhorar as condições de vida e diminuir a incidência de doenças, oferecer remédios e aumentar seu lucros.

A hipocresia da Família Gates com a OMS se dá visivelmente nas áreas de monopólios de alimentos danosos à saúde e de produção farmacêutica. A Fundação Bill e Melinda Gates investe em monopolistas mundiais como Mcdonalds, Coca-Cola, e General Mills y Kraft que são promotores mundiais de alimentos hipercalóricos com excesso de açúcar e gorduras, além de cereais e grãos transgênicos baseados no monopólio de sementes que dependem fortemente do consumo de agrotóxicos. Os interesses de vender e monopolizar esses alimentos promovem desequilíbrios alimentares ligados à epidemia mundial de obesidade que ataca crianças e adolescentes de todo o mundo depois de ter levado mais de 50% da população adulta ao sobrepeso nos países centrais. No ramo imunoquímico e farmacêutico, a Família Gates investe e promove os interesses das grandes corporações Merck, Novartis, Pfizer, e já investiu também nos conglomerados industriais Johnson & Johnson, Schering–Plough, Eli&Lilly, e Wyeth, que pressionaram fortemente a Assembleia Médica Mundial para retirar direitos de populações pobres do mundo em receberem tratamento quando são objeto de testes clínicos de novos medicamentos sobre grupos vulneráveis.

Não por acaso, um programa de vacinação infantil financiado principalmente pelo fundador da Microsoft, Bill Gates, foi criticado por criar mercados para novas vacinas de alto custo e não ter muito impacto na cura de doenças. Num relatório, a "insuspeita" ONG Save the Children (Salvem as Crianças) afirma haver conflitos de interesse na direção da Aliança Global para Vacinação e Imunização, dando oportunidade às empresas farmacêuticas de fazer marketing para os seus produtos. Segundo a ONG, o programa tem se concentrado em distribuir novas vacinas de alto custo e não tem feito nada para combater as doenças mais comuns nos países pobres, particularmente na África. A Aliança Global foi criada em 1999 com uma doação de US$ 750 milhões (R$ 1,8 bi) da Fundação Bill and Melissa Gates. O objetivo do programa financiado por Gates, em princípio, é aumentar a vacinação entre crianças que vivem nos países mais pobres do mundo e financiar a pesquisa de novas vacinas. Trata-se de uma organização com forte ligação com a Unicef e OMS. Segundo a denúncia, a presença de membros da indústria farmacêutica na direção do projeto cria um conflito de interesses claro, porque a indústria pode estar produzindo produtos que vão ser comprados e distribuídos pela Aliança. Pelo relatório, cerca de três milhões de crianças morrem todos os anos de doenças para as quais existem vacinas de uso consagrado.

Alertamos mais uma vez que é na mão deste carniceiro e de sua empresa integrante do Clube de Bilderberg, que hoje se concentram as pesquisas mais avançadas para a descoberta da vacina (um unguento milagroso graças a bondade deste santo homem) contra a pandemia do coronavírus, que ainda virá com um “bônus” totalmente gratuito, um chip da Microsoft para monitorar a organização dos povos. E ainda existem os parvos ingênuos da esquerda revisionista que afirmam que o coronavírus é um “acidente natural”...