sábado, 23 de maio de 2020

DESMATAMENTO E GRILAGEM: GOVERNO BOLSONARO, LATIFUNDIÁRIOS E GRANDES EMPRESAS DESTROEM FLORESTAS PARA INCREMENTAR SEUS NEGÓCIOS EM MEIO A PANDEMIA


A fala do playboy Ricardo Salles, ministro do meio-ambiente, na reunião ministerial do dia 22 de abril, afirmando que estava aproveitando o momento da pandemia do Coronavírus para mudar regras legais a fim de desmatar e ampliar a grilagem é só um reflexo da ofensiva dos latifundiários e das grandes empresas no campo. Segundo ele, seria hora de fazer uma “baciada” de mudanças nas regras ligadas à proteção ambiental e na área de agricultura. “Tem uma lista enorme, em todos os ministérios que têm papel regulatório aqui, para simplificar. Não precisamos de Congresso”. Salles sugere usar a pandemia para fazer mudanças na área ambiental “Ir passando a boiada... A oportunidade que nós temos, que a imprensa está nos dando um pouco de alívio nos outros temas, é passar as reformas infralegais de desregulamentação... Tem um monte de coisa que é só, parecer, caneta, parecer, caneta. A gente tem um espaço enorme pra fazer”. Por sua vez, há também o Projeto de Lei 2.633/2020, resultado da Medida Provisória (MP) 910, apelidado de “PL da Grilagem”. A lei incentivará a apropriação de terras e o desmatamento generalizado que colocará em risco a sobrevivência da Amazônia, além de prejudicar os direitos das comunidades indígenas e tradicionais. Não por acaso, o desmatamento da Amazônia em abril foi o maior dos últimos dez anos, com 529 km² da floresta derrubada. Com esta cifra, a região teve, no mês passado, um aumento de 171% em relação a abril de 2019. Em resumo, grandes áreas votadas para o garimpo e a agricultura controlada pelas grandes empresas. O aumento ocorre em meio à recomendação de distanciamento social devido à pandemia do novo coronavírus que vem paralisando a luta de classes sob a orientação da Frente Popular comandada pelo PT e a CUT. Nós revolucionários defendemos que a verdadeira defesa do meio-ambiente só pode ser realizada através da aliança do campesinato pobre com o proletariado do campo e da cidade através da luta pela revolução agrária que exproprie os latifundiários através da construção de comitês de autodefesa armados, preservando a vida dos lutadores ameaçados pelo terror dos grandes proprietários, acobertados pelo governo Bolsonaro. Os Marxistas Leninistas dizemos claramente que só a revolução socialista, com a expropriação da burguesia em nível mundial e a liquidação do modo de produção capitalista podem pôr um fim às forças destrutivas, às guerras e aos monopólios predadores que ameaçam a existência da humanidade. Somente o proletariado mundial, urbano e rural, e seus aliados históricos como o campesinato pobre, será capaz de travar uma luta consequente para expropriar o latifúndio, as grandes empresas e os monopólios por meio da luta pela revolução proletária e o socialismo!

Nesse sentido, fazemos também a polêmica com os próprios “ecossocialistas” que buscam novas vanguardas justamente para negar a luta de classes como motor da história e o método da violência revolucionária e a ditadura do proletariado como únicos meios capazes de salvar a humanidade da barbárie capitalista. O saque e a destruição do homem e da natureza são consequências do modo de produção, apropriação e distribuição capitalistas, que não tem como ser planejada e racionalizada, mas sim liquidada pelos trabalhadores. Não por coincidência no Brasil os “ambientalistas” atuam em conjunto com as ONGs manipuladas pelo imperialismo ianque e europeu para se passarem como “baluarte das florestas”. 

Para os Revolucionários, o combate efetivo em defesa das reservas naturais, jamais poderá ser realizado em aliança política com empresários, ONGs e setores ligados as diversas ala do imperialismo e seu projeto de “capital verde”. Contra esta farsa, denunciamos a impossibilidade de haver qualquer preservação da própria espécie humana assim como do meio-ambiente, das florestas e das fontes aquáticas sob o tacão dos grandes monopólios transnacionais, já que o capitalismo leva a humanidade à barbárie e às guerras de espoliação impondo fome, miséria e desemprego. Ao mesmo tempo, desmascaramos os charlatões que através do chamado “ecossocialismo” não fazem mais que reforçar a tese revisionista de que o proletariado está superado como direção política da revolução socialista apresentando as “novas vanguardas” (verdes, luta de gênero) como eixo principal da “utopia” de uma “economia sustentável”. Eles “esquecem” que o conceito de forças produtivas elaborado por Marx, engloba fundamentalmente a força de trabalho, ou em outras palavras, o proletariado, a força produtiva principal. Em uma sociedade que condena a maioria da população, inclusive nos países imperialistas, à miséria absoluta as forças produtivas efetivamente deixaram de crescer e só podem voltar a fazê-lo através da Revolução Proletária para garantir a existência da humanidade em harmonia com a Natureza em um futuro comunista.