LOCKDOWN, BLOQUEIO DE TRÂNSITO E REDUÇÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO: GOVERNOS ESTÃO
OBRIGANDO OS TRABALHADORES A SE AMONTOAREM EM “LATAS DE SARDINHA”
Os bloqueios de trânsito, os rodízios de veículos, e
finalmente a redução da frota de transporte público são a resposta criminosa
dos governos estaduais para o trancamento da circulação de pessoas nos grandes
centros urbanos assolados pela pandemia do novo coronavírus. O resultado
prático destas medidas totalmente equivocadas do ponto de vista sanitário, é o
aumento da aglomeração dos trabalhadores em atividade, que se veem obrigados a
se “espremerem em latas de sardinha” nas estações de ônibus, metrôs, trens e
barcas do país inteiro. A fotografia acima, desta segunda feira (12/05), em uma
estação do metrô de São Paulo revelou esta situação dramática dos trabalhadores
de vários segmentos econômicos em pleno funcionamento e
que precisam comparecer ao trabalho para
não serem demitidos por “justa causa”. O potencial de contaminação é
representado por um aumento de 30% no movimento humano do transporte coletivo
lotado (ônibus, metrô, trens e barcas), ou seja, estão condenando o proletariado
a uma maior exposição a contaminação do coronavírus, em nome justamente do
contrário... A questão central é a cessação das atividades não essenciais que
levam as pessoas à rua, e não a repressão policial ou a restrição do trânsito e
do transporte coletivo. Para exigir o “Fique em casa!” é necessário que os
governos burgueses forneçam a população trabalhadora ou carente as condições
necessárias a sua sobrevivência digna, porém no regime capitalista os Marxistas
sabem muito bem desta impossibilidade histórica. Portanto a plataforma política
da esquerda classista para a conjuntura da pandemia não poderá ser a mesma do
cretinismo das classes dominantes, que hora se dividem entre o “Fique em casa”
ou o “Vá trabalhar!”. Ambas são criminosas se adotadas no abstrato da atual
sociedade de mercado e das mercadorias. O que se coloca para a classe operária
e o povo pobre é a luta para derrocar este sistema da morte, através de um
programa transitório de reivindicações reais, baseado na mobilização
permanente. Exigimos do Estado Burguês não o “Fique em casa!”, mas hospitais de
excelência, estabilidade no emprego, assistência social plena, transporte
público de qualidade, habitação digna e terra para os camponeses produzirem.
Este é um ponto de partida “justo” para impulsionar uma verdadeira transformação
na correlação de forças entre as classes sociais, retirando o proletariado da
completo defensiva política imposta pela covardia da esquerda reformista.