sexta-feira, 1 de maio de 2020

1º DE MAIO: BOICOTAR O ATO “VIRTUAL” DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DA CUT E DEMAIS CENTRAIS PELEGAS COM LULA (PT) E OS CANALHAS NEOLIBERAIS FHC, CIRO E MAIA...! 
POR UM VERDADEIRO DIA INTERNACIONAL DE LUTA DOS TRABALHADORES!


Hoje é 1º de Maio, dia internacional de luta dos trabalhadores. Em meio à pandemia de ataques do governo Bolsonaro e da burguesia contra direitos e conquistas sociais, todas as centrais sindicais em unínossono orientaram os trabalhadores que “Fiquem em casa”, este é inclusive o eixo político de (não) “convocação” para a data. Trata-se de uma política de completa paralisia, no momento em que várias partes do mundo começam lutas e mesmo protestos organizados contra a ofensiva capitalista desatada usando como pretexto o Coronavírus, como observamos no Líbano, Grécia, Israel e na Hungria. Desde a CUT, passando pela Força Sindical e a CTB, o conjunto da burocracia controlada pelo PT e PCdoB se agarra a uma política de colaboração de classes que tem como único objetivo mandar os explorados a aguardarem o fim da onda virótica no Brasil, sendo meros espectadores dos ataques que os patrões e os governos burgueses desferem contra as massas, como vimos nas montadoras do ABC. Segundo a CUT “O Dia Internacional dos Trabalhadores deste ano será com todo mundo em casa, se protegendo contra o novo coronavírus”. Esta é uma orientação mundial da esquerda, inclusive as correntes que se reivindicam trotskistas seguem disciplinadamente esta conduta suicida!

O imperialismo e as burguesias nacionais tentam criar o clima de “pacto de união mundial” em virtude da pandemia declarada pela OMS, mas onde interessa ao capital financeiro a guerra híbrida ou abertamente militar não é estendida nenhuma “bandeira branca”. Uma prova do que afirmamos é que as centrais pelegas planejaram no 1º de Maio fazer uma “live” com Lula, FHC, Ciro, Dino e Maia! Trata-se de uma expressão prática da tão almejada “Frente Ampla” burguesa proposta pelo PT e PCdoB.

Os dirigentes das seis principais centrais sindicais brasileiras (CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB) reforçaram a decisão de alargar o palanque, desta vez virtual, na tradicional comemoração do Dia do Trabalhador, em 1º de maio. A lista de convidados é amplíssima. Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ocuparão o mesmo palanque virtual. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e os governadores Wilson Witzel (PSC) e João Doria (PSDB) também deverão falar aos trabalhadores em mensagens exibidas durante a live que será exibida no 1º de Maio.  

Vale salientar que o grupo Resistência (PSOL), sob o pretexto de debater o caráter do vergonhoso ato de 1º de maio virtual em que a CUT e as demais centrais convocaram FHC, Maia e a Acolumbre para fazer um “live”, defendeu a urgência de se propor atos e ações com esses golpistas neoliberais: “Nesta conjuntura, diante da política fascista de Bolsonaro cuja finalidade é fechar o regime e acabar com as poucas liberdades democráticas, somos a favor de unidade de ação com setores da burguesia. Mais: achamos que ela é necessária e urgente. Mas isso se faz em base a um ponto de acordo: a defesa das liberdades democráticas e contra qualquer tentativa de golpe de Bolsonaro. Portanto, com este ponto de acordo, somos a favor da unidade com FHC, Maia, Alcolumbre, governadores, enfim todos e todas que se posicionem contra Bolsonaro e seu governo fascista. Inclusive é correto fazer atos, além de outras ações unitárias com esses setores”.

A questão é: FHC, Maia e Alcolumbre defendem as liberdades democráticas para os trabalhadores? A resposta é simples: absolutamente não! Ao contrário, são adversários de que os trabalhadores se organizem de forma independente contra o fechamento do regime burguês ontem e hoje, como podemos citar em vários exemplos e momentos históricos: na greve petroleira de 1995 atacada pelo Exército por ordem de FHC ou na repressão recente aos protestos no Congresso Nacional ordenadas pelos presidentes da Câmara e do Senado. Esses políticos tradicionais,  conhecidos por ordenar a repressão ao movimento operário em suas gestões governamentais e em seus mandatos parlamentares são aliados de Bolsonaro nos ataques a nossa classe, investidas não só no “programático” terreno econômico e político, mas também no campo das próprias liberdades democráticas: ou não foram tucanos e demistas a reacionária base político-partidária do golpe parlamentar de 2016, da famigerada operação Lava Jato orientada pelo Departamento de Estado ianque e do apoio ao Juiz noefascista Moro na perseguição a esquerda, inclusive ao PT e Lula? Não foram esses canalhas que abriram o caminho para o neofascista instalado no Planalto? O que fica evidente é que setores da esquerda como Boulos seguem domesticadamente a política da direção do PT, que almeja construir com esses setores uma frente ampla eleitoral para enfrentar Bolsonaro e Moro nas eleições de 2022, usando o presidente neofascista para justificar essa unidade com os piores “demônios” da burguesia.

Para nós da LBI, é necessário denunciar essa política de traição e ter uma orientação oposta: Convocar as massas para a luta ativa e não simplesmente publicitar exigências (mesmo que na maioria dos casos corretas) e acreditar que os Estados da burguesia atenderão as reivindicações sem fortes mobilizações de rua, greves e ocupações de fábrica. A inação do proletariado, sob a justificativa de se precaver do contágio do vírus, é a principal arma do imperialismo para ganhar esta verdadeira guerra contra a humanidade. A exigência de uma “pauta” para o capital cumprir, sem a ação direta das massas é absolutamente inócua e politicamente ainda mais criminosa do que o próprio Coronavírus.

Nós Marxistas Leninistas rejeitamos qualquer “acordo nacional” em função do Coronavírus e muito menos por conta do colapso financeiro capitalista, exigimos do Estado Burguês medidas que garantam a saúde pública e atendimento médico de qualidade para toda a população, sem que em contra-partida aceitemos a suspensão política das lutas e mobilizações do nosso povo. Desde já denunciamos no Brasil as direções reformistas, como o PT, PSOL, PCdoB e PSTU que aceitam passivamente o caminho da conciliação e desmobilização sugerido implicitamente pelo governo neofascista de Bolsonaro/Mourão e os partidos “democráticos” da ordem burguesa. Convocamos, desde nossas modestas forças, a manter vivas e ativas as mobilizações de massas contra a barbárie capitalista!

A tarefa dos Marxistas Leninistas neste grave momento de confusão, medo e inércia é o de elevar a consciência revolucionária do proletariado e contribuir para tornar sua luta mais organizada na perspectiva do socialismo. Em tempos de pandemia, a maneira de protestar pode se adequar às exigências de proteção sanitária, mas não deve de ser descartada no mundo, tendo como pretexto as possibilidades de contaminação. As redes sociais assumiram grande importância, mas devem ser subordinadas as ações diretas da classe trabalhadora, seja nas ruas e locais de trabalho, como panelaços, atos.

As correntes políticas de “esquerda” que “festejaram” a queda do Muro de Berlim como uma vitória dos trabalhadores hoje são forçadas em meio a Pandemia a reconhecer que as tendências fascistizantes e reacionárias avançaram no planeta. Da (mal) chamada “Primavera Árabe” pariu-se a ditadura militar no Egito, da falsa “revolução na Líbia” impôs o controle da OTAN sobre o país dividido e empobrecido, na Ucrânia deu-se a vitória das hordas fascistas, no Brasil ascendeu tripé Bonapartista neoliberal composto por Bolsonaro/Moro/Guedes e agora a extrema-direta golpista tenta derrubar Maduro na Venezuela.

Esta dura realidade reforça a necessidade de se honrar o legado soviético para enfrentar a atual ofensiva do imperialismo contra os povos. Trata-se não só de militar em defesa da construção de um partido revolucionário comunista, necessariamente leninista, mas de demonstrar cientificamente que os ensinamentos de Marx, Engels, Lenin e Trotsky estão mais atuais do que nunca, que uma economia planificada e regida pelos interesses da maioria do povo, os trabalhadores, representa a possibilidade concreta de extirpar a pobreza e a miséria da humanidade, abrindo caminho para a satisfação de nossas necessidades materiais e espirituais. Nesse longo caminho ao comunismo, a defesa da Ditadura do Proletariado, a ação organizada do Estado proletário contra a burguesia e o imperialismo mundial é parte do patrimônio nos legado por nossos mestres.

Este é o grande desafio para os trabalhadores e os Marxistas-Leninistas na contemporaneidade, tendo em vista que vivemos um tempo sombrio de imbecilização e alienação que o capitalismo arrasta amplos setores da humanidade. Mais do que nunca, apontamos como saída a Revolução Proletária neste 1 º de Maio, dia internacional de luta dos trabalhadores, como a senda correta e justa para avançar na destruição do monstro imperialista que teima em levar o planeta para a barbárie.

Como uma corrente leninista militante, optamos neste 1º de Maio por ligar as lições de Outubro aos desafios do proletariado e sua vanguarda hoje, no Brasil e no mundo, até porque para as novas gerações o Estado operário soviético, liquidado em 1991, já não existe mais, sendo esse combate político e teórico a própria defesa concreta da revolução hoje. Nesse sentido, a principal tarefa dos marxistas revolucionários reside justamente em reafirmar em pleno século XXI, contra todos os modismos adotados pela “esquerda” em geral e o revisionismo em particular, a vigência da construção do partido leninista como núcleo de vanguarda comunista organizado para tomar o poder da burguesia, condição essencial que levou a vitória do proletariado naqueles dias de 1917 e que se faz ainda mais necessária diante de uma conjuntura mundial absolutamente desfavorável para os trabalhadores em todo planeta. Fazemos este alerta porque a melhor homenagem que podemos render a esse triunfo histórico do proletariado mundial, quase um século depois de ocorrido e quando a URSS já não existe mais, é fazer um balanço das lições programáticas que levaram ao fim do Estado Operário soviético pelas mãos dos bandos restauracionistas apoiados pelo imperialismo.

Desde já, aproveitamos a “oportunidade” para dizer que as mesmas forças políticas e sociais que festejaram a queda da pátria de Lenin, seja no campo burguês ou no terreno do revisionismo trotskista, são as que em nome da “defesa de democracia” saudaram a charlatanesca “Revolução Árabe” no norte da África e no Oriente Médio levada a cabo pela OTAN e seus mercenários “rebeldes”, não por acaso financiados pelas mesmas potências capitalistas que apoiaram o mafioso Yelstin em 1991 como alternativa “democrática” à “ditadura stalinista”. Todo o malabarismo para justificar seu apoio à destruição da URSS em nome das “liberdades democráticas”, só fazem revelar sua vergonhosa capitulação política ao imperialismo, da mesma forma como fizeram quando defenderam com unhas e dentes a fantasiosa “Revolução Árabe”, dando coro à propaganda ideológica das grandes potências capitalistas e seus órgãos de inteligência. Fizeram isto de forma criminosa contra a Líbia, um país semicolonial não alinhado, ao chamarem um movimento reacionário, armado e financiado pelo imperialismo, de “revolução democrática” levado a cabo pelos “rebeldes”. Na verdade, as correntes de esquerda apoiaram descaradamente a intervenção imperialista na Líbia e hoje fazem o mesmo na Síria e no Irã. Negam assim categoricamente as lições mais elementares da Revolução de Outubro, porque há muito abandonaram o leninismo e a estratégia da luta revolucionária pela conquista do poder pelo proletariado e se deixaram corromper pela mídia pró-império e pelos encantos da democracia burguesa. Para essa escória, já não é mais necessário, como faziam os mencheviques e outras correntes oportunistas do século XX, apresentar a revolução democrática como uma etapa para chegar ao socialismo, pois, na atual etapa de reação política e ideológica, já fizeram da democracia dos ricos e instituições corruptas do Estado burguês o seu próprio objetivo.

No Brasil, a ascensão do governo do fascista Bolsonaro foi produto direto da política de colaboração de classes da Frente Popular. A orientação do PT de pacto com a burguesia criou as bases para a desmoralização dos trabalhadores e abriu caminho para a atual ofensiva reacionária que desembocou com a prisão de Lula pela “República de Curitiba”. No marco desse retrocesso, a chamada “oposição de esquerda” ao petismo agora voltou para a sombra direta do PT e da CUT. Foi o que vimos na convocação desse ato de 1º de Maio “virtual”. PT e PCdoB unidos em torno de uma política de sabotagem da luta direta dos trabalhadores.

Como dizia Trotsky, “A emancipação dos operários não pode ser senão obra dos próprios operários. Não há, pois, crime pior do que enganar as massas, do que fazer passar as derrotas por vitórias” (A moral deles e a nossa, 1938). Para encobrir sua impotência diante dos acontecimentos, tentam vender as derrotas como vitórias. O ato de 1º de Maio “virtual” no Brasil não serve como um ponto de apoio para a luta direta contra a reforma neoliberal de Bolsonaro!

Nesse 1º de Maio alertamos a vanguarda classista que não tendo um partido revolucionário para derrotar a reação burguesa em curso, são os trabalhadores que pagam a crise da grande burguesia que usa as perdas de suas empresas para justificar uma apropriação inaudita de recursos estatais. Em que pese serem o epicentro da última crise, os EUA sequer perderam o seu posto hegemônico na economia mundial, enquanto seu domínio estiver lastreado por seu poderio militar dominante. Tanto para Trotsky como para Lenin não há situação sem saída para o capitalismo sem a construção de uma alternativa revolucionária mundial, cujo único coveiro é a tomada do poder pelos trabalhadores organizados em um partido comunista, como foi a III Internacional antes de sua estalinização.

Para os autênticos revolucionários marxistas, que não se curvaram diante da ofensiva ideológica do imperialismo, cabe a tarefa de resgatar as tradições revolucionárias dos bolcheviques e as lições da grande Revolução de Outubro como ferramentas elementares na construção do partido revolucionário para libertar o proletariado da influência dos agentes da burguesia e do imperialismo, colocando o movimento operário novamente sob a bandeira da revolução proletária mundial e do socialismo, esta incumbência destinada à reconstrução da IV Internacional. Para tanto é necessário que a vanguarda da classe operária abstraia com toda perspicácia as lições das derrotas que o proletariado tem sofrido nas últimas décadas por causa precisamente da ausência de uma direção verdadeiramente revolucionária. A necessidade de derrotar o imperialismo faz da Revolução Bolchevique, mais do que nunca, uma referência para a luta dos trabalhadores de todos os países. Portanto, a tarefa que se colocou para os revolucionários de hoje e principalmente neste 1º de Maio em meio a pandemia do Coronavírus é resgatar o legado político e teórico Bolchevique, para potenciar a vitória da revolução mundial imprimindo uma derrota definitiva ao imperialismo para abrir o caminho ao futuro socialista da humanidade.