O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom)
reduziu nesta quarta-feira (06/05) a taxa Selic de 3,75% para 3% ao ano. Esse é
o sétimo corte consecutivo da taxa no atual ciclo, após período de 16 meses de
estabilidade do nível de juros praticados entre instituições financeiras
públicas e privada, o que exclui a taxa real cobrada no chamada “ponta” do
crédito, ou seja pessoas físicas ou jurídicas. Com isso, a Selic está agora em
um novo piso mínimo da série histórica do Copom, em plena pandemia com a
economia semi-paralisada. Segundo o próprio comunicado oficial divulgado pelo
Banco Central, o Copom tomou esta decisão por conta da forte queda no nível de
atividade da economia mundial. A nota do Banco Central afirma cinicamente a
opção do modelo neoliberal para supostamente enfrentar a crise: “Políticas
fiscais de resposta à pandemia que piorem a trajetória fiscal do país de forma
prolongada, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem elevar
os prêmios de risco e gerar uma trajetória para a inflação acima do projetado
no horizonte relevante para a política monetária". A decisão do colegiado
do BC já era esperada pelo mercado financeiro embora o corte inicialmente
estimado fosse de 0,50 ponto percentual,
porém a pressão inflacionária exercida pela disparada do Dólar, cujo os insumos
importados “alimentam” a indústria nacional, pode fazer a ação do BC ter pouca
ou nenhuma efetividade, a não ser para os grandes rentistas. Somente hoje no
mesmo dia do anúncio do Copom, o Dolar disparou 2% e fechou a inéditos R$ 5,70,
em mais um recorde nominal, sem contar a inflação. A crise capitalista de
superprodução obrigou já há algum tempo bem antes da pandemia, os Bancos
Centrais das principais economias mundiais a operarem uma drástica redução da taxa
de juros, o exemplo maior do FED norte-americano, que já praticava juros
negativos apontava esta tendência. Essa
nada mais é a do que a orientação política geral dos grandes rentistas,
reunidos no “Clube de Bilderberg”. Na prática o corte nos juros facilita a
inundação de crédito para as grandes corporações financeiras, que inclusive
trabalham como “caixas operacionais” dos Tesouros estatais. Para a imensa
maioria classe trabalhadora mudança alguma ocorrerá com a redução da Selic, ao
contrário, será “convidada” a de endividar cada vez com taxas de juros nas
alturas, isso quando conseguem ter algum crédito aprovado, após rígidas provas
de cadastros draconianos. Somente a estatização dos bancos, sob o controle dos
trabalhadores, com o confisco de suas “carteiras” e fundos no exterior, sem
indenização alguma, poderá garantir o crédito negativo e subsidiado para a
utilização do proletariado e das pequenas e médias empresas.