Em plena pandemia do coronavírus e da ameaça da pior
recessão mundial desde o crash da Bolsa de Nova York em 1929, o governo
neofascista de Bolsonaro acelerou o processo de venda da totalidade de
participação de 51% da Petrobras na Gaspetro, a subsidiária da empresa estatal
na comercialização de gás natural. Os outros 49% já foram entregues à japonesa
Mitsui em 2015, em pleno segundo governo Dilma Rousseff, onde a Frente Popular
flexionou sua plataforma estatal para um neoliberalismo “agressivo”, permitindo
desta forma o avanço das forças neofascistas no país. O anúncio da privatização
total foi feito pela direção da Petrobrás na última segunda-feira (04/05),
quando a cúpula neoliberal da estatal abriu “a fase de análise e habilitação de
potenciais compradores”, fase que se estenderá até o próximo dia 15 de maio,
com a “assistência generosa” do Goldman Sachs como seu assessor financeiro
exclusivo para o processo de entrega de mais um patrimônio público sob o
controle do Estado Burguês. Via de regra, como tem acontecido na maior das
privatizações, especialmente de estatais estratégicas, a privatização da
companhia deve ocorrer com a entrega da empresa ao capital estrangeiro. O
acordo de acionistas da subsidiária prevê direito de preferência à japonesa
Mitsui, que já possui as ações restantes. A Gaspetro é uma empresa holding que
tem participação societária em diversas companhias distribuidoras de gás
natural no Brasil, em cujas composições de capital também se faz presente o
investimento de muitas empresas dos governos estaduais. Sua alienação a um
“preço de doação”, significa colocar um bem sucedido monopólio estatal do gás,
construído com o dinheiro do povo brasileiro, nas mãos de rentistas, de
preferencialmente estrangeiros, transferindo o domínio da distribuição do gás
natural e a segurança energética desse item estratégico para a produção
industrial nacional. Os trabalhadores da Gaspetro devem iniciar imediatamente
uma mobilização que desemboque na greve geral da categoria, independente do
período imposto da quarentena, que se propõe a tentar “congelar” a luta de
classes, sob o pretexto da pandemia de coronavírus. Acontece que para o mercado
financeiro, rentistas e grandes industriais, a quarentena é uma “ficção”
utilizada para acumular capital e intensificar a exploração do mais valor em
ritmo acelerado, inclusive com a valorosa participação do Estado Burguês.