quarta-feira, 20 de maio de 2020

RACISMO ASSASSINO DA POLÍCIA DE WITZEL: SEM “QUARENTENA” PARA MATAR POBRES E PRETOS


Um jovem negro chamado João Pedro Matos Pinto, de 14 anos, foi levado inconsciente de helicóptero por policiais militares após ser baleado na barriga dentro de sua própria casa, durante operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, cidade do Rio de Janeiro. Ele foi encontrado morto dias depois. A operação ocorreu dia 18 de maio, como parte de uma grande ofensiva em várias partes da região metropolitana. O corpo de João Pedro só foi encontrado no Instituto Médico Legal (IML) no dia 19. Quando foi alvejado em casa, ele estava acompanhado de vários jovens, dentre eles um primo. “A gente tava jogando sinuca, e o helicóptero começou a voar em volta da casa, aí começaram a dar tiro em direção ao morro. A gente entrou dentro de casa e ficou lá, aí todo mundo deitou no chão. O primo presenciou os policiais entrando: “Aí a gente foi, deitou no chão, levantou a mão, começamos a gritar que só tinha criança… aí eles tacaram duas granadas na porta da sala, quem estava mais perto da porta era eu e o João”. A tia de João Pedro, chamada Georgia Matos de Assis, de 41 anos, contou mais sobre o caso: “Ele nem estava saindo de casa por conta dessa pandemia. Aí, o primo passou na casa dele e foi lá buscá-lo para brincar. Eles estavam no quintal da casa. Ele se assustou com o policial, e o policial atirou na barriga dele. Até agora não sabemos de nada. Se ele morreu no local ou a caminho do hospital”, disse Georgia. De acordo com a tia de Pedro os familiares fizeram buscas durante toda a madrugada. “Rodamos tudo isso aqui, São Gonçalo, Niterói, atrás dele. Até no Rio fomos. Só localizamos no IML aqui de Tribobó (em São Gonçalo). Um descaso com a vida do menino”, lamentou. João Pedro é o quarto menino morto em ações genocidas da polícia de Witzel, um dos convidados da CUT para o ato de Primeiro de Maio. A verdadeira justiça para João Pedro e todos que foram assassinados pela repressão racista do Rio, certamente não virá pelas mãos das instituições do Estado Burguês, com suas intermináveis investigações que não chegam nunca aos verdadeiros responsáveis criminais. Somente a destruição revolucionária deste regime capitalista poderá justiçar os assassinos de Pedros, Marielles e tantos milhares de pobres “anônimos” vítimas da burguesia e seu Estado de opressão e mortes.