domingo, 10 de maio de 2020

PRIVATIZAÇÃO BOLSONARISTA NÃO PARA NEM COM A PANDEMIA: GOVERNO ANUNCIOU A “ENTREGA” DA GASPETRO


Em plena pandemia do coronavírus e da ameaça da pior recessão mundial desde o crash da Bolsa de Nova York em 1929, o governo neofascista de Bolsonaro acelerou o processo de venda da totalidade de participação de 51% da Petrobras na Gaspetro, a subsidiária da empresa estatal na comercialização de gás natural. Os outros 49% já foram entregues à japonesa Mitsui em 2015, em pleno segundo governo Dilma Rousseff, onde a Frente Popular flexionou sua plataforma estatal para um neoliberalismo “agressivo”, permitindo desta forma o avanço das forças neofascistas no país. O anúncio da privatização total foi feito pela direção da Petrobrás na última segunda-feira (04/05), quando a cúpula neoliberal da estatal abriu “a fase de análise e habilitação de potenciais compradores”, fase que se estenderá até o próximo dia 15 de maio, com a “assistência generosa” do Goldman Sachs como seu assessor financeiro exclusivo para o processo de entrega de mais um patrimônio público sob o controle do Estado Burguês. Via de regra, como tem acontecido na maior das privatizações, especialmente de estatais estratégicas, a privatização da companhia deve ocorrer com a entrega da empresa ao capital estrangeiro. O acordo de acionistas da subsidiária prevê direito de preferência à japonesa Mitsui, que já possui as ações restantes. A Gaspetro é uma empresa holding que tem participação societária em diversas companhias distribuidoras de gás natural no Brasil, em cujas composições de capital também se faz presente o investimento de muitas empresas dos governos estaduais. Sua alienação a um “preço de doação”, significa colocar um bem sucedido monopólio estatal do gás, construído com o dinheiro do povo brasileiro, nas mãos de rentistas, de preferencialmente estrangeiros, transferindo o domínio da distribuição do gás natural e a segurança energética desse item estratégico para a produção industrial nacional. Os trabalhadores da Gaspetro devem iniciar imediatamente uma mobilização que desemboque na greve geral da categoria, independente do período imposto da quarentena, que se propõe a tentar “congelar” a luta de classes, sob o pretexto da pandemia de coronavírus. Acontece que para o mercado financeiro, rentistas e grandes industriais, a quarentena é uma “ficção” utilizada para acumular capital e intensificar a exploração do mais valor em ritmo acelerado, inclusive com a valorosa participação do Estado Burguês.