domingo, 10 de maio de 2020

UBER DEMITE MILHARES: FUNCIONÁRIOS DESLIGADOS COM UM “CLIK” E MOTORISTAS AMARGAM MISÉRIA... ENQUANTO EMPRESA ACUMULA LUCRO BILIONÁRIO


A Uber anunciou a demissão de 3,7 mil funcionários no mundo, cerca de 14% do total de 27 mil “colaboradores da empresa” foram desligados por e-email, em um "clik". Até o último dia de 2019, a empresa contava com 26.900 funcionários empregados (isso não contabiliza os motoristas, que sob o regime ultra-precário da empresa, não possui vínculo empregatício), sendo 10.700 nos EUA, e mais 16.200 espalhados pelo globo. Os cortes atingiram a filial do Brasil. Entre as equipes que sofreram estão as de recrutadores (já que as contratações foram congeladas) e suporte a clientes e motoristas. Os trabalhadores demitidos perceberam sua demissão ao tentar logar no sistema da Uber e não conseguirem conexão. A empresa está realizando uma primeira leva de demissões já anunciadas, para reduzir gastos durante a pandemia, deixando milhares de famílias nas ruas, sem saber como vão se sustentar frente à crise do coronavírus. A Uber já havia anunciado enormes quedas em todos os serviços que oferece. Na maioria das grandes cidades, a queda da demanda de corridas é de cerca de 70%, os motoristas não tem nenhum direito ou benefício social. As divisões mais afetadas foram as de suporte (tanto telefônico quanto via e-mail) e recrutamento de funcionários, ou seja, a retaguarda... enquanto isso a Uber continua buscando o lucro expondo os motoristas ao Covid. O movimento de demissões em massa da Uber é internacional, e atinge diversas das suas subsidiárias, exatamente próximo dos dias que a empresa deve anunciar seu balanço do primeiro trimestre do ano. A Uber já tinha contratações congeladas desde o momento em que começou a se desenvolver a crise do COVID-19. A estimativa da absurda ação da Uber é de que cerca de 20% de seus funcionários serão desligados, para que a empresa gere uma economia de algo em torno de U$ 1 bi. Ao mesmo tempo, os governos burgueses de vários países definiram seu trabalho como serviço essencial durante pandemia, sem que as empresas como o Uber, entretanto, fossem obrigadas a fornecer as condições básicas para a preservação da saúde dos trabalhadores, muito mesmos remuneração mais alta devido a exposição mortal ao vírus. A maior inovação que esses serviços por aplicativo trazem é justamente flexibilizar ainda mais a relação de trabalho entre empregados e patrões, permitindo que os verdadeiros donos dos meios de produção, por trás da Uber, lucrem absurdos em cima do trabalho precarizado de seus “colaboradores voluntários”, “empreendedores” ou qualquer outro jargão ultraneoliberal para ocultar a exploração, isentando os capitalistas das mínimas responsabilidades trabalhistas e maximizando seus lucros.