A pandemia da crise econômica revelou que os piores flagelos
do capitalismo, como a fome, que a propaganda da mídia corporativa encobria há
décadas, continuam presentes como sempre estiveram, e não apenas nos países do
chamado “Terceiro Mundo”, mas também em países mais "desenvolvido” e até mesmo
considerados como o “paraíso do capital financeiro”. Porém na atual etapa de
decadência das forças produtivas, a fome é inerente ao qualquer “estágio” do
capitalismo, e só terminará quando uma
nova sociedade diferente for construída: a socialista! No sábado
passado(09/05)milhares de pessoas fizeram fila para comer em Genebra, na Suíça.
Até agora, a cidade suíça que abriga as sedes da ONU e da Cruz Vermelha, era
conhecida apenas por grandes bancos, diplomacia e bom chocolate. Agora o mundo
acaba de saber que o chocolate suíço não é para todos. A fila de famintos para
receber ajuda alimentar começou a se formar às cinco horas da manhã, em frente
à pista de gelo de Vernets, segundo a associação Caravana de Solidaridad,
organizadora da atividade solidária. Quando a distribuição começou quatro horas
depois, a fila, na qual as pessoas usavam máscaras e estavam a dois metros de
distância, se estendeu por mais de um quilômetro. Segundo os organizadores,
havia mais de 2.000 pessoas famintas esperando por uma “ração”. A Caravana de
Solidariedade já organizou seis campanhas de distribuição de alimentos e os
pedidos estão aumentando em número cada vez mais. Silvia, 64 anos, é uma
trabalhadora filipina desempregada pela crise capitalista, e que aguarda seu
turno há três horas. "Precisamos de comida", afirmou ela: "Tudo
ficou muito mais difícil desde o início da crise", concluiu. Cerca de
1.500 grandes sacolas cheias de arroz, macarrão, café instantâneo ou cereal são
armazenadas ao longo das paredes do amplo saguão e enchem uma sala próxima. Se
as reservas alimentares se esgotarem, serão distribuídos vales no valor de 20
francos suíços (cerca de 19 Euros). Juntamente com os organizadores do evento
os “Médicos Sem Fronteiras” oferece testes de coronavírus, mas isso não é suficiente
para “encher a barriga” das pessoas que precisam se alimentar para sobreviver.
Uma pesquisa com 550 pessoas que foram ao banco de alimentos na semana passada
mostrou que mais da metade delas não possuía documentos, um terço tinha
autorização de residência e cerca de um quatro cento tinham nacionalidade
suíça. Segundo o Instituto Federal de Estatística da Suíça cerca de 8% da
população do país dos “cantões”, ou seja, quase 660.000 pessoas, vivem na
pobreza, de um milhão considerado em situação precária. Em uma região que
concentra os “cofres” pessoais mais abarrotados do mundo, concentrando as
fortunas dos bilionários rentistas, a fome começa a delinear o cenário da Suíça
e a revolução proletária entrará muito em breve na pauta do país dos Alpes,
expropriando o capital financeiro para seu povo pobre e oprimido ter os
direitos elementares da humanidade em pleno século XXI.