Uma força-tarefa composta pelo general reformado dos Estados
Unidos, Curtis M. Scaparrotti e a embaixadora Colleen B. Bell, produziu um
relatório para preparar um “ataque preventivo” à Rússia, caso avance a aliança
militar estratégica com a China. A análise da relativa mobilidade operacional
da OTAN na Europa para uma possível guerra com a Rússia remete a uma guerra
convencional de “baixo impacto”, do tipo preventiva taticamente, em uma nova
linha de frente de ataque da OTAN na Europa. O relatório do Conselho Atlântico
intitula-se “Mudando: Uma avaliação abrangente da mobilidade militar europeia”,
explica a melhor maneira de concentrar rapidamente as tropas americanas e as de
seus aliados nas fronteiras da Rússia, particularmente nos Estados Bálticos,
cujos governos de extrema direita são aliados de Washington. O general
reformado Curtis M. Scaparrotti, ex-comandante do Comando Europeu dos Estados
Unidos e supremo comandante das Forças Armadas da OTAN na Europa (2016-2019) e
o ex-embaixador dos Estados Unidos na Hungria Coleen B. Bell, montaram a equipe de trabalho que redigiu o
relatório militar. Esta equipe foi criada em abril do ano passado e faz parte
do Conselho Atlântico, ou seja, bem antes da pandemia mundial do coronavírus. O
seu papel é avaliar a adequação dos esforços de mobilidade militar na Europa
para apoiar o rápido aumento das forças aliadas em todo o continente. O
relatório prevê uma nova linha de frente da OTAN que está em andamento na
Polônia e nos Estados Bálticos, estendendo-se mais ao sul e em áreas vitais do
Mediterrâneo e do Mar Negro. A frente se
estende ao leste do Mediterrâneo devido à presença da Rússia na Síria e
possivelmente no Egito. O relatório traça um mapa com nove corredores de frete
ferroviário da Rede Transeuropeia de Transportes. O objetivo é melhorar a infraestrutura
ferroviária nos países vizinhos da Rússia para a mobilidade de equipamentos e
tropas militares na Europa, além de servir os planos de defesa da OTAN,
conhecidos como os Quatro Trinta, que administram 30 batalhões terrestres de
Estados. Unidos, 30 esquadrões aéreos e
30 navios de guerra dos aliados dos Estados Unidos na OTAN.
Também patrocina a sabotagem cibernética e a guerra
bacteriológica para impulsionar o movimento de tropas pela Europa em tempos de
guerra. Atualmente, a Força Aérea dos Estados Unidos sofre com a redução e o
envelhecimento de sua frota de aeronaves e navios-tanque. A aviação de guerra
russa vem superando os EUA já a algum tempo. Solicita-se à UE que crie uma
frota aérea europeia de reserva civil. A frota mercante dos países europeus
poderia ser usada para o transporte de tropas. As instalações aeroportuárias
nos estados mais próximos da Rússia, como Polônia, Letônia, Lituânia e Estônia,
podem ser colocadas em operação. O relatório, publicado em 22 de abril, apela a
uma maior coordenação entre a OTAN e a UE, na medida que questões de
mobilidade, legais, de infraestrutura e organizacionais foram levantadas. Para
os autores do relatório, a mobilidade militar atual carece de um senso de
urgência e a coerência necessária para fornecer um recurso confiável. Por
exemplo, o prolongado debate em Bruxelas sobre o próximo orçamento da União da
Europa do Norte para 2021 poderia anular o financiamento da mobilidade militar. A falta de coordenação política e militar
entre a OTAN e a UE dificulta a tomada de decisões políticas. O momento
político sobre a mobilidade militar ameaça estagnar à medida que os países da
UE se concentram em outras questões, como as econômicas por exemplo. O
relatório "Mudança" indica que a UE deve alocar um orçamento de 20
bilhões de euros para o período 2021/22, para financiar a mobilidade militar da
OTAN. Enquanto isso, como afirmado no relatório, há uma crescente lacuna entre
as declarações políticas da UE e suas obrigações e oportunidades de recursos.
No ano passado, a Comissão Europeia propôs um financiamento de mobilidade
militar de 6,5 bilhões de euros por seis anos.
Em dezembro, sob a Presidência da
Finlândia na UE, foi proposto um compromisso para reduzir o orçamento de
mobilidade de 6,5 bilhões de euros para 2,5 bilhões de euros.
A OTAN continua considerando os requisitos necessários para
transportar dezenas de milhares de soldados pela Europa, já que a área do euro
enfrenta um desemprego maciço, não visto desde a Segunda Guerra Mundial. Seus
planos agora incluem um aumento no número de exercícios anuais mais longos e
mais complexos. Um elemento essencial no planejamento de exercícios será a
capacidade da infraestrutura da Europa de receber e transportar participantes
das operações da OTAN. A Casa Branca tem bastante interesse no recrudescimento
da pressão militar que a OTAN possa exercer sobre a Rússia, ainda mais na atual
conjuntura mundial, onde a aliança do complexo bélico de Moscou(o mais letal do
planeta) ameaça estabelecer uma aliança com a maior economia emergente do
mundo.Se trata obviamente da disputa aberta pela hegemonia global, no cenário
da pós pandemia do coronavírus, o que necessariamente passará por confrontos
militares entre potências no próximo período histórico da humanidade.